Município: João Pessoa – PB
Endereço: Área Rural no bairro do Valentina de Figueiredo
Presidente da Associação: Joseane Pereira da Silva Santos
Fundação: 2006
Em meio à Mata da Portela, área de preservação ambiental permanente, onde se encontram alguns rios que deságuam no mar destaque para a Comunidade Quilombola de Paratibe, uma das maiores da Paraíba e uma das três únicas comunidades quilombolas urbanas do estado situada na Zona Sul de João Pessoa.
Em estudo realizado por antropólogos do INCRA/PB, verificou-se que a comunidade possui mais de 200 anos, tendo ocupado a região onde se instalou ainda antes da promulgação da Lei Áurea, sem a abolição da escravatura.
O primeiro registro documental até agora encontrado é datado de 1855, e foi levado a cartório por João José Pereira de Carvalho e Maria Roza da Conceição Carvalho que teriam se declarado consenhores das terras de Paratibe e da Gruta.
Reconhecida como remanescente quilombola em 11 de julho de 2006 pela Fundação Cultural Palmares possui um território dividido em núcleos familiares. Segundo dados da Associação da Comunidade Negra de Paratibe, sua população é de aproximadamente 600 famílias.
Seus principais costumes são: Ciranda, o coco de roda, folguedos, o banho de rio, as festas religiosas, o “fazimento de quartos” (culto aos doentes e defuntos), os funerais com as excelências, o curandeirismo, os cultos religiosos de matriz africana, como umbanda e candomblé.
Deve-se ressaltar que a identidade desta comunidade está tradicionalmente associada a um estilo de vida rural, que tem sofrido o impacto às formas de expressão daquela população e à preservação do patrimônio histórico-cultural causado pelo desenvolvimento socioespacial urbano pessoense.
Se há séculos, os habitantes de Paratibe desfrutavam coletivamente da terra, das árvores e dos rios havidos no território que ocupam. Hoje se tem verificado, sobretudo com a sobreposição do bairro do Valentina Figueiredo e o avanço da zona urbana pessoense, a presença de inúmeros óbices ao uso do espaço, o que tem modificado intensamente costumes seculares, como os hábitos pesqueiros, a agricultura familiar e a colheita de frutos na mata.
A líder comunitária do quilombo de Paratibe, Joseane Pereira da Silva Santos, disse que as pessoas têm cedido ao preconceito e falou da dificuldade para reafirmar a comunidade como quilombo. Embora o reconhecimento como quilombo tenha trazido benefícios na área de políticas públicas, segundo a mesma os moradores parecem ter vergonha da própria origem, renegando inclusive as raízes negras.
“Tínhamos nossos costumes na comunidade, mas as pessoas foram deixando de lado por causa do preconceito, a comunidade não estava se aceitando, queria esquecer o passado. Os loteamentos foram chegando e nossa origem ficou para trás”, revelou Joseane. Ela e o grupo comunitário da associação “Comunidade Negra de Paratibe” estão tentando resgatar, através da conscientização, a auto-estima do quilombo.
Fontes:
http://quilombosdaparaiba.blogspot.com.br/2013/03/vida-quilombola-ate-que-enfim.html
http://quilombosdaparaiba.blogspot.com.br/2013_11_01_archive.html
http://www.koinonia.org.br/oq/noticias-detalhes.asp?cod=7515
Uma resposta
Me despertou a vontade de ir conhecer in loco,pois sou aluna de turismo em Campo Grande Mato Grosso do Sul, e estou começando um trabalho junto a comunidade Quilombola de Furnas dos Dionisio, e vendo tudo o que vocês oferecem ai na comunidade acredito poder adquirir conhecimentos e quem sabe até implantar algo por aqui.
Esse artesanato, turbantes tudo muito lindo, a cultura.