Município: Catolé do Rocha
Trabalho manual: Tingimento
Descrição-peça: Arte de tingimento
Matéria prima utilizada: Tecido, cera, pincéis, tinta
A arte milenar de tingimento, denominada de Batik, caracteriza-se sobretudo pela inusitada técnica de conduzir cera quente sob o tecido, a fim de que ela expresse todas as pretensões do artista. Considerada arte nobre por demandar mais tempo, entre facetas outras o Batik tornou-se também um elementar meio de comunicação, com palavras e desenhos reproduzidos nos tecidos que posteriormente caracterizaria os atuais cartazes.
Enraizada na Ásia, a técnica disseminou-se pelo mundo. Mas foi somente na década de 1960, que foi trazida para o sertão paraibano, onde teve a oportunidade de encontrar mãos dedicadas na cidade do Catolé do Rocha. Décadas se passaram até que esta ganhou força e visibilidade em meados dos anos de 1990 por lá. Desde então, há confecções de peças como redes, cortinas, almofadas, bolsas e roupas. Os manufaturados são confeccionados por um grupo de mulheres, que integram e conduzem associações e uma cooperativa para manter viva a arte qual lhes fornece rendimento e visibilidade.
O processe de feitura do batique paraibano se dá quando os manufaturados surgem no processo iniciado pelos traços desenhados na trama, que continuará com a cera sendo conduzida nos pormenores do tecido para que esta se encarregue de vedar as áreas que não se pretende atingir com tinta. E logo o tecido é banhado ou pincelado à tinta.
Condizente com quem faz, o processo pode ser demorado, com remoção e aplicação de cera diversas vezes, até que se consiga o efeito desejado. Remove-se com vaporização ou com uma mistura de agua fervente e formol. O trabalho quando seco é marcado por linhas e ranhuras, além de cores vibrantes, características que tem o papel de abrilhantar ainda mais a arte do Batik. Em suma, cada cor aplicada ao tecido passa respectivamente pelo enceramento, tingimento, remoção da cera a cada tingimento e a secagem.
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