Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 25 de abril de 1947
Formação: Graduação em Ciências Jurídicas e Sociais; Graduação em Letras; Mestrado em Letras (1983) e Doutorado em Letras (1999) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB)
Atividades artístico-culturais: Poeta, escritor e crítico literário
Atividades exercícios – profissionais: Professor e jornalista
Publicações: Gestos Lúcidos (1967); A Ilha na Ostra (1970); Domicílio em Trânsito (1983); O Cerco da Memória (1993); A Quatro Mãos (1996); Os Paralelos Insólitos (1996); Longe Daqui, Aqui Mesmo: A Poética de Mário Quintana (2000); Zôo Imaginário (2005); A Casa e Seus Arredores (2006); O Cristal dos Verões (2007); A Flor do Gol (2014); O Leitor Que Eu Sou (2015).
E-mail: castropinto@pop.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/sergio.decastropinto
Sérgio Martinho Aquino de Castro Pinto pertence à galeria dos maiores escritores paraibanos. Sua primeira influência literária veio de seu pai, o memorialista Petrônio de Castro Pinto, autor de “Páginas de Um Diário”. Em seguida, passou a se interessar especialmente por Monteiro Lobato e José Lins do Rego. Fez sua graduação, mestrado e doutorado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), abordando as poéticas de Manuel Bandeira e Mário Quintana.
É autor dos livros de poesias “Gestos Lúcidos”, “A Ilha na Ostra”, “Domicílio em Trânsito”, “O Cerco da Memória”, “A Quatro Mãos”, “Zôo Imaginário”, “O Cristal dos Verões” e “A Flor do Gol”. Publicou ensaios como “Os Paralelos Insólitos”, “Longe Daqui, Aqui Mesmo: A Poética de Mário Quintana”, “A Casa e Seus Arredores” e “O Leitor Que Eu Sou”. Foi sobre sua obra a primeira tese de doutorado defendida no Curso de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal da Paraíba.
No ano de 2007, ao completar 60 anos de idade e 40 deles dedicados à literatura, lançou “O Cristal dos Verões”, uma seleção de poemas dos seus trabalhos anteriores. Em 2014 publicou “A Flor do Gol”, uma coletânea poética que aborda a magia do futebol brasileiro e a genialidade de grandes craques como Leônidas, Garrincha, Didi, Vavá e Jairzinho. O escritor explicou o diferencial da obra. “O que eu ressalto nesse livro mais recente, são os poemas longos e narrativos, a exemplo de ‘esta lua’ e ‘o gato e o poeta’, que se contrapõem ao poeta minimalista que eu quase sempre fui”.
Em 2015, veio “O Leitor Que Eu Sou”, coletânea que reuniu alguns de seus ensaios, crônicas, resenhas e poemas, parte deles publicados nos principais jornais do estado. Além disso, compõem a obra três capítulos de “Longe Daqui, Aqui Mesmo: A Poética de Mário Quintana”, originária de sua tese de doutorado e textos escritos em parceria com Joaquim Inácio Brito. Ainda naquele ano, “A Flor do Gol” foi considerado o livro mais importante publicado por um autor paraibano nos últimos tempos. Lançou o CD “Muito Além da Taprobana e Pasárgada”, compilando cerca de 80 de seus trabalhos em versos.
Autocrítico, o paraibano revelou que esse é um dos motivos por demorar a concluir seus livros. “Alguns não passam pelo meu crivo, pois não acho que estejam à altura para serem publicados”, explicou. Muitas vezes, seus poemas são retomados tempos depois de começarem a ser escritos. Seu estilo literário é bastante elogiado e obteve sucesso de crítica e público, alcançando prestígio nacionalmente.
O escritor participou de antologias publicadas em Portugal e na Espanha. Nos Estados Unidos, trechos do seu poema “Camões/Lampião” foram traduzidos por Fred Ellison, professor emérito da Universidade do Texas, e incluídos na coletânea Camões Feast, coordenada por Regina Vater. No Brasil, integra obras de referência como “Os Cem Melhores Poetas Brasileiros do Século”, organizada por José Nêumanne Pinto e “Sincretismo: A Poesia da Geração 60”, de responsabilidade de Pedro Lyra. Sérgio de Castro Pinto também foi um dos representantes do movimento literário paraibano Grupo Sanhauá.
Foi finalista do Concurso Casa de Las Américas, em 1990, no gênero de poesia, patrocinado pelo governo de Cuba. É vencedor de vários prêmios brasileiros, entre eles o Guilherme de Almeida, promovido pela União Brasileira de Escritores, cuja comissão julgadora considerou “Zôo Imaginário” o melhor livro do gênero lançado no ano de 2005. Em 2009 recebeu a Medalha Augusto dos Anjos, concedida pela Assembleia Legislativa da Paraíba. O autor também escreveu para o suplemento de Literatura do Jornal O Contraponto.
Sérgio de Castro Pinto ocupa a cadeira 39 da Academia Paraibana de Letras, cujo patrono é o escritor José Lins do Rego. Integra, também, a Academia Paraibana de Filosofia e é professor de Literatura Brasileira na Universidade Federal da Paraíba.
Sobre o Medo
o medo
se aloja na medula
como um cubo
de gelo.
o medo
se infiltra no tinteiro
e o congela.
o medo
se instala na palavra
e a enregela.
com o medo
aprendi o ofício
de armazenar as palavras
como num frigorífico
com o medo conservo:
dez mil palavras
abaixo de zero.
(Sérgio de Castro Pinto)
A Coruja
são todo ouvidos
os teus olhos
de vigília
olhos acesos,
luzeiros
de sabedoria.
olhos atentos
à geografia
do dentro,
és uma concha.
um encorujado
caramujo.
monja em voto de silêncio.
(Sérgio de Castro Pinto)
Papel de Jornal
no papel de jornal
cabe o presente
e o seu papel
de estocar embrulhos.
no papel de jornal
transporto o presente
e o seu papel
de estocar entulhos.
o presente
e o seu papel
de provocar engulhos.
no papel de jornal
cabe todo presente.
o presente
e o seu papel
de sonegar futuro.
(Sérgio de Castro Pinto)
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rgio_de_Castro_Pinto
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/sergio_de_castro_pinto.html
http://www.escavador.com/sobre/2309815/sergio-martinho-aquino-de-castro-pinto
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/sergio_de_castro_pinto.html
http://culturapopular2.blogspot.com.br/2010/03/sergio-de-castro-pinto.html
http://2semanadeletrasdaufpb.blogspot.com.br/2015/10/um-pouco-sobre-sergio-de-castro-pinto.html
