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Data de publicação do verbete: 29/08/2016

Solânea

Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do Curimataú Oriental. Conhecido pelo Memorial de Fé, Arte e Cultura. Faz parte da Rota Cultural Caminhos do Frio.
Data de publicação: agosto 29, 2016

Localização: Mesorregião do Agreste Paraibano e Microrregião do Curimataú Oriental.

Área territorial: 232,094 Km² / 2010 / IBGE

Densidade demográfica: 115,01 hab./ Km² / 2010 / IBGE

População: 26.734 hab. / 2015 / IBGE

Gentílico: Solanense

Limites geográficos municipais: Limita-se com os municípios de Casserengue (9 km), Serraria (22,3 km), Dona Inês (16 km), Remígio (26 km), Arara (14 km), Barra de Santa Rosa (44 km), Borborema (7,5 km), Bananeiras (3 km) e Cacimba de Dentro (20 km).

Municípios vizinhos: Bananeiras, Arara, Cacimba de Dentro, Borborema, Serraria.

Densidade demográfica: 0,1 hab./km²

Distância da capital de João Pessoa: 130 km de João Pessoa

Acesso a partir de João Pessoa: BR 230 / BR 041 / PB 105

Data da emancipação política: 30/12/1953

Altitude da sede: 626m

Altitude: entre 650 a 1.000 metros

Bioma: Caatinga

Vegetação: É representada por caatinga e floresta subperifólia (SOUZA, 2006). É formada por Florestas Subcaducifólica e Caducifólica, próprias das áreas agrestes. Nas superfícies suaves onduladas a onduladas, ocorrem os Planossolos, medianamente profundos, fortemente drenados, ácidos e fertilidade natural média e ainda os Podzólicos, que são profundos, textura argilosa, e fertilidade natural média a alta. Nas elevações ocorrem os solos Litólicos, rasos, textura argilosa e fertilidade natural média. Nos Vales dos rios e riachos, ocorrem os Planossolos, medianamente profundos, imperfeitamente drenados, textura média/argilosa, moderadamente ácidos, fertilidade natural alta e problemas de sais. Ocorrem ainda Afloramentos de rochas (SUDEMA, 2005).

Relevo: É geralmente movimentado, com vales profundos e estreitos dissecados. Com respeito à fertilidade dos solos é bastante variada, com certa predominância de média para alta (BRASIL-MME, 2005).

Hidrografia: Está inserido nos domínios da bacia hidrográfica do Rio Curimataú. Seus principais tributários são: o Rio Curimataú e os riachos: Capivara, Sombrio, Salgado, Bonsucesso e da Arara ou Jacaré. Os principais corpos de acumulação são os açudes Poço do Sítio e Cacimba da Várzea. Todos os recursos de água têm regime de escoamento intermitente e o padrão de drenagem é o dendrítico (BRASIL-MME, 2005).

Clima: Quente e úmido, com chuvas de outono a inverno (IBGE, 2010)

Temperatura: Média anual em torno de 25°C

Economia: Baseia-se na agricultura e pecuária, tendo com principais produtos agrícolas, o milho, o feijão e a mandioca, e na pecuária destaca-se a criação de bovinos, caprinos e ovinos. A base da economia local é sustentada também por vários setores: o setor de serviços, o funcionalismo público municipal e estadual, as pensões e as aposentadorias dos idosos, o aquecido comércio e a agricultura familiar.

História

A colonização das terras abrangidas pelo atual Município teve início nas primeiras décadas do século XVIII, quando foram concedidas sesmarias a Domingos Vieira e a Zacarias de Melo.

A fundação, propriamente dita é atribuída aos habitantes que povoaram a região, por volta dos anos de 1750-1800. Segundo a história oficial, um dos descendentes dos colonizadores da família Soares Cardoso Moreno, vindo do Ceará, fixou moradia, nas terras planas, com fazenda de gado e engenho.

Com o crescimento da região, alguns pioneiros, tais como Leôncio Costa, Alfredo Pessoa de Lima, e tantos outros, empreenderam esforços no sentido de transformar o pequeno povoado em Distrito de Paz. Isto só veio ocorrer no dia 4 de dezembro de 1926. Assegurado pela Lei nº 637, o pequeno aglomerado passou a ser chamado de Moreno, nome dado em homenagem ao seu fundador.

A partir de 1927, Moreno viveu intensos dias de vida social e cultural, começando a se projetar no cenário comunal. Em 15 de novembro de 1938, sob o Decreto-lei nº 1.164, Moreno eleva-se à categoria de Vila.

