Naturalidade: Patos – PB
Nascimento: 24 de março de 1976
Atividades artístico-culturais: artista plástico, ilustrador, grafiteiro, roteirista, quadrinista e diretor de curtas-metragens.
Francisco José Souto Leite, mais conhecido como Shiko, nasceu em Patos e se mudou para João Pessoa quando ainda tinha 18 anos, época em que começou a trabalhar com publicidade e também quando deu início a sua produção de quadrinhos independentes, especialmente para a revista Indie Marginal Zine. Nessa época ele também fazia uns desenhos para tatuagens e para camisetas de amigos.
Por conta do seu trabalho nessa revista conheceu algumas pessoas que trabalhavam com vídeo, produção e música. Fez amigos e começou a desenvolver flyers para shows, além de capas de CD das bandas do circuito underground. Dessa forma, foi ficando conhecido, passando rapidamente para o trabalho em tela e grafite. Shiko percebeu as mil possibilidades de campo de atuação, foi se descobrindo e consolidando seu nome e trabalho.
Francisco virou Shiko enquanto trabalhava em uma agência de publicidade com três Chicos. Mudou de grafia para facilitar a vida de todos. Ao contrário do que todo mundo comenta, não é por causa do significado, é de origem japonesa e também se refere ao nome da postura de uma arte marcial, o Kung Fu. “Para ser radical e diferente eu troquei todas as letras da forma correta e acabou pegando”, revelou para Lidianne Andrade, em 2008, para a Revista O Grito!
E por mais incrível que pareça, Shiko nunca trabalhou com outra coisa senão com a arte. Os temas recorrentes utilizados pelo artista giram em torno de fantasia, erotismo, folclore, solidão e cultura popular.
Em 2011 o artista se mudou para a Itália para passar um período de três anos, com a expectativa de publicar seu trabalho na Europa. Suas obras incluem a adaptação de “O Quinze” e as graphic novels “O Azul Indiferente do Céu”, “Talvez seja mentira”, “Lavagem” e “Piteco – Ingá”.
Com esta última, em 2014, ganhou o 26º Troféu HQ Mix de melhor desenhista nacional e melhor publicação de aventura/terror/ficção. Também ganhou o 30º Prêmio Angelo Agostini como melhor desenhista, dois dos mais importantes prêmios de quadrinhos nacional.
Em Piteco – Ingá, releitura dos personagens criados por Maurício de Sousa, o povo de Lem precisa migrar porque o rio próximo à aldeia secou. No dia da partida, Beleléu e Piteco descobrem que Thuga foi raptada pelos homens-tigre. Com a ajuda de seus amigos, Piteco inicia a busca pela xamã da tribo. Nessa releitura há uma mistura de seres fantásticos do folclore brasileiro, elementos da cultura nordestina e locais que realmente existem, como a Pedra do Ingá.
Um de seus principais trabalhos, “Lavagem” saiu primeiro como um curta-metragem, e depois se tornou uma história em quadrinhos e foi dirigido pelo próprio Shiko. A HQ que, segundo o autor, foi mais bem explorada, gira em torno de um isolado casal que vive num mangue: ela é uma alma analfabeta e temente a Deus, mas que vive fisgada nas redes do adultério quando cruza o estuário de balsa para seu encontro com o divino; ele, descrente em virtude do embrutecimento oferecido pela vida, convive mais entre os porcos do que com as pessoas. Um dia, bate à porta do casal um misterioso “homem de Deus”, que transpôs a inacessível maré alta para trazer muito mais do que a “palavra”.
Shiko já expôs em feiras e exposições, individuais e coletivas. Na área de quadrinhos, editou e publicou a revista indie Marginal Zine. Colaborou com revistas independentes, como Café Espacial e Graffiti 76% Quadrinhos. Como ilustrador, Shiko colabora regularmente com revistas, jornais e agências de publicidade e já realizou exposições em Recife, no Instituto Europeu de Design (Holanda), no Salão do Livro de Paris, além de Lyon e Florença.
O artista mantém sua página do Flickr (https://www.flickr.com/photos/derbyblue/with/25517158843/) atualizada com fotos de suas obras para todos aqueles que estão interessados em conferir os temas abordados por ele.
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Shiko
http://www.overmundo.com.br/overblog/shiko-o-antiartista-plastico
http://revistaogrito.com/page/blog/2008/04/20/shiko/
http://www.zupi.com.br/a-versatilidade-e-talento-de-chico-shiko/
https://andredib.wordpress.com/2011/01/17/exposicao-marca-mudanca-de-shiko-para-a-italia/
http://paraiba.pb.gov.br/funesc-estreia-clube-de-leitura-de-quadrinhos-com-obras-do-paraibano-shiko/