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Data de publicação do verbete: 08/06/2016

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque

Advogado, professor e político. Em sua homenagem a capital do estado da Paraíba, antes denominada de "Parahyba", passou a se chamar "João Pessoa".
Data de publicação: junho 8, 2016

Naturalidade: Umbuzeiro – PB

Nascimento: 24 de janeiro de 1878 / Falecimento: 26 de julho de 1930

Atividades exercício – profissional: Advogado, professor e político.

Formação Acadêmica: Bacharel em Direito pela Faculdade de Direito de Recife

João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, filho de Cândido Clementino Cavalcanti de Albuquerque e Maria de Lucena Pessoa, irmã do ex-presidente da República Epitácio Pessoa (1919-1922), sobrinho-neto do Barão de Lucena, presidente da província de Pernambuco (1872-1875) e ministro do governo de Deodoro da Fonseca (1889-1891). João Pessoa era irmão do coronel Aristarco Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, comandante em chefe das forças revolucionárias de 1930 em Minas Gerais, de Cândido Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, deputado federal de 1927 a 1930, e de 1935 a 1936, e do marechal José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, idealizador da Academia Militar das Agulhas Negras, presidente do Clube Militar de 1944 a 1946 e comandante da Zona Militar Sul de 1948 a 1949.

Fez seus primeiros estudos em sua cidade natal. Em 1889 foi levado para a cidade de Guarabira, no brejo paraibano, por sua tia paterna, Feliciana Cavalcanti de Albuquerque Paes Barreto casada com o capitão do exército Emílio Barreto. Ingressou mais tarde na Escola Militar do Rio de Janeiro, onde foi posteriormente desligado por haver sido acusado de tomar parte em um movimento revolucionário. Desterrado para Belém do Pará, foi incluído no 4º Batalhão de Artilharia de Posição, como soldado raso, em 7 de abril de 1895, excluído por incapacidade física.

Em 1899 foi nomeado amanuense da Faculdade de Direito do Recife, onde concluiu o curso jurídico, colando grau de Bacharel em Direito no dia 19 de dezembro de 1903. Exerceu sucessivamente as funções de professor da Escola Normal Pinto Junior e de Delegado do Ensino do distrito de Graça, em Recife.

Em 1905 casa-se com Maria Luiza de Souza Leão Gonçalves, filha do senador, ex-governador e desembargador Sigismundo Antônio Gonçalves.

Exerceu a advocacia até 1910. Emigrando para o sul foi logo nomeado representante da Fazenda, nos processos de desapropriação para execução de melhoramentos dos portos. A 29 de dezembro de 1910, após aprovação em concurso público para a Justiça Militar é nomeado Auditor da Marinha, em 1918, promovido a Auditor Geral, e dois anos depois, com a reforma da Justiça Militar, foi aproveitado nas altas funções de Ministro do Supremo Tribunal Militar.

Eleito a 22 de junho de 1928, Presidente do Estado da Paraíba, e foi empossado quatro meses depois. Era chefe do Partido Republicano local.

Tomando o já então escritor José Américo de Almeida como seu braço direito, passou a governá-la com métodos que começaram a escandalizar os mais conservadores e politiqueiros. Detestava os medalhões e os cobria de ridículo, nas conversas que mantinha com os mais achegados. Em dois anos de governo, João Pessoa combateu a sonegação de impostos e o mau uso do dinheiro público, restaurou a economia paraibana, estimulou a agricultura e a indústria, abriu a Avenida Epitácio Pessoa, na capital e diversas estradas no Estado, construiu pontes e o Porto de Cabedelo, entre outras obras.

Em 1929, negando-se a apoiar a candidatura situacionista de Júlio Prestes à Presidência da República, foi indicado pela Aliança Liberal como candidato à Vice-Presidência da República, em oposição ao Governo Federal, na chapa encabeçada por Getúlio Vargas e articulada pelos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

Sendo derrotado, enfrentou rebeliões na Paraíba, como a do município de Princesa, comandada pelo coronel José Pereira, que apoiava Júlio Prestes. Ordenou a invasão, pela polícia paraibana, de escritórios e residências de suspeitos de receptar armamentos para os rebeldes, conseguindo abafar a rebelião.