A antiga Vila de Moreno, alcançou sua independência e emancipação política, administrativa e social, graças a uma forte reivindicação dos homens de grande visão da época. O projeto de lei encaminhado à Assembleia Legislativa da Paraíba, foi de autoria do então deputado estadual Humberto Coutinho de Lucena. A Lei nº 967 que criou o município de Solânea, datada de 26 de novembro de 1953, foi sancionada pelo então governador do Estado, João Fernandes de Lima, concedendo fórum à cidade e, consequentemente, criando o município e comarca de Solânea. Em homenagem a esta data, construiu-se a principal praça da cidade, em frente à igreja matriz de Santo Antônio, padroeiro do município.

Eventos turísticos:

Conhecido pelo Memorial de Fé, Arte e Cultura, Solânea faz parte da Rota Cultural Caminhos do Frio, que acontece anualmente na região serrana do Brejo paraibano com atividades de artes cênicas, dança contemporânea, mostra de cinema, literatura, show musical e visitação ao Memorial Santuário do Padre Ibiapina, onde são celebrados atos religiosos.

Solânea conta com uma das maiores festas de São João do Brasil com apresentações de grandes artistas populares, comidas típicas e forró pé de serra. Intitulado “Maior São João do Brejo Paraibano”, com uma média de 40.000 pessoas que acontece no período 12 a 24 de junho.

Edificação histórica/culturais do município:

O Grêmio Morenense que foi construído no início de 1920, fundado, oficialmente, em 18 de maio de 1924, como entidade literária-recreativa, sendo palco de importantes eventos da história do município de Solânea e do Brejo Paraibano. Abrigou a sede do Vila Branca Sport Club, uma das expressões futebolísticas da Paraíba.

A Biblioteca Álvaro de Carvalho, uma das mais importantes da região, em homenagem ao emérito mestre e ex-governador paraibano. O local recebe também, várias exposições da Rota Cultural Caminhos do Frio, além de lançamentos de livros e shows de música clássica.

Pontos Turísticos de Solânea:

Santuário de Santa Fé, Pedra das Pinturas, Praça 26 de Novembro, Grêmio Morenense, Mata do Cano e Pedra do Vento.

Calendário turístico:

Festa de Carnaval; Baile Vermelho e Branco; Santo Antônio e São João; Caminhos do Frio; Festa da Colheita; Missa do Vaqueiro; Natal Luz; Réveillon.

Patrimônio histórico/ arquitetônico / cultural / material:

Igreja Matriz Santo Antônio (tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico da Paraíba)

Memorial Santuário do Padre Ibiapina: O local foi construído e idealizado pelo Padre José Antônio Maria Ibiapina, que agora passa por um processo de beatificação. Em maio de 2016, uma missa fechou a fase diocesana do processo de beatificação. Fundado em 1866, como casa de caridade, de início a casa de caridade localizada no distrito de Santa Fé, no município de Solânea (apogeu para o turismo em Solânea), serviu para abrigar os epidêmicos, e logo que desapareceram as epidemias, a casa transformou-se em um abrigo onde alojava moças desamparadas, crianças órfãs, viúvas e algumas pessoas que necessitassem de ajuda material ou espiritual (Mariz, 1977).

O padre Ibiapina, como é mais conhecido, nasceu no dia 5 de agosto de 1806, em Sobral, no Ceará, ordenando-se padre em 13 de julho de 1853, aos 47 anos. Após se ordenar padre, começou seu trabalho missionário pelo interior do Nordeste, peregrinando por Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas, dentre diversas outras obras.

Antes de ser doada ao Padre Ibiapina a casa havia sido um “Patrimônio de valor aristocrático e privado”, quando pertencente ao Major Antônio José da Cunha (Funari e Pelegrini. 2006, p.11).

Hoje, a casa tombada pelo Patrimônio Histórico preserva a história que marcou sua época. A arquitetura do século passado foi restaurada mantendo-se originais todos os seus traços. Assim, como a casa de caridade, também foi tombada pelo Patrimônio Histórico, a casa onde residiu o Padre Ibiapina, a igreja e o túmulo onde jaz o padre fundador daquele local.

O Santuário de Santa fé atrai milhares de romeiros e pessoas todos os meses, em busca de curas, de agradecimentos ou apenas conhecer a história do Padre, que ajudou a muitos através da casa de caridade. O turismo religioso está colaborando para melhorias econômicas aos moradores que comercializam seus produtos como também, um lugar de fé para aqueles que acreditam e pedem milagres.

