Naturalidade: Alagoa Grande-PB
Nascimento: 1932 / Falecimento: 2007
Alberto Ferreira tornou-se um renomado fotojornalista reconhecido principalmente como autor das melhores fotos tiradas do Pelé. Em 1950, quando Alberto na época com 18 anos e goleiro do Bota Fogo da Paraíba preparava-se para ir ao Rio de Janeiro realizar testes para goleiro do Flamengo seu time de coração, dias depois de sua chegada a capital carioca, ele participou do processo de peneira do Flamengo onde não teve um bom desempenho e foi descartado. Sem dinheiro, aceitou de um primo fotógrafo de João Pessoa a sugestão de tornar-se fotógrafo no Rio, iniciando assim o que seria uma carreira de sucesso.
Depois de uma rápida passagem pela Revista da Semana, Alberto foi para o Jornal do Brasil onde fez carreira por mais de 25 anos e chefiou a equipe do jornal. Alberto ao todo cobriu seis Copas do Mundo e três Jogos Olímpicos, acompanhou a temporada de Fórmula 1 de 1972 quando Émerson Fittipald conquistou seu primeiro título mundial, foi ele também o único fotógrafo a registrar a única “queda olímpica” de Nadia Comaceni, nas Olimpíadas de Moscou em 1980.
O fotógrafo ficou mais conhecido com as fotos tiradas do jogador Pelé. Ainda no fim da década de 50, ele começou a fotografar jogos do Rei sempre que o time do Santos ia jogar no Maracanã.
Em 1961 fotografou Pelé testando a bola da Copa do Mundo do Chile que ocorreria um ano após. Em 1962 conseguiu sua primeira grande foto quando Pelé se machucou no jogo contra Tchecoslováquia e saiu de campo carregado por policiais que fazia a segurança, o que seria o último jogo do ídolo naquele mundial. Um ano depois ele ganhou o prêmio ESSO de Fotojornalismo pelo registro do momento exato da contusão do Pelé.
Anos depois em 1965, o maior dos momentos foi a foto do momento exato de uma bicicleta dada por Pelé, que resultou em um gol contra a Bélgica e que ficou conhecida como a “mais importante do jornalismo esportivo no Brasil” e tornou-se até cartão postal, sendo classificada pelo próprio ídolo como a síntese de sua carreira.
Além de Pelé, ele também fotografou nomes como Garrincha o gênio botafoguense das pernas tortas, imortalizando em 1961 o exato momento de um gol do ponta pelo Botafogo contra o América em que Guarrincha fica preso entre as redes.
Alberto era tão completo, que nem mesmo se resumiu ao esporte, sendo também o dono de um dos maiores acervos da construção de Brasília, na década de 1960.
Em 2013 seu filho Carlos Ferreira montou em João Pessoa na Casa de Artes Visuais a mostra “Além da Bicicleta” com conjunto de dez fotografias do pai na intenção de torná-lo conhecido na Paraíba e mostrar sua trajetória profissional.
Carlos Ferreira diz “Meu pai é extremamente conhecido no mundo, classificado pela Casa Europeia de Fotografia, na França, como um dos dez maiores fotógrafos do mundo no século 20. Ele é também relativamente conhecido no Brasil, mas poucos sabem que ele era um paraibano apaixonado por sua terra. Esta mostra tem o objetivo de mudar esta realidade – explica Carlos, registrando que enquanto vivo Alberto manteve a tradição de sempre visitar, ao menos duas vezes por ano, a sua terra”.
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