Naturalidade: Santa Rita – PB
Nascimento: 6 de setembro de 1987 / Falecimento: 6 de julho de 2014
Formação: Graduação em Comunicação Social (2013) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Atividade artístico-cultural: Cineasta
Atividade exercício – profissional: Policial Militar
Obras: Tibiri Caderno 2 (2011), Essas Senhoras (2012), Vasto Mundo (2012).
Gláucio Souza demonstrava desde criança interesse pelo universo das artes. Foi através da música que passou a se encantar pelo cinema. O futuro cineasta criava filmes a partir das canções que ouvia e gostava. Logo estava criando clipes imaginários.
Suas obras retratavam a cultura paraibana e seus reflexos na sociedade. Seu primeiro documentário, “Tibiri Caderno 2”, lançado em 2011, foi uma produção sobre os artistas do Bairro de Tibiri II, localizado na cidade de Santa Rita, na Paraíba.
A singularidade do olhar do cineasta paraibano era uma marca do seu trabalho. Em uma entrevista de 2014, Gláucio falou sobre as características de sua produção de estreia. “Se não existir nada meu sobre aquilo, é apenas uma reportagem. Tem muito de mim nos cortes, nos registros, numa pegada de câmara, em tudo o que escolhi. Coletamos mais de 6 horas de depoimentos, o corte final ficou com 19 minutos. É como se eu estivesse usando argila pra fazer artesanato. Na arte não existe a neutralidade total, existe o toque de quem faz”.
Seus trabalhos eram sinônimos de obras bem elaboradas, atingindo repercussão nacional. Um de seus maiores sucessos foi o documentário “Essas Senhoras”, lançado em 2012, que tratava da documentação de uma cultura rural que por muito tempo fez parte do cotidiano brasileiro e, principalmente, nordestino que são as parteiras e as rezadeiras.
As mulheres mostradas no filme, segundo um depoimento do cineasta, “configuram uma representação de um Brasil sem condições básicas de saúde e educação que cede espaço para práticas onde o conhecimento é repassado via tradição de mãe para filha”, explicava Gláucio. De acordo com o produtor do curta-metragem, trata-se de uma defesa direta da memória de tantas senhoras, que como as rezadeiras e parteiras foram importantes para a sociedade.
“Essas Senhoras” foi exibido na 15ª Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais e também em Goiás, além do Festival da cidade de Areia e no Festival Cinema com Farinha, promovido pela Faculdade Integrada de Patos (FIP), ambos na Paraíba.
O trabalho do cineasta se expandiu tornando-se referência nacional. Gláucio trabalhou junto de grandes nomes do cinema, como na obra “Vasto Mundo” onde fez parceria com o artista paraibano Everaldo Pontes.
O cineasta também exercia a profissão de policial militar, estando sempre dos dois lados da cena da vida. De um lado, o diretor de cinema que retratava a realidade através das lentes, e do outro, o agente da segurança que vivenciava a adrenalina da vida real.
Gláucio Souza faleceu em 2014, aos 27 anos de idade, vítima de um disparo de arma de fogo enquanto prestava serviço para a Companhia Especializada em Apoio ao Turista (CEATUR), na praia de Tambaú, em João Pessoa.
O cineasta tinha se casado há cerca de um mês antes de sua morte e deixou um legado como artista e a saudade no peito da família e dos admiradores. Gláucio está eternizado na memória do povo pessoense e entrou para o acervo do tesouro cultural e artístico paraibano.
Fontes:
http://www.ufpb.br/content/cineasta-paraibano-participa-de-mostra-de-cinema-em-minas
http://www.maispb.com.br/15093/cineasta-morto-em-tambau-passava-por-crise-de-depressao.html
http://siellyssonfrancisco.blogspot.com.br/2014/02/entrevista-com-o-cineasta-glaucio-souza.html
https://santaritaemfoco.com.br/2016/03/01/cine-santarita-tibiri-caderno-2-de-glaucio-souza/
http://www.jornaldaparaiba.com.br/cultura/noticia/129826_uma-paixao-alem-da-farda
http://espacomultiplopb.blogspot.com.br/2011/12/essas-senhoras.html