Naturalidade: Conceição do Piancó-PB
Nascimento: 18 de fevereiro de 1950
Falecimento: 21 de julho de 2020
Site: www.pintodoacordeon.com.br
Atividades artístico-culturais: Cantor, compositor e instrumentista.
Estilo Musical: Forró
Participações: Festival de Montreux, Suíça (2008); gravação do DVD do grupo paraibano Clã Brasil (2006); e seção de autógrafos no lançamento do livro Por Amor ao Forró – Pinto do Acordeon, autoria de Onaldo Rocha de Queiroga.
Álbuns: Lançou seu primeiro LP solo (1976), no mesmo ano, a canção “Arte culinária”, uma parceria sua com Lindolfo Barbosa, fez sucesso com o Trio Nordestino; o LP “Gosto da Bahia”, pela Gravadora Japoti (1970); o álbum “As filhas da viúva” (1980); o LP “O rei do forró sou eu” Nova Produções (1994); participou da gravação do DVD do grupo paraibano Clã Brasil (2006); e os CDS: 20 anos de estrada, De língua, Forró Cocota, Me botando pra roer, Projeto divino, Eco nordeste, Vem viver essa paixão, Deixa o dia clarear; Sertanejo, entre outros. Durante toda a carreira, somam-se cerca de 20 álbuns gravados, entre LPs e CDs.
Francisco Ferreira Lima, conhecido pelo nome artístico de “Pinto do Acordeon”. Quando menino interessou-se pela música, e era aficionado por acordeon. Mas o primeiro instrumento que tocou foi “A Tuba”. Pinto fez parte da Banda de Música da sua cidade. Depois tocou o pandeiro, órgão (numa Banda Baile) e aos 14 anos começou a tocar a sanfona. Pinto diz “Eu tocava uma sanfona emprestada durante a noite, enquanto o dono da sanfona que estava hospedado na casa do meu pai estava a dormir”.
Ele tornou-se popular a partir de apresentações que realizava junto à trupe de Luiz Gonzaga. Iniciou sua carreira na cidade de Patos e hoje é um dos ícones da música regional.
Pinto relembra a sua infância “Eu fui criado engraxando no Beco da Pimenta, varri o cinema, para de noite entrar com uma tabuleta de cigarro, chocolate e confeitos para vender. Eu fui criado trabalhando, eu estudava a noite, quando eu chegava ao colégio para estudar, eu chegava cansado de tanto trabalhar durante o dia”.
O artista recorda “Para comprar minha primeira sanfona eu tive que bater uma caieira com 40 milheiros de tijolos passei três meses batendo tijolos e era sozinho, sem ajuda de ninguém”.
Pinto do Acordeon declara “Luis Gonzaga foi o meu espelho”. O artista lembra, “quando ele foi tocar em Conceição, a primeira vez, ele estava se apresentando em um Grupo Escolar, e a gente moleque tudo em cima do telhado das casas, para assistir ele, não se tinha dinheiro para pagar. Foi quando Gonzaga disse lá do palco, – Olhe molecada vocês tudinho aí, amanhã vai ter um show de graça em praça pública, vou tocar no meio da rua para vocês que não tem condições de pagar”.
O artista declara que apesar da infância sem brincadeiras e ter que trabalhar muito, ele considera-se feliz “Eu sou um homem realizado, eu posso bater no peito e dizer que sou um homem realizado”.
Foi autor de sucessos consagrados por artistas como Genival Lacerda, Trio Nordestino, Os 3 do Nordeste, Fagner e Elba Ramalho; além de ter composto junto com Dominguinhos e se apresentado ao lado de Luiz Gonzaga, seu maior ídolo e de quem ganhou uma sanfona. Pinto diz nunca esquecer das palavras de Gonzaga “ Se não tiver a voz de vaqueiro, não tem voz apropriada para cantar forró”.
Em 1976, Pinto compôs a canção “Arte culinária”, uma parceria sua com Lindolfo Barbosa, fez sucesso com o Trio Nordestino. Em 1994, seu álbum “O rei do forró sou eu” contou com seus próprios arranjos, além da participação de Genário, no Acordeon; Toninho, no Contra-Baixo; Lalá, na Guitarra; Ivo, Ivinho e Quartinha, na Percussão; Ramalho, nos Teclados; Egídio, na Flauta; e Dôra, Lilian Raquel e Robson, no Vocal. No repertório constaram doze músicas, todas de sua autoria.
Pinto emplacou a primeira canção de sucesso, “Neném Mulher”, como uma das trilhas da novela “Tiêta”, da Rede Globo de Televisão, em 1989. A história do músico sertanejo também é contada no documentário “O Brasil da Sanfona”, do cineasta Sérgio Roizenblit, que reúne mais de 50 sanfoneiros, e na recém-lançada biografia “Por Amor ao Forró – Pinto do Acordeon”, de Onaldo Rocha de Queiroga.
Ao longo de sua carreira compôs 280 obras e gravou 486 músicas de vários compositores. Após ficar afastado dos palcos por problemas de saúde, ao retornar aos shows Pinto declarou “Minha música é minha vida. É com imensa alegria que retorno aos palcos para exercer a minha música. Minha vida é o palco e o povo se tirar isso de mim é o mesmo que morrer”.
Pinto do Acordeon faleceu na madrugada de 21 de julho de 2020, em São Paulo, em decorrência de um câncer.
Fontes:
http://www.dicionariompb.com.br/pinto-do-acordeom/dados-artisticos