Naturalidade: Bananeiras- PB.
Nascimento: 20 de maio de 1901 / Falecimento: 12 de agosto de 1949.
Formação Acadêmica: Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro
Odon Bezerra Cavalcanti, filho de Leopoldo Bezerra Cavalcanti, grande proprietário rural, e de Júlia Gabino Bezerra Cavalcanti. Foi um político paraibano que governou o estado, exerceu os cargos de prefeito de Bananeiras e deputado federal.
Fez os primeiros estudos em sua cidade natal, mudando-se depois para a cidade de Paraíba, atual João Pessoa, onde cursou o Colégio Diocesano Pio X e o Liceu Paraibano. Em 1919, matriculou-se na Faculdade de Direito do Recife e começou a trabalhar como inspetor federal de estradas. Nos dois anos seguintes foi inspetor de obras contra as secas. Foram seus contemporâneos na faculdade jovens que se tornariam líderes políticos e intelectuais de destaque na Paraíba, como Argemiro de Figueiredo, Álvaro Gaudêncio de Queirós, Osvaldo Trigueiro de Albuquerque Melo, José Marques da Silva Mariz e José Lins do Rego.
Ainda em Recife ingressou na carreira militar, incorporando-se em 1922 ao 21º Batalhão de Caçadores. Transferiu-se em seguida para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, e de março de 1923 a março de 1924 cursou a Escola Militar do Realengo, da qual foi expulso por suspeita de envolvimento nas conspirações tenentistas contra o governo do presidente Artur Bernardes (1922-1926). Em dezembro de 1924 bacharelou-se pela Faculdade de Direito do Rio de Janeiro.
Retornando à Paraíba, elegeu-se prefeito de Bananeiras, cargo que exerceu de abril de 1928 a fevereiro de 1929. Nesse ano aderiu à Aliança Liberal, que lançou a candidatura de Getúlio Vargas e João Pessoa, o primeiro presidente do Rio Grande do Sul e o último da Paraíba, à presidência e à vice-presidência da República nas eleições marcadas para março do ano seguinte. Com a derrota dos aliancistas, seguida, em julho, do assassinato de João Pessoa, passou a participar da conspiração liderada pela Aliança Liberal contra o governo do presidente Washington Luís (1926-1930).
Ao lado dos tenentes Juarez Távora, Juraci Magalhães, Agildo Barata e outros ex-colegas da Escola Militar e da Faculdade de Direito, trabalhou como elemento de ligação do Nordeste com o Sul, mantendo-se em contato com Osvaldo Aranha, João Alberto Lins de Barros, Osvaldo Cordeiro de Farias e outros chefes revolucionários. Na Paraíba, estabeleceu a comunicação entre os batalhões federais no interior.
Ao eclodir a revolução na Paraíba, em 4 de outubro de 1930, foi comissionado no posto de capitão e participou da tomada do 22º BC. Com a rápida vitória dos revolucionários e a ascensão de José Américo de Almeida ao governo estado (4 de outubro a 26 de novembro), em 12 de outubro foi nomeado secretário de Segurança e no dia seguinte tomou posse.
Nessa época, teve oportunidade de retornar à carreira militar, beneficiado pela anistia concedida pelo governo provisório de Getúlio Vargas aos envolvidos nas rebeliões tenentistas, mas recusou-a. Durante o governo do interventor federal Antenor Navarro (26 de novembro de 1930 a 26 de abril de 1932), deixou a Secretaria de Segurança em 13 de fevereiro de 1931, e no mês seguinte foi nomeado secretário do Interior, Justiça e Instrução Pública. De maio a julho do mesmo ano assumiu interinamente a interventoria.
Quando eclodiu a Revolução Constitucionalista de 1932 em São Paulo, comissionado como tenente-coronel, organizou e comandou um batalhão da polícia paraibana contra os insurgentes. Em agradecimento aos serviços prestados, o governo federal deu-lhe o posto de tenente-coronel honorário da Polícia Militar.
Em maio de 1933, elegeu-se deputado à Assembleia Nacional Constituinte pelo Partido Progressista da Paraíba. Em outubro de 1934 elegeu-se deputado federal para a legislatura ordinária que seria iniciada em maio de 1935 e tornou-se membro das comissões de Legislação Social e de Reforma Ortográfica.
Foram seus companheiros de bancada o ex-interventor Gratuliano da Costa Brito, José Gomes da Silva, que viria a ser também interventor, Heretiano Zenaide, José Pereira Lira, Samuel Duarte e Rui Carneiro.
Exerceu seu mandato até 10 de novembro de 1937, quando todos os órgãos legislativos foram fechados pelo golpe que instaurou o Estado Novo (1937-1945). No início de 1938 reabriu sua banca de advogado na capital paraibana e em 1940 tornou-se advogado do Banco do Brasil em João Pessoa, função que exerceria até a morte.
Com a desagregação do Estado Novo em 1945, colaborou na organização do Partido Social Democrático (PSD) e apoiou a candidatura de Eurico Gaspar Dutra à sucessão presidencial. Vitorioso o candidato do PSD em dezembro de 1945, foi nomeado, em 6 de fevereiro do ano seguinte, interventor federal na Paraíba, em substituição ao desembargador Severino Montenegro. As eleições para os governos estaduais teriam lugar em janeiro de 1947.
Encontrando a Paraíba em grande crise financeira, pediu empréstimo à Caixa Econômica Federal, destinado à restauração dos serviços de água e eletricidade, à açudagem, à construção de prédios públicos e ao crédito agrícola. A iniciativa foi combatida pela oposição, que questionou o destino da verba e alertou sobre as consequências do empréstimo para os governos futuros.
Em 22 de setembro de 1946 pediu exoneração, pois precisava se desincompatibilizar do cargo para concorrer a mandato eletivo, elegeu-se, em janeiro de 1947, deputado à Assembleia Constituinte da Paraíba pelo PSD. Assumindo o mandato em março seguinte, liderou a bancada do partido durante os trabalhos legislativos e integrou a comissão incumbida de organizar e instrumentalizar o projeto da nova Carta da Paraíba. Promulgada a nova Constituição estadual em 11 de junho de 1947, e com a Constituinte estadual transformada em Assembleia Legislativa, teve o mandato prorrogado até o fim da legislatura, em janeiro de 1951. Mas licenciou-se do cargo para dar lugar ao primeiro suplente, João Luís de Luna Freire.
Com a eleição do deputado Osvaldo Pessoa para a prefeitura de João Pessoa, em outubro de 1947, Luna Freire foi efetivado e Odon reassumiu sua cadeira no mês seguinte. Passou a integrar a Comissão de Constituição, Legislação e Justiça, da qual se tornou presidente. Permaneceu no exercício regular do mandato durante o ano de 1948, mas, em 1949, acometido de grave enfermidade, licenciou-se sucessivas vezes.
Faleceu em João Pessoa, enquanto exercia mandato de deputado estadual. Há uma rua na capital paraibana que leva o seu nome. É uma figura muito conhecida e elogiada pelos moradores da cidade de Bananeiras.
Fontes:
http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/verbetes/primeira-republica/CAVALCANTI,%20Odon%20Bezerra.pdf