Naturalidade: Guarabira – PB / Radicado no Rio de Janeiro – RJ
Nascimento: 11 de novembro de 1932
Atividades artístico-culturais: Cantor e compositor.
Gênero musical: Samba puro e samba-enredo.
Discografia: (1992) Mais que feliz /RGE/LP; (1976) Meu drama/LP; (1972) Matrim Cererê • Compacto simples; (2010) Eternos guardiões/CD (vários) Gravadora Biscoito Fino.
José Ignácio dos Santos Filho ficou inicialmente conhecido como “Zé Catimba” e posteriormente como “Zé Katimba”. É filho de um violeiro, cantador e poeta de cordel, bem como, pai do cantor e compositor Inácio Rios. Foi para o Rio de Janeiro com dez anos de idade, indo morar no Morro do Adeus, no Bairro de Ramos, Zona Norte da cidade. Seu apelido surgiu nas peladas de futebol do morro.
Em 1959, então com 16 anos, participou na fundação da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense. Começou como puxador de corda, depois virou passista e chegou a mestre-sala. Comandou diversas alas da escola e chegou à Vice-Presidência da agremiação. Considerado como um dos criadores do samba-enredo moderno, alegórico, bem humorado, pontuado de imagens, em oposição aos antigos, mais narrativos, com muitas descrições.
Seu primeiro sucesso foi “Barra de ouro, barra de rio, barra de saia”, de 1971, samba-enredo que classificou a escola Imperatriz Leopoldinense em 7º lugar do Grupo 1 no desfile daquele ano.
Este samba é considerado um marco a história do samba-enredo, uma inovação para a época, tendo em vista o uso de apenas 18 linhas na letra, quando o mais usual são letras com mais de 30 linhas.
No ano de 1972, o sucesso de “Martim Cererê” fez com que Zé Katimba virasse personagem da novela “Bandeira 2”, da Rede Globo, escrita por Dias Gomes, com Grande Otelo no papel de sambista. Além de “Martim Cererê”, tema de abertura, outras duas músicas de sua autoria fizeram parte da trilha sonora, que vendeu 700 mil cópias.
Tem várias parcerias com Martinho da Vila, com quem compôs o samba “Recriando a criação”, que concorreu no “Festival dos Festivais”, da Rede Globo, em 1986. No ano posterior, em 1987, o grupo Exporta Samba gravou no LP “Valeu a experiência” suas composições “Deixa o coração mandar” (com Ratinho) e “É preciso amar”, em parceria com João Marques. O cantor Júlio Iglesias, no ano de 1992, gravou “Me ama mô”, uma de suas parcerias mais famosas com Martinho da Vila.
Seu primeiro LP, “Mais que feliz”, de 1992, rendeu o “Prêmio Sharp” na categoria de “Melhor Produtor” ao cavaquinista Alceu Maia, um de seus parceiros.
Em 2009, foi lançada a biografia do compositor. Escrita pelo jornalista Fernando Paulino “Zé Catimba – que grande destino reservaram pra você!”, o livro foi lançado no bar Estrela da Lapa, no centro do Rio de Janeiro, com uma roda de samba comandada pelo filho do compositor Inácio Rios. Neste mesmo ano foi homenageado com a “Medalha de Mérito Pedro Ernesto”, por iniciativa do vereador Eliomar Coelho, sendo esta uma honraria concebida pela Câmara Municipal do Rio de Janeiro àqueles personagens que se destacam na sociedade brasileira.
No ano seguinte, em 2010, ao lado de Dauro do Salgueiro, Jonas da Vila, Walter Peçanha e David do Pandeiro, participou da coletânea “Eterno guardiões”, com direção musical de Paulão Sete Cordas. No ano posterior, o parceiro Martinho da Vila lançou o CD e DVD “Lambendo a cria”, no qual incluiu a faixa “Na minha veia”. No ano de 2012 participou do show em homenagem a João Nogueira, no Circo Voador, na Lapa, centro do Rio de Janeiro.
Em 2013, ganhou do jornal Extra, o título de “Cidadão Samba” e ainda o prêmio, do jornal O Globo, “Estandarte de Ouro”. Neste mesmo ano finalizou um DVD, no qual contou com várias participações especiais. Ainda em 2013, a convite da Prefeitura de Guarabira, do Estado da Paraíba, retornou a sua terra natal após 70 anos, sendo homenageado pela Câmara Municipal de Guarabira com a medalha honorífica “Osmar de Araújo Aquino”, por sua atuação artística no cenário nacional.
Em 2014 foi escolhido para ser tema da terceira edição do “Projeto Memória do Samba”, de responsabilidade da ONG Oficina do Parque, com DVD, CD e um novo livro. Neste mesmo ano, em 20 de novembro de 2014, data em que se celebra o “Dia da Consciência Negra”, foi homenageado no Quilombo dos Palmares com a “Medalha Zumbi dos Palmares”, aprovada pela Câmara Municipal de Niterói e ainda, homenageado no evento “Um Rio de Samba” criado pela Secretaria Municipal de Turismo e realizado pela Riotur, com o diploma “Baluarte do Samba Carioca”.
Em 2015 a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense desfilou com o samba-enredo “Axé, Nkenda! Um ritual de liberdade – e que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”, composto em parceria com Adriano Ganso, Aldir Senna, Jorge do Finge e Marquinho Lessa. Como compositor de samba-enredo venceu por dez vezes a disputa na Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, com os quais a escola desfilou na avenida.
Com mais de 800 músicas gravadas e muitas em parcerias. Suas canções foram gravadas por Elza Soares, Alcione, Jair Rodrigues, Zeca Pagodinho, Jurema, Leci Brandão, Simone, Agepê, Luiz Carlos da Vila, Júlio Iglesias, Martinho da Vila, Emílio Santiago, Elymar Santos, Demônios da Garoa, João Nogueira, Agepê, Simone, além do próprio compositor.
Em 2019, Zé se tornou diretor da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense, no Rio de Janeiro, onde começou como empurrador de carro da agremiação. Além disso, o paraibano é o sambista que teve mais sambas-enredos escolhidos na avenida carnavalesca, totalizando 15 canções.
Em 16 de agosto de 2019 Zé Katimba recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” da Universidade Federal da Paraíba.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Katimba
http://www.dicionariompb.com.br/ze-katimba/obra
Pesquisador: José Paulo Ribeiro, e-mail: zepaulocordel@gmail.com.