Naturalidade: Fortaleza- CE
Nascimento: 26 de novembro de 1930 / Falecimento: 06 de março de 1987.
Formação artístico-educacional: Direito pela Universidade Federal de Pernambuco. Professor de Direito Penal na Faculdade de Direito da Fundação Regional do Nordeste (atual Universidade Estadual da Paraíba).
Atividades artístico-culturais: Poeta
Raymundo Yasbeck Asfora Raymundo Asfora, filho de Elias Hissa Asfora e Orminda Yasbeck Asfora, nasceu em Fortaleza, Ceará. Seus avós paternos eram palestinos, a avó materna do Líbano, da cidade de Zahle e o avô materno de Damasco, Síria. Aos dois anos, sua família mudou-se para o Recife, Pernambuco, onde ele, junto com os irmãos José e Francisco, fez o curso primário no Colégio Marista.
Ainda menino, foi morar em Campina Grande, na Paraíba, com a família, onde o pai, teve sociedade comercial com um tio na Rua João Pessoa, mais conhecida como Rua da Areia. Nessa cidade, ainda muito jovem, Raymundo Asfora iniciou a sua vida pública, atuando, em Grêmios estudantis, a favor de causas defendidas por estudantes secundaristas.
Voltou ao Recife, onde ingressou na Faculdade de Direito, concluindo o Curso em 1954. Nessa fase de estudante universitário, em suas idas à Campina Grande, participou, junto com outros colegas de movimentos estudantis de fins sociais, criando com o colega e amigo Felix Araújo a Casa do Estudante de Campina Grande. Antes, em 1952, foi nomeado Secretário de Ação Social da Administração de Plínio Lemos. Suas atuações o credenciaram à disputa das eleições de 1955, se elegendo vereador pelo PTB com 1.080 votos, permanecendo no cargo até 1959.
Em 1958, foi eleito deputado estadual pelo PSB, e durante seu mandato um projeto de sua autoria fez com que a Assembleia Legislativa da Paraíba ganhasse o nome oficial “Casa Presidente Epitácio Pessoa”. Nos anos 60, foi assessor do ministro João Agripino durante o governo de João Goulart, procurador da Fazenda Estadual em 1962, e dois anos depois, assumiu cargo de suplente na Câmara dos Deputados.
Em 1976, Asfora é eleito vice-prefeito de Campina Grande no pleito que elegeu Enivaldo Ribeiro para a prefeitura municipal, pela ARENA. Seis anos depois, elege-se deputado federal pelo PMDB, com 40.495 votos. Pelo mesmo partido, é definida a chapa que teria Tarcísio Burity como candidato a governador e Asfora como vice. Burity foi eleito com 755.625 votos, mas, ao contrário do governador eleito, Asfora não chegou a tomar posse.
Brilhante orador, elogiado por figuras expressivas nos meios intelectuais e políticos do Brasil, foi excelente advogado criminalista, sempre defendendo quem dele precisava. Poeta, Raymundo Asfora recebeu, pelos seus poemas, elogios de muitos poetas, destacando-se Carlos Drumond de Andrade e Mauro Motta. Como político, exerceu o mandato de Vereador, em Campina Grande, de Deputado Estadual, de Vice-prefeito de Campina Grande, de Suplente de Deputado Federal e de Deputado Federal no período de 1982 a 1986, quando foi eleito Vice-governador da Paraíba, com grande votação.
Foi considerado, pelos violeiros do Nordeste, como um dos melhores criadores de motes para serem glosados. Em março de 1982, na Semana Santa, referindo-se ao Cristo, deu ao Jornalista e poeta do Jornal Estado do Ceará, o mote que correu, na época, o Brasil: “A morte está enganada. Eu vou viver depois dela”. Outro mote importante, de sua autoria: “Há um pomar escondido/… no coração da semente.” Autor do belo poema “Tropeiros da Borborema”, musicado pelo amigo e compositor Rosil Cavalcante, a canção é reconhecida pela população como hino extraoficial da cidade e já foi até interpretada por Luiz Gonzaga.
Em 06 de março de 1987, Raymundo Asfora, às 16h, foi encontrado morto em sua residência, na Granja Uirapuru, em Bodocongó, Campina Grande. Na época, foi noticiado que ele havia cometido suicídio, logo desmentido – o ex-deputado e advogado havia sido assassinado. Casado duas vezes, Raymundo Asfora deixou sete filhos.
Fontes:
http://raymundoasfora.com.br/oficial/
http://cgretalhos.blogspot.com.br/2010/07/momentos-raymundo-asfora.html#.VbfXaaRVikp
2 respostas
Eu, ainda menino não perdia nenhum de seus comícios, para mim era uma satisfação e aprendizado ouvir os discursos desse grande tribuno que foi, dono de uma eloquência preciosa e apreciável, escuta-lo era encher-se de sabedoria!
“Mundo, Mundo, vasto Mundo, se eu me chamasse Raymundo, seria uma rima e não uma SOLUÇÃO..”