Equipamentos culturais / turísticos:

Solânea possui em seu atrativo cultural, um artesanato em evidência e em expansivo crescimento. No ano de 2016, o município ganha um novo projeto de micro empreendedorismo, o “Praça Viva”, trata-se de uma inovação por um grupo de pequenos comerciantes das áreas de gastronomia e artesanato, que se uniram com a criação de uma associação, e uma vez por mês ocupam a praça 26 de Novembro.

A Praça Viva estimula a economia e o turismo da região. A ideia é oferecer aos comerciantes mais uma opção de comercializar seus produtos diretamente com os visitantes e os moradores locais. Foi criada a Associação Turística de Solânea (Atus).

Possuí também o Antiquário da cidade que expõe entre diversos objetos coloniais, algumas peças barrocas.

Praça 26 de Novembro:

A praça que leva no nome a data de fundação da cidade, tem um design e arquitetura diferente, feita em formato de peixe e toda arborizada, onde acontecem várias apresentações culturais, sendo o local de descanso e lazer de quem reside, e dos turistas que desfrutam e elogiam seus cuidados (há mais de 40 anos por Seu Campina) e belezas.

Trezena Santo Antônio:

Realizado pela Paróquia Santo Antônio, acontece na Igreja e seus arredores, com variados temas fazendo referências ao Padroeiro e as comemorações constam com celebrações de missa todos os dias, inclusive com a participação de diversos padres convidados, acompanhando-se de quermesse sempre após a efetivação do ato religioso, comidas típicas e apresentações culturais. No meio das comemorações, consta também a tradicional Missa do Vaqueiro, que é realizada pontualmente às 10 horas no mês de Junho, na Igreja de São Pedro, localizada no Sítio Barrocas, de onde sai a reverenciada cavalgada.

Santo Antônio de Pádua foi um frei franciscano português, que trocou o conforto de uma abastada família burguesa pela vida religiosa. Contam os livros que o santo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195, e recebeu no batismo o nome de Fernando. O seu culto, que tem sido ao longo dos séculos objeto de grande devoção popular é difundido por todo o mundo através da missionação, e miscigenado com outras culturas (nomeadamente Afro-Brasileiras e Indo-Portuguesas).

Cine Teatro Municipal:

Localizado no Município de Solânea, o mesmo realiza espetáculos, danças folclóricas, ballet, dança do ventre, saraus, peças e eventos culturais de toda a cidade. No ano de 2016, passou por melhorias em seu palco e sua estrutura. O local já recebeu vários espetáculos, como “Esparrelha”, “uns causos de um andarilho”, “I Mostra de Dança Poética dos Movimentos”, entre outros.

Patrimônio Natural: A Pedra das Pinturas

Cultura Indígena:

Em 1718, os Índios Sucurus solicitaram e obtiveram a concessão de terras, onde já habitavam há algum tempo, na “Serra da Boa Vista”, no lugar do “Olho d’água”, para que “pudessem viver e plantar suas lavouras”.

A população da aldeia naquela época era de aproximadamente 94 indivíduos, a maioria pertencente ao mesmo núcleo familiar composto de crianças e adolescentes.

Segundo consta o local onde se fixaram os Sucurus, que vieram para a Paraíba justamente para combater os Tapuias, cujos domínios se estendiam entre os rios Curimataú e o Araçagi, era muito fértil e abundante em água de boa qualidade, útil ao ser humano e para a criação de gados. Uma vez concedidas as terras, a aldeia rapidamente prosperou. E como em todos os aldeamentos indígenas da época foi visível a  presença de missionários, embora não sendo certo o ano em que ali chegaram.

A única certeza que se tem, advinda de fontes históricas, é que alguns religiosos de Santa Tereza marcaram presença durante algum tempo e, são deles a iniciativa da construção do primeiro oratório, por volta de 1730, cujo orago era Santo Antonio. Passando o lugar a ser denominado “Aldeia de Santo Antonio da Boa Vista”.

Com o Diretório dos índios (a partir de 1758) e a política pombalina começaram a surgir mudanças, entre as quais as transferências para outras aldeias. Daí ser uma consequência natural, que fosse também afetada a Aldeia de Santo Antonio da Boa Vista.

Muitos índios já estavam completamente integrados na denominada sociedade local através de casamentos com o colonizador “português” e haviam pedido totalmente sua identidade cultural. Os poucos que restavam na aldeia que resistiram foram transferidos e suas terras quase que imediatamente ocupadas.

