Naturalidade: Cruz do Espírito Santo- PB
Nascimento: 24 de agosto de 1965
Atividades artísticos-culturais: Escritor e Poeta.
Livros: Fio-fio Cabelos de Sapo em A Multiplicação do Ovo e Transbordando Poesia
Contato: (83) 99900-1445
Instagram: https://www.instagram.com/chicomulungu/
Facebook:
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Francisco Severino da Silva, mais conhecido como Chico Mulungu, nasceu em uma viagem de trem entre Crato- CE e Mulungu-PB, em uma localidade rural de nome Paula Cavalcante, município de Cruz do Espírito Santo, no dia 24 de agosto de 1965. Ele viveu toda sua infância em Mulungu – PB. Aos treze anos deixou a cidade e os pais e foi morar na capital, João Pessoa, ora sozinho, ora com amigos em repúblicas. Na adolescência, influenciado pelos rigores da ditadura militar, começou a escrever poesias. Aos 17 anos, em 1982, chegou a São Paulo , cidade com a qual se identificou pela facilidade de conseguir emprego e também de lidar com o seu lado literário. Em 1988, no Rio de Janeiro, casou-se com uma jovem também paraibana, de Guarabira, com isso Chico voltou a Paraíba e foi morar em Guarabira- PB, cidade onde reside há 30 anos.
Ele tem um livro Infanto- juvenil publicado no em 2015, e participação em cerca de 15 Antologias Poéticas, a grande maioria, da Editora do Carmo – Brasília. Em 2014 por influência de amigos cordelistas, como por exemplo o poeta Severino Honorato, membro da ABLC – Academia Brasileira de Literatura de Cordel, começou a escrever cordel. Em 2017 ele integrou o livro Cordelistas Contemporâneos – Coletânea 2017 que tem como meta o registro e à difusão da cultura popular, por meio do cordel, expressão das mais típicas da cultura do interior brasileiro, principalmente no Nordeste e no Norte. Ela foi produzida pela Editora Veloso e a Nordestina Editora em parceria com os poetas.
Chico Mulungu é membro da ACVPB – Academia de Cordel do Vale do Paraíba, também é membro da AVL – Academia Virtual de Letras e possui cerca de 22 cordéis publicados, como:
“Zezita Matos- A Outra Mãe de Domingos Montagner”, O Cordel é Nordestino, Nordestizando a Vida, Mão de Pilão, O Sapo Boxeador, Cantadores do Povo, De Mulungu a Guarabira, entre outros.
MAMULENGO CHICO TAMPA
Por Chico Mulungu
Assim é o Chico Tampa
Um boneco popular,
Criação de bonequeiro,
Feito para encantar
E ao mundo da criança
Trazer boa esperança,
Ternura pra todo olhar.
É até muito comum
Pelos rincões nordestinos
A presença dos fantoches,
Mamulengos peregrinos,
Viajantes sim senhor
Com seu apresentador,
Ligados pelos destinos.
Conheci o Mestre Clébio
Nas ruas de Guarabira,
Importante bonequeiro
Que o babau admira,
Trazendo na sua mala
Personagens que embala
E encanta, sem mentira.
Em mala de bonequeiro
Deve ter bom figurino.
Saber vestir os bonecos,
Homem, mulher ou menino,
É dar vida a espetáculos
Nas praças, nos tabernáculos
Do interior nordestino. (2016)
CONDOR DO SEMIÁRIDO
Sou o condor do semiárido
Na paisagem nordestina,
Predador tão implacável
Que o destino determina
Tão forte quanto mutável
Que persiste e não declina.
Por ser ave de rapina
Voador que cisca o chão,
Boto ordem na Caatinga,
Dessa terra sou o chefão
Carcará da invernada:
Cobra viva ou seca é pão!
Eu sou mais que um gavião
Que topa qualquer parada,
Pra mim não há tempo ruim,
Nem a seca condenada.
Como fruto de cardeiro,
Roedor, réptil me agrada.
Eu sou espanta boiada
Do cercado, da vazante
E gosto de terra arada
Pra bicar, sou miliante
De instinto impiedoso
Sempre alerta a todo instante.
Pois não me importa quem plante,
Eu arranco a semente.
Espantalho não me assusta,
Qual terror, sou imponente
E comedor de carcaça
De qualquer bicho vivente.
Chico Mulungu (2019)
Fontes:
Chico Mulungu- Entrevista
http://martinhoalves.blogspot.com/2016/06/o-cordel-encarnado-de-chico-mulungu.html