Numa dessas invasões, na casa de João Dantas, um aliado do coronel José Pereira, foram encontradas e divulgadas pela imprensa da Paraíba, correspondências íntimas trocadas entre Dantas e Anaíde Beiriz, o que causou um grande escândalo na sociedade paraibana.

Sobrevindo a luta da sucessão presidencial do Presidente da República, Dr. Washington Luiz, foi o seu nome indicado pela Aliança Liberal, candidato à Vice-Presidência da República.

O seu legado histórico desperta certa polêmica. Os defensores de João Pessoa alegam que ele foi um combatente das oligarquias locais e se contrapunha a interesses de grupos tradicionais, embora ele mesmo proviesse de família de oligarcas.

Seu assassinato, na Confeitaria A Glória, na Rua Nova, no Recife, por João Dantas, enquanto ainda era governador é considerado uma das causas da Revolução de 1930. Foi em sua homenagem que a partir do dia 4 de setembro de 1930, a capital do estado da Paraíba, antes denominada de “Parahyba”, passou a se chamar “João Pessoa”, que também deu nome a praça que fica em frente ao palácio do governo da Paraíba. Por meio da Lei nº 704, sua negação em dar apoio ao sucessor indicado pelo presidente do Brasil à época, Washington Luís, se tornou a bandeira do Estado com seu “Nego” em branco com letras garrafais, o vermelho representando a cor da Aliança Liberal – União de Opositores à Candidatura de Júlio Prestes à presidência da República criada em 1929 e, o preto, o luto.

Sua morte foi usada como argumento para a tomada do poder pelos derrotados das eleições presidenciais daquele ano. Mártir oficial da Revolução de 1930, João Pessoa nunca alcançou a unanimidade na sua terra natal. Oitenta anos depois, alguns paraibanos ainda insistem em chamar a capital com o antigo nome de Paraíba e outros se questionam se a homenagem tão rápida ao morto ilustre não mereceria uma discussão pública. Ao longo destas oito décadas, os historiadores já se encarregaram de esclarecer os detalhes que levaram ao crime da Confeitaria A Glória, cujas consequências teriam efeito até outubro, quando o gaúcho Getúlio Vargas entra no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, como mandatário “eleito” pelas armas. O Tenentismo, enfim, chegava ao poder, que depôs o presidente Washington Luís e levou ao poder Getúlio Vargas.

Seu corpo foi embalsamado no Recife e transportado para a capital paraibana por via férrea, onde chegou ao meio-dia do dia 28 de julho. O esquife ficou exposto à visitação pública na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, até o dia 1 de agosto, quando foi transportado ao Porto de Cabedelo para ser sepultado no Rio de Janeiro.

No ano de 1997 as cinzas do presidente João Pessoa e de sua esposa, Maria Luíza, foram transportadas para a capital paraibana e colocadas em um mausoléu construído entre o Palácio da Redenção do governo e a Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_Pessoa_Cavalcanti_de_Albuquerque

http://www.pbagora.com.br/conteudo.php?id=20130726104729&cat=politica&keys=conheca-historia-joao-pessoa-morte-mudou-rumos-estado

http://ultimosegundo.ig.com.br/revolucao1930/joao-pessoa-cavalcanti-de-albuquerque/n1237772404301.html

http://www.onordeste.com/onordeste/enciclopediaNordeste/index.php?titulo=Jo%C3%A3o+Pessoa+Cavalcanti+de+Albuquerque

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.php?option=com_content&view=article&id=374&Itemid=1

http://www.polemicaparaiba.com.br/politica/hoje-85-anos-de-um-crime-que-abalou-o-brasil-joao-pessoa-era-assassinado-em-recife-por-francisco-florencio/

http://www.meionorte.com/blogs/josefortes/vida-e-morte-de-joao-pessoa-97303

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