O maior conteúdo digital de cultura regional do Brasil
Registro das artes e culturas da Paraíba
O maior conteúdo digital de cultura regional do país
Registro das artes e culturas da Paraíba
Data de publicação do verbete: 01/08/2016

Zezita Matos

Primeira Dama do Teatro Paraibano. Reconhecida nacionalmente, nos palcos, na TV e na tela do cinema. Foi vencedora por duas vezes do prêmio “Melhor Atriz”.
Data de publicação: agosto 1, 2016

Naturalidade: Pilar – PB

Nascimento: 28/08/1942

Atividade artístico – cultural: Atriz.

Atividades exercício profissionais: Professora/Coordenadora do Núcleo de Apoio Pedagógico do Unipê (Nape).

Prêmios: Duas vezes vencedora do prêmio “Melhor Atriz”, pela atuação no longa-metragem “Mãe e Filha”, do cineasta cearense Petrus Cariry. Em 2010 foi vencedora do troféu “Calunga”, de Melhor Atriz no Festival de Curta-Metragem de Pernambuco, pela sua atuação no filme “Azul”, do diretor Erick Laurence conquistado durante o 2° Fest Cine Maracanaú em Maracanaú – CE, já no ano de 2014 foi premiada duas vezes como melhor atriz na produção “ A História da Eternidade” e em 2016  recebeu homenagem  de Honra ao Mérito Cultural pela Academia de Cordel do Vale do Paraíba. Em 2020 ganhou o prêmio de Melhor Atriz no 15º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro pelo curta-metragem Remoinho.

Severina de Sousa Pontes é reconhecida nacionalmente por “Zezita Matos”. Nos palcos, na TV, e na tela do cinema, a artista é a filha mais velha de uma família de cinco filhos. Quando ela nasceu, sua mãe, dona Maria José, decidiu batizá-la por Severina, embora nunca a chamasse de Severina, mas sim, de Zezita. Só quando foi estudar na Escola das Damas em Campina Grande é que descobre seu verdadeiro nome.

No momento a descoberta foi um grande choque, mesmo assim não se desfez do nome Zezita, o qual era acostumado ser chamada. Além desse fato curioso, na década de 1960, Zezita fazia parte do movimento comunista, do Grupo Teatral e das Ligas Camponesas, a atriz precisou ficar seis meses escondida na casa de um tio para não ter o mesmo destino de alguns amigos presos, torturados e desaparecidos. “Não me encontraram porque procuravam Zezita e ninguém sabia que eu era Severina. Isso me salvou em 1964”, recorda.

Zezita lembra com muito carinho da infância em Pilar.  E quando fala na cidade natal, as primeiras imagens que lhe vem à cabeça: do carro de boi, da missa no domingo, da conversa das pessoas que ela escutava sentada no tamborete no comércio dos pais, as cheias do rio, o ônibus que sempre quebrava no caminho da escola, achava isso tudo divertido, pois passava mais tempo admirando a paisagem. A casa que a atriz morou foi transformada em uma escola, o que tem tudo a ver com a profissão de educadora que exerce.

Aos 12 anos veio morar em João Pessoa com a família, e começou a estudar na Escola Lins de Vasconcelos e em seguida no Lyceu Paraibano, onde se envolve com o grupo de teatro e o movimento estudantil.

Aos 14 anos é convidada para participar do Grupo de Teatro Popular de Arte, logo depois é convidada para integrar o elenco da peça “Prima Dona”, seu papel era pequeno e de pouca visibilidade. Com muita empolgação e dedicação estudou toda peça e dominou várias falas, para sua sorte a atriz principal não pode comparecer e ela foi informada que a substituiria, o destino conspirava a favor do início de uma grande carreira no teatro. Zezita fez uma excelente apresentação e ganhou o papel principal, a peça foi exibida no Teatro Santo Rosa, lugar que anos depois a consagraria como primeira diretora do teatro.

O Teatro Santa Rosa representa o início de sua carreira nos palcos. E foi ali que ganhou o apelido de “Primeira Dama do Teatro Paraibano”, segundo ela uma brincadeira de um colega que acabou pegando. “Sempre recebo esse título rindo. Eu sou é operária, ainda pago para fazer teatro. O retorno é mínimo. Como somos um coletivo, tudo é dividido, não tem verba. Sou operária, isso sim, e gosto de ser, de estar à disposição. Fiz não sei quantos curtas, sem ganhar muito dinheiro. Eu gosto de me aventurar, de ousar. Se é um desafio, eu topo. Televisão para mim é isso também”, afirma.

