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Data de publicação do verbete: 01/08/2016

Edson Guedes de Morais

Poeta, contista e crítico. O artista consegue conciliar a multiplicidade semântica com o inusitado jogo visual dos poemas, em que as palavras parecem compor a dança.
Data de publicação: agosto 1, 2016

Naturalidade: Campina Grande – PB

Nascimento: 23 de janeiro de 1930

Atividades artístico-culturais: Poeta, contista e crítico.

Formação: Arquitetura e Desenho (Escola Nacional de Belas Artes)

E-mail: edsonguedesdemorais@gmail.com

Poemas/Contos/Outros: “Dispersão” (poesia) em 1956; Vinte Anos Outra Vez e a Virgindade do Mundo, (contos) 1987; A História Verdadeira da Morte do Delegado (poesia-cordel) 1963; Um Homem e os Homens Lá Fora, (contos) 1963; In Oito, (poesia) 1964; Artesãos do Nada (romance) 1973; Outras Lembranças, Outra Casa, Outros Mortos (novela) 1976; Monstro, Besta-Fera, Como Saiu nos Jornais (teatro) 1975; As Coisas, Assim Como São, Assim São (teatro) 1978.

Edson Guedes de Morais já viveu em Brasília, e revelou-se poeta no programa radiofónico “Poesia Viva”, de Geir Campos, na Rádio Ministério da Educação, em 1955.  Fundador e presidente do Clube dos XII de Poesia. Dirigiu o Jornal “Macunaíma” da Escola Nacional de Belas Artes. Em seguida mudou-se para Jaboatão dos Guararapes, no vizinho Estado de Pernambuco.

O artista consegue conciliar a multiplicidade semântica com o inusitado jogo visual dos poemas, em que as palavras parecem compor a dança. E tudo isso é resultado de trabalho paciente, de puro artesanato poético, o que vem escorado em sua experiência.

Conforme registra o Dicionário de escritores de Brasília, de Napoleão Valadares, Edson Guedes possui um saber que inclui o conhecimento acadêmico, diplomado em desenho, pintura, artes gráficas, relações públicas, e jornalismo, ao conhecimento vivenciado durante anos no dia a dia das artes gráficas, idealizando, produzindo, criando, imprimindo cartazes, planejando exposições e audiovisuais, dirigindo jornais e revistas, ensinando jornalismo, editoração/redação, publicidade, desenhando, esculpindo, gravando, trabalhando em editoras e jornais do Rio de Janeiro e de Brasília, sem deixar nenhuma circunstância, a sua cumplicidade com as letras. E também crítico teatral, e ainda um analista de finanças.

Edson Guedes de Morais lidera a Editora Guararapes – EGM, de Pernambuco dedicada a edições especiais e de arte.

Ao longo dos anos Edson Guedes de Morais vem desenvolvendo um trabalho editorial em Jaboatão dos Guararapes, que em muito tem orgulhado a classe poética, que labuta nas letras, na arte do verso; e aos amantes da poesia.

O projeto é considerado o mais original possível, do que se fez no campo da literatura brasileira, em todos os tempos. E que parece inicialmente simples. Mas na verdade requer conhecimento, abnegação, e, principalmente paciência, um trabalho totalmente artesanal.

Todos os fins de ano, o poeta e contista paraibano realiza com poetas brasileiros de todos os quadrantes, uma verdadeira maratona cultural e artística de alto nível estético e um depurado bom gosto. Ele constrói caixas com cartões de Natal. Cujos motivos são poemas do biografado, que acabam ilustrando o novo calendário do novo ano que se aproxima.

Essas caixinhas, às vezes feitas de papelão, ou madeira, representam, para cada um dos homenageados, uma verdadeira preciosidade. Mas já houve tempo em que os poemas eram veiculados em garrafas de vinho. Com esse trabalho, Edson Guedes, presta um grande serviço à literatura brasileira, pois congrega poetas de todos os estados da federação e os faz veicular no âmbito de sua aldeia. E se tivesse algum apoio, ele poderia fazer em âmbito nacional.

Edson Guedes de Morais – Poemas de Dispersão:

Tempo e Casualidade

Nenhum deus me fez ou sabe.

Houve um gesto; depois,

A involuntária duração do gesto

como um punhado de areia

que se atira para o alto.

O fado é não podermos ver,

A cavaleiro, nossos próprios passos,

esquecermos depressa a semeada

a este germinar a nossa frente.

Muito antes de mim, depois,

a folha, o vento e o movimento

da folha sobre a estrada pelo vento

Crepúsculo

Me sinto só,

sem mim,

sem ninguém.

Meu coração

é qualquer coisa

pelo avesso:

nem luz

nem espelho

nem anteparo

Ansiedade

É urgente

que uma alegria qualquer

Me aconteça.

É urgente que alguma coisa pura,

palavra ou gesto,

limpe os meus olhos

desta tristeza.

Ter pena de mim mesmo

já não me consola…

É preciso que alguma coisa boa

me aconteça,

sobre para mim

que há tanto espero.

É preciso que alguma coisa boa

me aconteça,

para que esta ternura de vida

não se perca

à falta de uns cabelos

para as minhas mãos.

Fontes:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/edson_guedes_de_morais.html

http://cirandinhapiaui.blogspot.com.br/2011/03/literatura-sem-fronteiras.html

http://www.jornaldepoesia.jor.br/edsonguedes.html

http://poetaelmar.blogspot.com.br/2015/02/edson-guedes-de-morais-contista-e-editor.html

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