O sábado (7) vai ser de rock e feria de livros e quadrinhos no Pogo Pub, que fica localizado na Praça Antenor Navarro, no Centro Histórico de João Pessoa.
O ‘Gambiarra Fest’, começa pontualmente às 16h e a entrada custa R$ 5,00. Além das bandas, o evento terá uma feira de livros e quadrinhos com venda e troca de material, discotecagem com clássicos do rock alternativo paraibano.
Os artistas Angie e Leandro Walrus apresentam no bar, os seus trabalhos em uma exposição artística com devaneios surrealistas e traços mesclando quadrinhos e pop art.
O evento vai ser realizado para tentar manter o Pogo Pub em funcionamento, já que o local passa por dificuldades financeiras.
Confira o texto na íntegra
Em meio a crises reais e supostos dramas criados para segregar e desinformar a população, o que enxergamos é além de um retrocesso, um avanço de ideias intolerantes, nocivas e um apoio crescente ao ódio fascista. O rock desde o seu surgimento tem andado lado a lado com a liberdade e as lutas e movimentos em prol da igualdade.
Infelizmente, apesar das conquistas, nossos direitos ainda são escassos, limitados e parte do que temos hoje se vê ameaçado pelos interesses de poucos poderosos apoiados por parte da população. O que tudo isso tem a ver com música e com uma casa de shows no Centro Histórico de João Pessoa? Tudo!
O avanço de todo tipo de preconceito deve ser dialogado e combatido, e motivou as bandas Vênus In Fuzz, Invéxis, Urubu Trip, Movimentos Involuntários, Emerald Hill e Os Cibernéticos a entrarem na luta. Rotular e definir o som dessas bandas é muito pouco, quando o que se pode ouvir é música sincera e engajada em prol de um meio que já presenciou tantas casas de shows encerrando atividades, que ainda encarar olhares tortos e pouco apoio. Essas bandas resistem contra a intolerância e também contra as dificuldades de se manter produzindo e tocar para frente sem exposição na mídia, em muitos casos com shows pequenos e com pouco público.
Mas isso é muito maior que qualquer Rock In Rio, é luta real e diária e o Pogo Pub tem tudo a ver com essa realidade. A casa tem tido dificuldades de se manter e corre o risco de encerrar sua história ou se tornar algo diferente do que seus assíduos frequentadores conhecem, então em apoio ao espaço as bandas vão reverter a bilheteria do show numa tentativa de ajudar a produtora Vida Torta, responsáveis pelo local a continuar produzindo e apoiando o cenário, artistas e os movimentos sociais que interagem com ele.
A Praça Antenor Navarro precisa resistir e manter os espaços que fortalecem a cultura local, portanto todo apoio é bem vindo. O Pogo Pub sobrevive a 5 anos junto com outras casas, dando espaço para bandas e artistas que já deram de cara com muitas portas fechadas. O público e a produção se misturam e temos ali um registro sincero daquela sensação de unidade, de fazer parte de algo que sempre foi a maior motivação do underground e sempre dependeu apenas da vontade das pessoas em fazerem algo, uma luta para mudar as coisas, movimentar e resistir.
Via: WSCOM