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Data de publicação do verbete: 06/10/2019

Igreja de Santa Júlia

A Igreja de Santa Júlia é a Paróquia do bairro da Torre. Sua ascensão deu-se principalmente depois da chegada de Hildon Bandeira, um padre baiano que fez história na Torre.
Data de publicação: outubro 6, 2019

Município: João Pessoa – PB

Fundação: 1953

Endereço: Av. Júlia Freire, s/n – Torre

A Igreja de Santa Júlia é a Paróquia do bairro da Torre. Sua ascensão deu-se principalmente depois da chegada de Hildon Bandeira, um padre baiano que fez história na Torre ao influenciar, na época, a área educacional dos residentes do bairro e despertar a admiração pelo seu comportamento altruísta. 

O historiador e escritor paraibano Hélio Serrano, em uma entrevista concedida aos alunos do curso de jornalismo da UFPB, afirmou que a origem dela está relacionada a uma família abastada da região. A aristocrata e herdeira Júlia Freire decidiu erguer na sua fazenda uma capela em homenagem a uma santa a qual ela era muito devota.  O nome da santa também era Júlia. Portanto, o nome da Paróquia do bairro da Torre também é em homenagem a essa santa. Após a morte de Júlia Freire, as terras da Paróquia foram doadas para a Igreja Católica através de um testamento. 

O padre Hildon Bandeira nasceu em Caldeiras, Bahia, no ano de 1913. Sete anos depois migrou para a cidade de Salvador a fim de frequentar o seminário. Mais tarde, transferiu-se para Sergipe e concluiu seu aprendizado eclesiástico na Paraíba. Durante o tempo em que trabalhou na Torre, ele morou na casa paroquial que ficava ao lado da Igreja de Santa Júlia.

Na década de 70, a Igreja era pequena, bem simples e os seus frequentadores eram pessoas humildes. Ela já tinha passado por pequenas reformas e quando o padre Hildon Bandeira criou os cursos profissionalizantes (culinária, corte e costura, cabeleireiro, floricultura), foram construídas algumas salas para esses cursos e para o ensino da catequese. O padre organizou um grupo social que era frequentado por mães, donas de casa que residiam no bairro da Torre. Essas reuniões proporcionavam passeios, distribuição de gêneros alimentícios e geralmente no final do ano, realizavam o natal da paróquia destinado aos membros do grupo. Os anos passaram e os grupos cresceram.

Gradativamente, a Igreja passou por reformas ao longo da sua história e nos anos 80, uma grande reforma foi realizada. No decorrer dos anos atuais a estrutura sendo adaptada até atingir um design moderno. 

“Santa Júlia está muito diferente, está mais bonita. O ostensório que colocaram na frente que não era ali. Então mudou muito. Está tudo mudado”, declarou Maria das Neves, ex-moradora do bairro que cresceu acompanhando as mudanças.

Hélio Serrano contou ainda uma curiosidade acerca de uma das reformas: “ No início ela foi reformada com uma torre. Dentro dela havia um santuário pequeno da nossa senhora das cabeças doado no tempo em que a paróquia era ainda uma capela. Entretanto, após os períodos de reformas, a homenagem à santa das cabeças ficou localizada no local de fora da igreja.” 

Com relação ao padre Hildon Bandeira, segundo testemunhas da época, ele era um padre sério, admirado e conhecido por muitas pessoas. Ele era dinâmico e ajudava os moradores da Torre arrumando empregos e casas. Os grupos criados por ele na Igreja eram interativos e muito procurados. 

O padre atuava também em outro centro social que possuía as mesmas características que o centro social de Santa Júlia: assistência médica, curso profissionalizante, grupo de catequese e nesse centro ele conseguiu fundar uma escola.

O padre Hildon Bandeira faleceu em 1984. Uma testemunha declarou que o seu falecimento abalou muita gente.

Em 1988, ele foi homenageado a pedido da sua irmã. A Escola Santa Júlia localizada ao lado da Paróquia teve o seu nome mudado para Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Padre Hildon Bandeira. Além da mudança do ensino religioso para uma escola com ensino regular pedagógico.

Fontes:

Blog oficial da Escola Padre Hildon Bandeira – http://bit.ly/blogescolatorre CBJproduções  – http://bit.ly/CBJproduções

Entrevista da jornalista Marcela Mayara

Entrevista realizada pelos alunos do curso de jornalismo da UFPB

Marcela Mayara

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