Naturalidade: João Pessoa-PB
Nascimento: 28 de junho de 1996
Atividades artístico-culturais: Poetisa/Escritora
Instagram: @JenniTrajano
Facebook: Jennifer Trajano
Jennifer Trajano, nascida em 28 de junho de 1996, é professora e escritora, formada em Letras – Habilitação em Língua Portuguesa – pela Universidade Federal da Paraíba e autora de Latíbulos (Editora Escaleras- 2019).
A dedicação a escrita foi algo que surgiu durante a formação na Universidade Federal. “Simplesmente me surgiu a necessidade de escrever, de criar outros eus, outros mundos. Comecei publicando pelo Facebook, daí participei de antologias de autoria feminina e depois publiquei no Correio das Artes (Suplemento Literário do Jornal A União)”, comenta Jennifer.
Mesmo que passando, de forma não intencional e óbvia, sua forma de enxergar o meio, as imagens de como ver as pessoas, as coisas, os momentos e o mundo, Jennifer descreve sua inspiração na escrita em aquilo que conquista sua atenção. “Cito Manoel de Barros para responder: ‘nasci para admirar o à toa, o em vão, o inútil. Pertenço de fazer imagens’ e as faço com as palavras. Quando a imagem de alguma coisa (seja no real, no imaginário), qualquer coisa, toma minha atenção e me toca de algum modo, aí me vem a necessidade de escrever. Então, não me privo. Privar-se é pecado.”
Quanto a sua relação com a escrita Jennifer comenta, “a escrita pra mim representa liberdade porque me deixa ser o que quiser, (re)construir o que quiser. E isso está em mim como eu estou em mim. Mas o processo de escrita, em si, é algo duro. Se não me der um basta, é uma eterna reconstrução. Fico querendo mudar quase sempre o que escrevo, após um tempo”.
Jennifer é autora do livro Latíbulos (Editora Escaleras- 2019), lançado no bar San Junipero, na Praça Dom Adauto no dia 07 de junho . “O escrevo desde 2013/2014…Ele representa um recorte da minha escrita, como ela foi se modificando com o tempo. O livro é dividido assim como os ritos que estruturam uma missa apostólica romana (Iniciais, da Palavra, Sacramental e Finais). Passei anos na igreja e, como tenho poemas eróticos, resolvi associar e tentar quebrar a expectativa rumo à dessacralização”, comenta. “O lançamento foi lindo. Foi muita gente querida e admirada. E foi mais significativo ainda por acontecer em uma semana com vários lançamentos de mulheres paraibanas”.
irmandade
olhos que ultrapassam o tempo
olhos imensos
olhos que olham épocas distintas
olhos de quem preenche
olhos de quem sente
exageradamente
olhos que alimentam mendigos
olhos de quem vê o pai
olhos de quem as
olha na rua da areia
olhos que se voltam ao retábulo
olhos de mar imenso
olhos que viram o meu parto
e, pela virgem-maria, também saíram dele
Fontes:
Entrevista com Jennifer Trajano