Naturalidade: Santa Rita – PB
Nascimento: 23 de dezembro de 1963
Atividade artístico-cultural: Poetisa
Facebook: https://www.facebook.com/luciene.soares.921
Maria Luciene Soares Costa da Silva é a primeira mulher poetisa a fazer parte da Academia Paraibana de Literatura de Cordel. A adesão foi realizada em 2014. É filha do poeta pernambucano Severino Dias.
O interesse pela arte das palavras surgiu ao observar o duelo de repentistas que seu pai realizava em sua casa. Começou sua trajetória poética escrevendo em comunidades de Cordel na rede social Orkut. Para Luciene, a poesia é como a fala da alma, a fotografia da beleza e da simplicidade. A poetisa faz do campo e da cidade seus universos de pesquisa.
Luciene Soares teve influência do pai, como expressa nos cordéis que escreve. A poetisa também permeia o mundo do soneto. Mas é na Literatura de Cordel onde demonstra toda sua habilidade literária. Sua arte já foi estudada por alunos de Biblioteconomia, a exemplo do poema “Rua singela”.
A relação de Luciene com a poesia é mais reservada. “Escrevo sem a pretensão de ser divulgado, como forma de expressar meus sentimentos, situações do cotidiano”, explicou.
As influências literárias de Luciene Soares vão desde a cultura popular nordestina até os textos de Gabriel García Márquez, como na obra “Cem anos de solidão”. Apesar de não ser atuante, o talento para poesia é visível, com uma linguagem agradável, leve e ao mesmo tempo intimista.
Você nunca vai cantar do jeito que estou cantando
O meu repente pesado
Vate ruim não suporta
Deixo sua rima torta
E bato por todo lado
O cabra desesperado
Pede clemência chorando
A surra que está levando
Faz a plateia vibrar
Você nunca vai cantar
Do jeito que estou cantando
Para desbancar meu nome
Sei que não tem competência
Faltoso de inteligência
Muito capim você come
E assim que mata a fome
Logo fica ruminando
Chega aqui relinchando
Pensando que isso é versar
Você nunca vai cantar
Do jeito que estou cantando
Eu canto os grandes rios
E também canto os mares
O brilho de mil luares
Canto os ventos bravios
Açoitando os navios
Canto a manhã despontando
Canto a flor desabrochando
Corra se não aguentar
Você nunca vai cantar
Do jeito que estou cantando
Sou rainha do parnaso
Outro aqui não tem vez
Desmancho tudo o que fez
Com o seu verso arraso
Sua fama vai pro ocaso
Eu aqui fico reinando
E você me bajulando
Com medo de apanhar
Você nunca vai cantar
Do jeito que estou cantando
Rua singela
Aquela rua singela
De chão de pedra e areia
Cai a chuva e serpenteia
Desenhando sulcos nela
Não é bem rua, é viela
De velhas casas pequenas
Em suas tardes morenas
As crianças a brincar…
Nem vê que estou a pintar
Um quadro com estas cenas
Fontes:
http://parnasodosam.blogspot.com.br/
http://www.recantodasletras.com.br/poesias/2267632
http://parnasodosam.blogspot.com.br/
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