Munícipio: João Pessoa – PB
Endereço: Av. Pres. Getúlio Vargas, Centro.
Ano da construção da antiga sede: 1836
Ano da construção da atual sede: 1936
Arquitetura: Clodoaldo Gouveia
Consagrado como educandário mais tradicional do estado, o Lyceu Paraíbano representa um dos maiores símbolos culturais e educacionais da Paraíba. Fundado pela Lei nº 11, de 24 de março de 1836, o colégio permaneceu durante 117 anos como o único estabelecimento público de ensino secundário em todo o Estado da Paraíba.
Sua história começa em 1932, quando o Conselho Geral da Província tomou conhecimento de um projeto para criação do Liceu Paraibano através do padre-mestre José Antônio da Silva Lopes. Uma dezena de padres-mestres foram os responsáveis pela evolução administrativa da escola, que começou com o padre João do Rego Moura, e perdurou até o Monsenhor Odilon Coutinho.
Configurando-se como um colégio voltado para humanidades, os padres-mestres concentraram, inicialmente, os ensinamentos em latim e filosofia. Três anos após sua fundação, as disciplinas de Inglês, Gramática da Língua Nacional, e Comércio passaram a integralizar sua grade curricular.
Dez anos depois, com a sua primeira reforma, o colégio já disponibilizara disciplinas como Álgebra, Aritmética, Filosofia Racional, Francês, Geografia, História, Moral, Poética, Retórica e Trigonometria.
No Império e na República Velha praticamente todos os homens públicos na Paraíba marcaram presença no Lyceu Parahybano, seja como alunos, professores, ou diretores. Alguns se tornariam presidentes do Estado, o primeiro deles foi Antônio Alfredo da Gama e Melo, que governou a Paraíba de 1896 a 1900. Outros nomes como Sólon Barbosa de Lucena, Álvaro de Carvalho, liderança intelectual no Lyceu como professor de Línguas, crítico literário, ensaísta, também presidiram o estado em algum momento.
Os nomes ilustres continuam, dentre eles, Álvaro Lopes Machado, Monsenhor Walfredo Soares dos Santos Leal, João Pereira de Castro Pinto, José Américo de Almeida, Argemiro de Figueiredo, Ruy Carneiro, João Agripino Filho, Ernani Ayres Sátyro e Souza, Dorgival Terceiro Neto, entre diversos outros governadores.
Destaque especial para três personalidades paraibanas que passaram pelo Lyceu Paraibano: O Presidente João Pessoa, o economista Celso Furtado e o poeta Augusto dos Anjos (aluno e professor).
Trinta e sete anos após sua criação, o Lyceu passa a ter exames válidos para os cursos superiores do país, privilégio estabelecido pelo decreto imperial nº 5.429, de 2 de outubro de 1973. Com a validação dos exames preparatórios o Lyceu passa a receber alunos dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Alagoas e Pernambuco.
Os exames preparatórios sempre foram rigorosos. Entre os anos de 1894 e 1907, apenas dois alunos concluíram o curso no Lyceu. Em 1892 o Governo realiza modificações curriculares, as cadeiras de Retórica e Filosofia são substituídas por Física e Biologia.
O presidente da Paraíba, Álvaro Lopes Machado, em 1895, organiza os gabinetes de Física e Química, com equipamentos importados da Europa. Em 1906 o ex-aluno do Lyceu, Irineu Ferreira Pinto, mesmo não sendo professor da escola oficial, (ensinava em casa), convidou os mestres mais cultos e com eles fundou o Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, isto ocorrendo na sala de congregação do Lyceu. Entre os sócios-fundadores: Francisco Seraphico da Nóbrega, então presidente do Lyceu e primeiro presidente do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (IHGP), Manoel Tavares Cavalcanti, Francisco Xavier Júnior, João de Lyra Tavares, Antônio da Gama e Melo, Matheus de Oliveira, o coronel Francisco Moura, o funcionário Maximiano Lopes Machado e os padres Odilon e Santino Coutinho. O instituto funcionou por dois meses no próprio Lyceu.
De 1836, ano de sua fundação, a 1936, portanto durante um século, o Liceu funcionou no antigo Convento de São Gonçalo (atual Faculdade de Direito), ao lado do Palácio da Redenção. O prédio já abrigou também no passado a Tesouraria da Fazenda e a Assembleia Legislativa.
A edificação atual, no formato de um navio foi inaugurado em 1937, na gestão do ex-aluno, o campinense Argemiro de Figueiredo, que sentou nos bancos da conceituada escola nos idos de 1916, e que visava privilegiar a instrução pública, procurando aumentar a escolaridade no Estado, bem como aprimorar a formação de quadros para atuação no magistério.
Tombados o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba (IPHAEP) em 26 de agosto de 1980, o Lyceu Paraibano, o Instituto de Educação da Paraíba e a Escola de Aplicação constituem um conjunto harmônico com linhas arquitetônicas de características modernistas que impactaram fortemente a paisagem, ainda pouco edificada, da cidade nova em formação, alterando radicalmente os panoramas vistos da cidade consolidada.
O renomado Nestor de Figueiredo em depoimento dado ao jornal A União, ressaltou: “Ele entra sem favor nenhum para a classe dos edifícios bem construídos da nossa pátria. No nosso entender, ele era, em fins dos anos de 1930, um dos melhores edifícios modernistas existentes no Brasil”.
Sua infraestrutura atual dispõe de 18 salas de aula, além de biblioteca, auditório, gabinete odontológico, ginásio de esportes, laboratórios de informática, química, física e biologia. Oferecendo vagas para mais de três mil alunos.
Fontes
http://revistas.pucsp.br/index.php/cordis/article/view/12934/9402
http://www.lyceunews.xpg.com.br/news/maio2.htm
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/11.128/3719
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lyceu_Paraibano
http://joseliocarneiro.blogspot.com.br/2011/03/liceu-paraibano-alunos-e-mestres.html?view=snapshot
http://memoriajoaopessoa.com.br/acervopatrimonial/48.pdf;jsessionid=A4F0614523BB55AC6A26960
http://www2.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/509DanielleMartins.pdf
https://scholar.google.com.br/scholar?q=lyceu+paraibano+arquitetura&btnG=&hl=pt-BR&as_sdt=0%2C5