Paraíba – Brasil
Ano de produção: 1965, João Pessoa.
Gênero: Longa metragem – Drama
Direção, adaptação, roteiro e letras das canções: Walter Lima Jr.
Assistente de direção: Paulo Melo e Júlio Bressane
Produção: Glauber Rocha e Walter Lima Júnior
Fotografia: Reynaldo Paes e Barros
Montagem: João Ramiro Mello.
Cenografia e figurinos: Álvaro Guimarães
Música: Excertos de Villa- Lobos e Alberto Nepomuceno
Canções: Pedro Santos.
Som: Atlântida
Figurino: Júlio Bressane e Álvaro Guimarães
Material original: Preto e branco, 35 mm
Duração: 110 min
Estúdio: Mapa Filmes
Distribuição: DiFilm
Elenco:
Geraldo Del Rey – Tio Juca
Anecy Rocha – Tia Maria
Maria Lúcia Dahl – Maria Lúcia
Antônio Pitanga – Zé Guedes
Sávio Rolim – Carlinhos
Rodolfo Arena – José Paulino
Margarida Cardoso – Sinhazinha
Maria de Fátima – Clara
Prêmiações:
Prêmio IV Centenário do Rio de Janeiro para melhor filme; Melhor Filme nos festivais de Teresópolis e Juiz de Fora; Prêmio Humberto Mauro; Menção Honrosa no I Festival de Brasília; representante oficial do Brasil no Festival de Karlovy Vary (Tchecoslováquia) e Melhor Filme no Festival de Santarém (Portugal).
Menino de Engenho uma obra produzida em terras paraibanas. O filme foi uma das estreias mais promissoras e um dos maiores sucessos populares do Cinema Novo, além disso, inaugurou a carreira do diretor Walter Lima Jr., que dirigiu o primeiro longa-metragem com produção de Glauber Rocha, prenunciando, desde já, sua fidelidade ao lirismo e ao tema do desejo como fator de conhecimento do mundo. A produção foi influenciada pelo cinema de Humberto Mauro e John Ford.
A película foi restaurada a partir de sua matriz original, pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Este trabalho durou 2 anos, tendo sido concluído em 2003. Também foi exibido na Mostra Tesouros da Cinemateca, no Festival do Rio 2003.
Ao comentar sobre o filme Walter Lima enfatiza, “A história fala sobre a infância brasileira, a infância econômica, um outro Brasil (…) Houve coincidências entre experiências minhas e do personagem. Eu queria me colocar na perspectiva do que eu vivi para dar ao filme um olhar subjetivo – onde acaba o Zé Lins e começo eu mesmo”.
Sinopse: Uma adaptação do romance de José Lins do Rego e tem elementos de outras obras do escritor dentro do chamado ciclo da cana-de-açúcar. O filme que aborda a infância do personagem Carlinhos, em meio à fase decadente do ciclo da cana-de-açúcar, que se passa na Paraíba, em 1920, e tem este, como testemunha do advento de modernas usinas de cana-de-açúcar.
Carlinhos cresce acompanhando as consequentes transformações sociais e econômicas da produção canavieira. Após a morte de sua mãe, o menino vai viver com o avô e os tios no Engenho Santa Rosa. Depois de conviver com os moleques e empregados da bagaceira, tem sua iniciação na vida amorosa e sofre sucessivas perdas e readaptações afetivas.
Enquanto isso, testemunha a chegada de um novo tempo, representado pelo advento das usinas de açúcar. Quando chega a hora de partir para o colégio e ele não é mais o garoto inocente que chegou. O trem que corta a campina paraibana é um signo das transformações por que passa a produção canavieira e, por extensão, a vida dos personagens. O avô José Paulino, símbolo da resistência senhorial e do apego a natureza, contrasta simbolicamente com o tio Juca, homem ligado às ambições da modernidade industrial.
“Quero me recordar, estar sempre me lembrando. É outra palavra que gosto de ver pegada à minha obra. Dizem que sou um homem que sirvo da memória. De fato, a saudade me tem dado o que há de belo nos meus romances.”
(José Lins do Rego).
Fontes:
http://www.adorocinema.com/filmes/filme-16780/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Menino_de_Engenho_(filme)
http://www.elfikurten.com.br/2014/02/jose-lins-do-rego-memorias-e.html