É importante ressaltar que, bem próximo à Aldeia, um agrupamento humano surgiu, tornando-se próspero, já que era ponto de passagem do caminho que ligava o Litoral ao Sertão, a “Chã do Moreno”. Aliás, é bom destacar que o referido caminho remontava a época pré-cabralina, muito utilizado pelos índios de várias etnias.

Chã, Chan ou Xam era como chamavam antigamente uma terra plana na serra, razão pela qual a localidade tinha uma bela vista da aldeia, embrião do que é hoje a cidade de Solânea.

Turismo Ecológico / Aventura:

Trilha do Padre Ibiapina:

Ponto Zero – Igreja Matriz de Santo Antônio. Nesta trilha é contada a história da peregrinação do Padre Ibiapina, passagem pelo distrito de Santa Fé, Santuário do Pe. Ibiapina, Museu do Pe. Ibiapina e casa de caridade do Padre.

Trilha Chã de Moreno:

Ponto Zero – Praça 26 de Novembro. O percurso contém 5km (ida e volta) conta a história da cidade, com resquícios de Mata Atlântica, relevo e lendas locais.

Trilha da Pedra das Pinturas:

Ponto Zero – Igreja Matriz de Santo Antônio. O percurso contém 40km (ida e volta) que conta a história das antigas civilizações, inscrições rupestres, vegetação e lendas locais.

Trilha da Gruta de Santa Tereza:

Ponto Zero – Praça 26 de Novembro. O percurso contém 5km (ida e volta) conta a história da cidade, com resquícios de Mata Atlântica, Casa de Farinha, lendas locais e trilhas ecológicas.

Passeio Urbano:

Ponto Zero – Praça 26 de Novembro. O percurso ocorre pelo centro da cidade, desfrutando da história da cidade, casarios antigos, Igreja Matriz de Santo Antônio, Grêmio Morenense, Cine Teatro Municipal e Praça 26 de Novembro.

Atrações turísticas naturais:

A Pedra das Pinturas:

Localiza-se na Região do Curimataú, no assentamento (Nossa Senhora da Conceição), ligado ao Sítio Goiana e Cacimba da Várzea município de Solânea (PB). Um misterioso monumento que aguça a imaginação. Trata-se de três rochas principais, em que a maior é sustentada por outras duas, como se fosse uma trave, pesando a principal, algumas toneladas. De acordo com o pesquisador e professor da Universidade Estadual da Paraíba, Carlos Belarmino, esta formação teria sido construída por povos primitivos que habitaram aquela região, no caso o Curimataú Oriental.

O objetivo do monumento é servir como referência de espaço, assim como lugar de cerimônia e ritos de passagem, inclusive o mesmo é recheado de inscrições rupestres. Diante do argumento de que seria um monumento moldado pela ação do tempo, o pesquisador argumenta que não há rochas daquele tipo próximo dali, levando a crer que elas foram trazidas de outro lugar. Monumentos como este se assemelham aos dolmens que foram usados pelos povos primitivos na Europa, norte da África e uma parte da Ásia.

O local é convidativo para ser apreciado, uma bela paisagem que desperta a curiosidade. Se foi a natureza que esculpiu ao longo do tempo, ou foram os seres humanos que ergueram toneladas de rochas de forma ainda não explicada e construíram este belo e enigmático monumento.

Fontes:

http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=251600&search=paraiba|solanea

http://www.cidadesdomeubrasil.com.br/PB/solanea

https://www.letras.mus.br/hinos-de-cidades/1825097/

http://www.paraibatotal.com.br/noticias/2014/11/26/08952-solanea-tambem-celebra-61-anos-de-emancipacao-politica-nesta-quarta-feira-26

https://brejo.wordpress.com/2007/09/25/misterio-em-solanea/

http://turismosolanea.blogspot.com.br/2013/07/pedras-das-pinturas.html

http://correiodaparaiba.com.br/geral/artesanato-no-interior-para-impulsionar-economia/

http://www.brejoparaibano.com.br/

http://www.anpuhpb.org/anais_xiii_eeph/textos/ST%2013%20-%20Maria%20Luzinete%20A.%20Sales%20e%20Marli%20Gomes%20da%20Silva%20TC.PDF

http://professormarcianodantas.blogspot.com.br/2016/02/as-principais-atracoes-turisticas-da.html

SOUZA, E. Degradação Ambiental da Mata do Cano localizada no município de Solânea-PB. 1. ed. Guarabira, 69 p., 2006.

http://pt.slideshare.net/genealogiasertaneja/aldeia-solneapb?from_action=save

https://www.politicamaiscedo.com.br/nacional/solanea-recebe-a-rota-cultural-caminhos-do-frio-a-partir-de-segunda-feira/

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