Naturalidade: Bananeiras-PB
Nascimento: 07 de setembro de 1869
Falecimento: 10 de dezembro de 1933.
Atividades artístico- culturais: poeta popular, cantador
Folhetos de sua autoria: Ficou conhecido como “o cantor da Borborema” por escrever diversos poemas com descrições da paraíba, em especial da serra da Borborema, da sua obra podem ser destacados, além d’ A guerra de Canudos, História do Valente Sertanejo Zé Garcia, As quatro órfãs de Portugal, O valor da honestidade, Combate de José Colatino com o Carranca do Piauí, história de Rosa Branca de Castidade, história de Antônio Silvino, A história de Carlos Magno e os 12 pares de França, Peleja de Joaquim Jaqueira com João Melchíades, História do Rei do meio dia e a moça pobre, História sertaneja, Quinta peleja dos protestantes com João Melchíades , História do viadinho e a moça da floresta, O príncipe Roldão no leão de ouro, A besta de sete cabeças, As quatro moças do céu: fé , esperança, caridade e formosura , porém existe muitos outros de grande valor para o cordel, estima-se que seja autor de 36 cordéis.
Romances: Escreveu O pavão misterioso, romance que fez do poeta o pivô de uma das maiores polêmicas da história do cordel, onde ele é acusado de “usurpar” a história do poeta José Camelo de Melo Resende.
Filho de pequenos proprietários, ficou órfão de pai muito cedo. Nunca frequentou a escola, aprendeu a ler com o beato Antônio Simão que pregava o catolicismo e alfabetizava adultos e crianças da região, por ordem do padre Ibiapina.
Entrou para o exército aos 19 anos ainda na Monarquia, e cinco anos depois foi promovido a sargento. Em 1904 deu baixa do exército devido um beribéri (doença nutricional causada por falta de vitamina B1), fixando residência na capital do Estado da Paraíba, onde casou-se com a “senhorinha Melchíades” como era conhecida popularmente e com quem teve 4 filhos (o mais velho falecido quando ainda criança).
Após reformado tornou-se poeta popular e cantador, teve a maior parte de seus folhetos publicados pela popular editora, tipografia do amigo e cordelista paraibano Francisco das Chagas Batista, não se sabe ao certo a data de seu primeiro folheto, porém em 1914 ele passou a publica-los regularmente, viajando anualmente para vender seus folhetos pelo interior, sobretudo nos sertões da paraíba, onde participava também de cantorias, viagens estas que eram feitas em época de safra e sempre a cavalo.
Confira um trecho do folheto O pavão misterioso de João Melchíades Ferreira da Silva:
[…]
Eu vou contar uma história
De um pavão misterioso
Que levantou vôo na Grécia
Com um rapaz corajoso
Raptando uma condessa
Filha de um conde orgulhoso.
[…]
Residia na Turquia
Um viúvo capitalista
Pai de dois filhos solteiros
O mais velho João Batista
Então o filho mais novo
Se chamava Evangelista.
[…]
O velho turco era dono
Duma fábrica de tecidos
Com largas propriedades
Dinheiro e bens possuídos
Deu de herança a seus filhos
Porque eram bem unidos.
[…]
Depois que o velho morreu
Fizeram combinação
Porque o tal João Batista
Concordou com o seu irmão
E foram negociar
Na mais perfeita união.
[…]
Um dia João Batista
Pensou pela vaidade
E disse a Evangelista:
– Meu mano eu tenho vontade
de visitar o estrangeiro
se não te deixar saudade.
[…]
– Olha que nossa riqueza
se acha muito aumentada
e dessa nossa fortuna
ainda não gozei nada
portanto convém qu’eu passe
um ano em terra afastada.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Melch%C3%ADades_Ferreira_da_Silva/
http://www.memoriasdocordel.com.br/2013/09/grandes-nomes-do-cordel-4-joao.html/
http://www.jangadabrasil.com.br/setembro/cn10900a.htm/
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.