Naturalidade: Pilõezinhos-PB
Nascimento: 13 de abril de 1885
Falecimento: 28 de outubro de 1964 em Rio Tinto, Paraíba
Atividades artístico-culturais: Poeta popular, escritor.
Folhetos de sua autoria: Mais de 53 folhetos em versão digital entre eles estão as grandes aventuras de Armando e Rosa; Entre o amor e a espada conhecidos como Joãozinho e Marquinha; O Monstro do Rio Negro e Pedrinho e Julinha.
José Camelo de Melo Resende nasceu em Pilõezinhos, na época, ainda distrito de Guarabira (PB). Quando jovem aspirava grandes sonhos, mas as precárias condições familiares frustraram seus sonhos. E Camelo exerceu atividades de um simples marceneiro e carpinteiro. Muito distante do que ele sonhava ser.
A poesia torna-se, então, válvula de escape para sua inteligência e extraordinária imaginação. Começa a escrever folhetos no início dos anos de 1920, versejando numa língua perfeita, com precisão da métrica e da rima que o distingue da maioria dos poetas populares.
Ao mesmo tempo, faz-se cantador, compensando seu pouco talento para improvisar com uma astúcia: decora romances que ele mesmo compõe, criando tramas ou adaptando-as das histórias que correm de boca em boca.
No fim dos anos 1920, mete-se em complicações. Zé Camelo é preso por cédulas falsas e levado de Guarabira para João Pessoa onde foi julgado pelo juiz federal Caldas Brandão. É nessa época que João Melquíades Ferreira da Silva publica na Paraíba, em seu nome, o romance Pavão Misterioso, obra criada por José Camelo. Este denuncia o golpe, mas o romance continuaria a ser atribuído a João Melquíades (N.E.: até hoje se discute a verdadeira autoria desse romance).
Seja como for, a história de Pavão Misterioso torna-se um dos maiores sucessos da literatura de cordel, sendo reeditadas inúmeras vezes, além de inspirar peças de teatro, canção, novela de televisão e filme de animação.
Outros romances de José Camelo também têm enorme repercussão: As Grandes Aventuras de Armando e Rosa-conhecidos por Coco Verde e Melancia; Entre o Amor e a Espada; História de Joãozinho e Mariquinha; O Monstro do Rio Negro e Pedrinho e Julinha, todos editados por João Martins de Ataíde, no Recife, e reeditados por José Bernardo da Silva e seus herdeiros, em Juazeiro do Norte.
No fim da vida, porém, quase octogenário, o poeta se deixa ganhar pela frustração e amargura, destruindo – segundo seus contemporâneos – umas cinquenta obras de sua autoria. José Camelo faleceu na cidade de Rio Tinto em 28 de outubro de 1964, passando à posteridade como um dos maiores autores da literatura de cordel brasileira.
Fonte:
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/JoseCamelo/joseCamelo_acervo.html
http://blogsolvermelho.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/JoseCamelo/joseCamelo_biografia.html#
ALMEIDA, Átila de; ALVES SOBRINHO, José. Poetas populares paraibanos. Campina Grande: UFPB, 1984, p. 227-237 [mimeografado]
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.