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Data de publicação do verbete: 17/11/2015

Índios Cariris

Na Paraíba os Cariris apresentavam-se dispersos, sua presença foi observada no Agreste, Borborema e atual Sertão. Dividiam-se em várias tribos, os Ariús, Icós, Tapuias, e outros.
Data de publicação: novembro 17, 2015

Região: Sertão nordestino, entre a Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.

Antes da ocupação do território nacional, feita pelos portugueses, o Brasil era habitado por diversas tribos indígenas. Segundo alguns historiadores, os Cariris vieram da região norte do país e tinham hábitos de vida similares aos do homem neolítico, além de serem liderados por um sábio, desenvolviam práticas rudimentares de agricultura e moravam próximos aos rios para assim poder plantar em terrenos férteis.

Adoravam diversos deuses de acordo com o que a terra produzia; além de ter um deus para caça, outro para pesca e assim sucessivamente. Faziam festas e danças onde realizavam rituais e sacrifícios. Era comum o adultério entre eles, pois era normalizado perante as festas. Costumes estes que entraram em transformação com a chegada dos missionários.

Na Paraíba os índios Cariris apresentavam-se dispersos, sua presença foi observada no Agreste, Borborema e atual Sertão. A Nação Cariri dividia-se em várias tribos, em território paraibano e proximidades encontravam-se os Paiacus, Icós, Sucurus, Ariús, Panatis, Canindés, Pegas, Janduis, Bultrins e Carnoiós. Os Tapuias – Pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.

Por volta de 1500, famílias indígenas Potiguaras, pertencentes à Nação Tupi-Guarani, emigrados do litoral maranhense, situados na parte Norte do litoral paraibano, desde as proximidades da Baía da Traição até os contrafortes da Borborema, moveu guerra contra os Cariris, cujo resultado foi o deslocamento dos Cariris para as regiões sertanejas.

Assim que os portugueses chegaram, tentaram dominar o território indígena do seu modo, impondo trabalho escravo aos índios e tentando amansá-los de alguma forma com a catequização, em detrimento da cultura que eles preservavam.

Algumas tribos, inclusive tribos das famílias dos Cariris, em um movimento de resistência fundaram a Confederação dos Cariris em 1683. A partir de então, começaram a ocupar vários territórios do Nordeste expulsando os moradores locais, como por exemplo, a ocupação da província do Rio Grande do Norte e a violenta expulsão de fazendeiros portugueses donos de lotes fundiários que antes eram territórios indígenas.

As guerras com “o homem branco” se seguiram no Nordeste, até que eles ocuparam boa parte da Paraíba e também do Ceará. Incomodado com a situação, o governador geral do Brasil, na época, Manuel da Ressureição pediu ajuda aos bandeirantes de São Paulo e São Vicente para lidar com a situação.

A iniciativa do governo geral para domar os índios apenas piorou o conflito, pois, a partir de então os índios começaram a ocupar outros territórios e receberam apoio de outras tribos que acabaram aderindo a Confederação dos Cariris.

Em 1713, irritados com a vitória dos indígenas, o coronel João de Barros Braga e seu regimento realizaram uma expedição para subir o Vale do Jaguaribe, passando pelo território dos índios, o coronel então mandou exterminar todos os povos indígenas que aparecessem pela frente, e só depois de muito sangue derramado é que o governo geral conseguiu exterminar a Confederação dos Cariris, deixando então um lamentável histórico de sangue para o Brasil.

Depois das batalhas, os prisioneiros mais fortes eram exterminados a ferro frio, as mulheres e as crianças eram escravizadas e enviadas para as fazendas para indenizar os proprietários de terra dos custos da “guerra justa”. Dessas mulheres escravizadas e violentadas vieram os descendentes, o povo caboclo. Darcy Ribeiro (2006) fala que esses primeiros “mestiços” eram “ninguém” e que, para existir, precisavam reinventar-se a si mesmo. Assim reinventa-se uma nova cultura, uma nova civilização da região semi-árida.

Desta forma, vão aos poucos sendo apagados do território paraibano, dizimados, perseguidos, e o que resta deles aos poucos sendo esquecido, pois, suas identidades vão se perdendo através do extermínio ou da etnogênese presente em seu processo histórico. Apesar disso, atualmente vários grupos indígenas contemporâneos dos Cariris reivindicam ascendência dos Cariris, entre elas então os Kiriris, Kaimbés, Tumbalalás, entre outros.

Fontes:

http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/confederacao-dos-cariris/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cariris#Kariris_atuais

http://historiadaparaiba.blogspot.com.br/2007/12/os-ndios-da-paraba.html

https://www.algosobre.com.br/historia/historia-da-paraiba-2.3.-a-populacao-indigena.html

http://riachodasquengas.blogspot.com.br/2009/10/os-antigos-habitantes-de-campina-grande.html

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