Município: Campina Grande – PB
Distância entre Campina Grande e João Pessoa: 133,9 Km
Um dos principais centros de comércio e expressão cultural do Planalto da Borborema, a Feira de Campina Grande, na Paraíba também conhecida como Feira das Feiras é um lugar de referência, de criação, de expressão, de sociabilidade e de identidade do povo nordestino. Suas cores, aromas, personagens e sons inconfundíveis são a marca de uma cidade que tem sua história e seu traçado misturados com os de seu centro mercadológico e também cultural. Cerca de 75 mil metros quadrados dão a base da Feira, que se amplia para além de seus limites, entre ruas e barracas, nos dias de mais movimento.
Ao longo de décadas e séculos, a feira cresceu e se tornou uma das maiores referências do mercado da região, marcando a vivência coletiva de milhares de trabalhadores e exercendo poderosa influência em todo o interior nordestino, especialmente nos estados da Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ceará. Trata-se de um patrimônio cultural de resistente continuidade histórica em meio às vicissitudes políticas locais.
O registro da Feira de Campina Grande como Patrimônio Cultural do Brasil foi deliberado em 27 de setembro de 2017, pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural. O bem imaterial foi inscrito, pelo Iphan, no Livro de Registro dos Lugares. O pedido de reconhecimento pelo Instituto foi feito formalmente há dez anos, em uma articulação entre a Prefeitura Municipal de Campina Grande e grupos de feirantes e fregueses.
De segunda a sábado, o movimento caótico de pessoas e mercadorias atrai pelo tamanho, relevância e diversidade. É por isso que se diz que tudo o que se procura é possível encontrar na Feira. Frutas, hortaliças, cereais, ervas, carnes, animais (vivos ou já abatidos), roupas, flores, doces, artesanato, acessórios para pecuária, comida regional e um extenso leque de serviços, que trazem consigo os personagens que dão vida ao lugar: seleiros, mangaieiros, flandreleiros, barbeiros, balaieiros, raizeiros, fateiros – e tantos outros mestres, com seus saberes e ofícios tradicionais.
A Feira campinense continua sendo palco das manifestações culturais e tradições de sua terra, ressoando no cantar dos emboladores de coco, dos repentistas, forrozeiros, cordelistas, violeiros e tantos outros artistas. De geração a geração, os saberes e experiências dos feirantes vão sendo transmitidos a filhos, netos e bisnetos, assim como os espaços de comercialização. Herdados como verdadeiros legados familiares, os ofícios vão representando a história daqueles personagens, que dedicam sua vida à Feira e que, por isso, têm nela sua referência fundamental.
Fontes:
Pesquisadora Severina Luís de França