Naturalidade: Boqueirão – PB
Nascimento: 1959
Contatos: 3218-5098 / 3218-5092
Atividade artístico-cultural: Artesã
Maria das Dores Ramos Silva, também conhecida carinhosamente pelo nome de “Dorinha” aprendeu a arte da renda ainda criança, aos oito anos de idade, com a ajuda de uma vizinha. Ela trabalha com renda renascença há mais de 40 anos. A artesã já morou em Brasília, onde vendia peças de enxoval para moradoras do Plano Piloto. De volta à Paraíba veio morar em João Pessoa e entrou no Programa de Artesanato da Paraíba (PAP), onde ganhou visibilidade e mais oportunidades de trabalho.
Segundo Dorinha a renda é uma herança cultural “É uma atividade que passa de mãe para filha, de avó para neta”. Ela acrescenta que conta que com a ajuda das três filhas na produção das peças. Os materiais utilizados são lace (um tipo de fita), linha 100% algodão, papel manteiga, papel madeira, lápis de desenho, tesouras e agulhas. As rendas produzidas passam de geração a geração, e duram de 30 a 40 anos.
Graças à técnica delicada de bordar, a agricultora familiar e artesã já conheceu Nova Iorque (EUA) e apresentou em eventos pela região a Renda Renascença produzida no Cariri paraibano. Em setembro de 2013, ela foi convidada para participar da Exposição Mulher Brasileira, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). “Conheci outras culturas, fiz novas amizades e contatos. Os americanos ficaram admirados”, conta. A visita rende trabalho até hoje. “Ainda mandamos produtos para lá”.
Dorinha foi uma das 15 brasileiras selecionadas para expor seu trabalho na exposição “Mulher Artesã Brasileira”, na sede da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento ofereceu às contempladas a oportunidade de aprimoramento profissional por meio de exposições, participação em palestras, divulgação na mídia, entre outras ações formadoras. Com a intenção de investigar o panorama atual do artesanato no país, estabelecendo um intercâmbio entre as diversas realidades regionais. Devido à sua rica produção artesanal, o Brasil foi escolhido pela ONU para a exposição nos Estados Unidos.
A seleção dos projetos foi realizada por uma comissão composta por profissionais da Associação Brasileira de Exportação de Artesanato (Abexa), Programa do Artesanato Brasileiro do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Foram selecionadas 15 artesãs em 12 estados que melhor representaram o artesanato nacional.
Maria das Dores é presidente da Associação Ateliê Renascença de São José do Umbuzeiro, na Região do Cariri Paraibano, a 319 quilômetros da capital do estado. A associação reúne quase 50 mulheres do Cariri, que vivem do seu artesanato e melhoraram a renda familiar.
Dorinha destacou que a renda renascença é um trabalho minucioso e demorado. “Como trabalhamos em associação, dividimos o trabalho. Uma peça pode ser feita por várias rendeiras. Isso contribui para terminarmos mais rápido e recebermos logo o dinheiro”. E enfatizou “um vestido de noiva demora cerca de oito meses para ser confeccionado por apenas uma artesã. Para o tempo de produção ser diminuído, atualmente, quatro artesãs estão trabalhando em uma mesma peça”.
Fontes:
http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20130422110154
http://paraiba.pb.gov.br/artesanato-da-paraiba-vai-ser-exposto-na-sede-da-onu-em-nova-iorque/