Naturalidade: Teixeira – PB
Nascimento: 30 de outubro de 1928
Falecimento: 19 de outubro de 1997
Atividades artístico-culturais: escultor.
Fernando Jackson Ribeiro, ou Jackson Ribeiro, como é conhecido, foi um artista plástico brasileiro. Considerado a maior expressão da escultura nacional das décadas de 1960 e 1970, o artista ganhou todas os prêmios possíveis para um escultor, entre eles a Bienal de São Paulo e o de Viagem ao Estrangeiro do Salão Nacional de Arte Moderna, o mais cobiçado de todos.
O escultor autodidata saiu muito jovem do município de Teixeira, no Sertão paraibano, e seguiu para o estado do Mato Grosso em busca de seu irmão, do qual ele desconfiava que estivesse sendo escravizado no garimpo. Logo após, Jackson se embrenhou pela Bolívia aonde chegou a ser delegado de polícia, de onde saiu com uma bala alojada no pescoço. Depois dessa experiência foi viver no Paraná, e posteriormente foi para o Rio de Janeiro, onde começou sua carreira artística. Morreu em Curitiba em 1997.
Ainda era jovem quando abraçou a carreira de moldureiro, o que o levou a familiarizar-se com ferro e madeira, as principais matérias-primas de suas esculturas, que expressavam um grande realismo industrial. E o jeito simples do escultor não deixava transparecer o grande gênio que era.
A sua obra mais famosa – e polêmica – é o chamado “Porteiro do Inferno”. Criada em 1967, no auge da Ditadura Militar, tinha como objetivo premiar o Governo da Paraíba, que forneceu condições para ele voar até a Espanha, a fim de receber um prêmio especial. Com dois metros de metal fundido, foi instalada num canteiro entre a 1ª Igreja Batista e o Liceu Paraibano. Nessa época ainda era chamada de “O Porteiro”, o acréscimo foi dado pelo poeta Virginius de Gama e Melo, que ao sair das aulas que lecionava na Faculdade de Filosofia (Fafi), saudava a escultura assim: “boa noite Cérbero”, alusão ao cão de três cabeças, que a mitologia Grega apontava como guardião do Hades.
A Igreja Batista logo protestou da presença da escultura. Sendo assim, a Prefeitura atendeu à solicitação dosevangélicos e o “Porteiro do Inferno” acabou retirado do encontro das avenidas Getúlio Vargas e Duarte da Silveira, para uma suposta restauração. Permaneceu muito tempo num depósito municipal e, em seu lugar, foi sugerido, por proposição do então deputado Sócrates Pedro, a construção de um monumento bíblico. O Porteiro do Inferno foi transferido para o Espaço Cultural, mas não ficou muito tempo por lá.
Parece que esta foi uma tentativa de restituir à obra seu direito à exibição. Em 2005, o Porteiro do Inferno saiu do Espaço Cultural, passou por uma merecida restauração e foi pousar num cruzamento entre os bairros do Altiplano e Cabo Branco, a Leste de João Pessoa. Os párocos protestaram. Infeliz na sua trajetória, ele foi reimplantado, no Castelo Branco, diante do Centro de Comunicação Turismo e Artes da UFPB, onde permanece até os dias atuais.
Jackson foi representante do Brasil nas principais bienais internacionais de arte como a Bienal Internacional de Arte de São Paulo, Bienal de Veneza (1962), Bienal de Paris (1963), Bienal de Antuérpia (Bélgica, 1961) e Bienal de Esculturas ao Ar Livre (Montevidéu/Uruguai, 1970).
Fontes:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jackson_Ribeiro
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/capital-ganha-mais-beleza-comesculturas-em-espacos-publicos/
http://www.pinturasemtela.com.br/jackson-ribeiro-escultor-brasileiro/