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Data de publicação do verbete: 08/08/2016

Paulo Ró

Músico instrumentista, cantor, compositor, e ativista cultural. Uma das principais forças criativas da Paraíba. Envolvido no processo histórico de resistência cultural.
Data de publicação: agosto 8, 2016

Naturalidade: João Pessoa – PB

Nascimento: 11 de Março de 1958.

Atividades artístico-culturais: Cantor, compositor, músico instrumentista, e ativista cultural.

E-mail: paulo.roh@ig.com.br

Contato: (83) 3293-1250

Paulo Ró tem uma longa história na música paraibana, desde os anos de 1970, quando iniciou suas pesquisas e produções musicais. É uma das principais forças criativas da Paraíba. Começou sua carreira em 1974 experimentando diferentes sons nos violões, nas percussões, com ritmos ímpares, criando instrumentos para novas sonoridades.

O artista junto com Pedro Osmar formou o grupo de resistência cultural paraibano, “Jaguaribe Carne de Estudos”. Juntando a música popular local com as experimentações mais impensáveis, com a finalidade de vivenciar a música livre, aprofundar pesquisas musicais, produzir situações de arte-educação, dialogar com outros artistas, outras expressões artísticas e incentivar manifestações culturais na cidade de João Pessoa.

Em paralelo a este trabalho mais vanguardista, tem vários discos dedicados à pesquisa da música de raiz de todo o Brasil, e ainda rápidas aventuras pelo brega”, música eletrônica e até música celta. Graças a esse trabalho prolífico foi chamado, e sem exagero, de um dos maiores compositores do Estado da Paraíba.

Seu trabalho mais recente, o “Cantus Popularis”, que começou a ser gravado em 2010, e lançado recentemente é uma síntese do melhor que há na produção de Paulo Ró. Ele expressa uma profunda pesquisa nas raízes populares da cultura nordestina, trazendo cocos de roda, cirandas, a mazurca, os congos e lapinhas.

A pequena faixa de abertura já é uma insinuação do tom do álbum, uma cambinda típica da praia de Lucena, ao norte de João Pessoa, que aos poucos dá lugar a manipulações sonoras eletrônicas. O disco é entrecortado por citações de cocos, cirandas e aboios tradicionais de vilarejos e comunidades tradicionais da Paraíba, e temperado com solos virtuosísticos de guitarra, batidas de hardcore, efeitos eletrônicos. Mas esses elementos não aparecem com o intuito de contrastar; mas de somar. Os dois elementos não destoam nem aparecem como coisas separadas numa mesma faixa, mas casam perfeitamente, como se as músicas sempre tivessem sido tocadas assim.

O disco é um sopro de ar fresco na safra mais recente de trabalhos regionalistas da Paraíba, saturados por tentativas de modernizar a todo custo. A partir de um olhar próprio, Paulo Ró recria o vasto universo da cultura popular, modificando, reelaborando, fragmentando, adicionando, misturando e distorcendo suas mais fortes referências, como as “Cambindas” brilhantes de Lucena, entre outros grupos e mestres populares.

A pesquisa-vivência de Paulo Ró lhe confere certa intimidade com o universo popular, dando-lhe tanto abertura para recriar e registrar suas impressões, quanto à responsabilidade de fortalecer e difundir as autênticas raízes da cultura musical brasileira.

O trabalho mostra de forma contemporânea e original a nobre e singela poesia, o colorido descritivo e cativante da música que o povo simples brinca, demonstrando o prazer, a versatilidade e a riqueza composicional, revitalizando a música tradicional em todas as suas instâncias, trazendo para o convívio do público de hoje a música que é passada de pai para filho, num processo histórico de resistência cultural.

“O ser humano não tem uma mente fechada. A cabeça da gente não é uma coisa fechada. É uma coisa muito aberta. E isso tem que ser colocado pra fora. Através da música”.  (Paulo Ró)

Fontes:

https://pt-br.facebook.com/events/277448572272964/

http://www.ritmomelodia.mus.br/2005/03/01/paulo-ro/

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