Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 3 de maio de 1952
Atividades artístico-culturais: fotógrafo e artista visual.
Rodolfo Augusto Athayde Neto graduou-se em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em 1975. Fez pós-graduação em Medicina na Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha, entre 1980 e 1984, onde frequentou também o curso de artes plásticas no Taller Leonardo da Vinci, tendo aulas com os mestres Père Cara e César Lopez Ozómio. Realizou sua primeira exposição individual no Brasil, na galeria Macunaíma, da Funarte, no Rio de Janeiro, em 1986.
Sobre a obra e o estilo de Athayde, o artista Raul Córdula fez destacando algumas das principais carcterísticas: “(…) Uma pessoa bem informada, que trabalha em si as contradições de tempo-espaço que sua realidade de artista nordestino traduz. Estamos diante de um artista erudito cuja obra grita aos olhos numa mensagem de lutas e contrastes, que é articulada a partir do plano de cor pura ou modulada, segundo a gramática de cada quadro, mas que também sussurra uma vontade geométrica, uma necessidade de ‘ordenar o mundo’ que passa nas entrelinhas da sua obra, na harmonia das suas composições. Estes aspectos estão na arte do povo de maneira mais objetiva.(…) A obra de Rodolfo identifica-se com o universo criativo que envolve de uma forma natural. Sua geometria é uma tradução corretíssima da sua história artística, sua cor reflete nossa luz e nossas esperanças”, pontuou sobre a arte do paraibano exposta na Galeria Gamela de Arte, em 1987.
Premiado diversas vezes em Salões Nacionais de Arte, Rodolfo atua também como curador em algumas exposições. Porém, é na fotografia que o artista encontra seu olhar mais peculiar sobre a humanidade e elabora suas séries, instalações e vídeos sobre o ser humano.
É na fotografia que Rodolfo Athayde expande sua visão artística, como na mostra “Se Oriente” (2012), que focou no desconhecido expresso na fisionomia de anônimos que encontrou nas ruas de cada metrópole que viajou, contrariando a expectativa que se tinha à respeito, que eram fotos das paisagens e monumentos desses locais. Atuando como um paparazzo do anonimato, o artista disse que para produzir essa mostra andou pelas ruas como um “caçador”, com sua máquina de porte médio, equipada com uma lente de visão ‘mais aberta’, fotografando diversos desconhecidos.
Já em 2016, o artista lançou o livro “Parahybas”, que reúne imagens de mulheres que se destacam no Estado por sua arte e seu engajamento. O livro é classificado como um inventário civil/iconográfico contendo as mais atuantes artistas e intelectuais mulheres da Paraíba. Há escritoras como Marília Arnaud, poetas prestigiadas como Vitória Lima, artistas visuais à exemplo de Marlene Almeida e Alice Vinagre e ainda atrizes consagradas como Zezita Mattos, Soia Lira e Marcélia Cartaxo, entre diversas outras.
Retornando para uma de suas primeiras vertentes, a pintura, o artista sempre utilizou dos recursos geométricos em suas obras, além de muitas cores. Fez várias exposições individuais. Dentre elas: Pintura (Galeria Archidy Picado, João Pessoa, 1985); Galeria Macunaíma (Funarte, Rio de Janeiro, 1986); NAC (1988); Fauna (Galeria Archidy Picado, 1995); 1629 (Galeria Archidy Picado, 1998); 30×40 Artistas Mascarados (Funesc, 2001; Usina Cultural Energisa, João Pessoa, 2004), e etc.
Athayde também participou de inúmeras exposições coletivas, tanto no Brasil quanto no exterior, exemplo disso foram: V Salão Paulista de Arte Contemporânea (São Paulo, 1987); Workshop Berlin-in-São Paulo (MAC; MASP, São Paulo, 1988); Staatliche Kunsthalle Berlin (Alemanha, 1988); MAM-Bahia (Salvador, 1989); Le Hors-Là (Tour du Roi René, Marselha/ França, 1992); XIII Salão Nacional de Artes Plásticas (Rio de Janeiro, 1993); Projeto Cumplicidades (Tondela/ Portugal, 1994); Arte Contemporânea do Nordeste (Liberty Street Galery, Nova York/ EUA, 1996); XVI Salão Nacional de Artes Plásticas (Rio de Janeiro, 1997); Macunaíma/ Reflexões (Funarte, Rio de Janeiro, 2000); Hwang (Usina Cultural Energisa, 2006), e etc.
O artista que também é altamente premiado, em sua trajetória podemos contar os prêmios II SAMAP (João Pessoa, 1984); IX, X e XI Salão Nacional de Artes Plásticas (Rio de Janeiro, 1986, 1988 e 1989); XVIII e XXI Salão Nacional de Arte de Belo Horizonte (Belo Horizonte, 1986 e 1989); 45º e 50º Salão Paranaense (Curitiba, 1988 e 1993); I Salão MAM-Bahia de Artes Plásticas (Salvador, 1994); 26º Festival Internacional de La Peinture (Cagnes-Sur-Mer/ França, 1994), e etc.
Fontes:
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/rodolfo-athayde-abre-exposicao-fotografica-na-estacao-das-artes/
https://www.escritoriodearte.com/artista/rodolfo-augusto-athayde-neto/
http://www.jornaldaparaiba.com.br/cultura/noticia/92412_o-oriente-aos-olhos-de-um-estrangeiro