Pouco a pouco o amor pelo teatro foi crescendo e ela acabou conhecendo Breno Matos com que se casou e tiveram três filhos, uma de suas filhas seguiu por um tempo a carreira de atriz, Zezita decorava os textos das peças enquanto amamentava e sempre levava as crianças para o teatro.

Revela que se pudesse voltar no tempo faria tudo igual. Em sua bagagem teatral carrega mais de 30 peças e mais de 10 filmes, além da participação na novela “Vereda Tropical” (Rede Globo, 1984).

Forte, versátil e determinada, sempre dividiu o seu tempo entre a arte de educar (em sala de aula) e a arte de representar. Segundo Zezita as duas artes devem andar juntas, pois, não se educa sem arte. Com mais de 50 anos de carreira, a atriz se mantém ativa e se dividindo entre participações em filmes e montagens de espetáculos com o Coletivo de Teatro Alfenim, do qual faz parte. Dentre as dezenas de peças que integrou estão Quebra-quilos e As Velhas. No Cinema, teve sua primeira participação como figurante ,no ano de 1965, no filme ‘Menino de Engenho” ,participou ainda de “A Canga” ,”O Céu de Suely”, “Cinema, Aspirinas e Urubus” ,”Baixio das Bestas”, “Azul”, “O Sonho de Inacim”,”Ferrolho”, “Olhos Azuis”, “Mãe e Filha”, “Boa Sorte, Meu Amor”,” Os Pobres Diabos” , “ A História da Eternidade”, “Olhos de Botão”, “Reza a Lenda”, “Ambiente Familiar” e “Pacarrete”.

Em 2011 ficou pronto o documentário “O olhar de Zezita” da diretora Mercicleide Ramos, é uma produção que revela a força da mulher brasileira, em especial a nordestina, no trabalho é tratada a vida e obra da atriz paraibana Zezita Matos sob uma visão intimista e sensível.  A infância em Pilar, a descoberta do próprio nome, os anos cruéis da ditadura militar, o amor pelo teatro e fascínio pelo cinema, o lado educadora, mulher, mãe e cidadã. O olhar de Zezita é um relato sobre o talento e determinação de uma mulher que a mais de 50 anos atua nos palcos, e em dezenas de filmes brasileiros.

Em 2016, a atriz foi convidada pela Rede Globo para atuar na novela “Velho Chico”, e interpretar a personagem “Piedade”. Zezita Matos volta às telinhas depois de mais de 30 anos de sua participação na TV e revela que fica nervosa a cada cena gravada: “Claro que é bom que estejam gostando de Piedade, mas é uma responsabilidade muito grande. Não é fácil para nenhuma atriz. Me dá um frio na barriga a cada cena. E TV é um processo diferente. Não fiz Artes Cênicas, meu aprendizado é diário. Vou sair daqui com algo para aproveitar em outros momentos da minha vida como atriz”.

Segundo Zezita a personagem tem um certo ar autoritário de sua mãe, traços de outras mulheres fortes que já viveu no teatro, e similaridades com personagens femininas dos livros do moçambicano Mia Couto, e do colombiano Gabriel García Márquez.

Em 2018, a atriz Zezita Matos tomou posse como presidente da Academia Paraibana de Cinema, na Fundação Casa de José Américo – João Pessoa. Ela é a primeira mulher a dirigir a APC. Ainda no início de 2020 a atriz foi convidada e atuou em mais uma produção global, trata-se da personagem Maria, que na novela “Amor de Mãe” foi a mãe da personagem principal, interpretada por Regina Casé. Antes, em 2018, Zezita interpretou a personagem Rosa na também produção da Rede Globo, “Onde Nascem os Fortes.”

Fontes:

http://governodareconstrucaoedacidadania.blogspot.com.br/2011/10/documentario-da-pilarense-zezita-matos.html

http://filmow.com/zezita-matos-a40933/

http://www.escritalivre.com.br/zezitamatos/zezita.html

http://curtadoc.tv/curta/artes/o-olhar-de-zezita

http://tvefamosos.uol.com.br/noticias/redacao/2016/05/20/estreando-em-velho-chico-zezita-matos-tem-frio-na-barriga-a-cada-cena.htm

https://pt.wikipedia.org/wiki/Zezita_de_Matos

http://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-147001/

https://funesc.pb.gov.br/fcja/noticias/atriz-zezita-matos-toma-posse-como-presidente-da-academia-paraibana-de-cinema

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *