Simone Eliz
Mãe, feminista, militante, jornalista, política, revolucionária e sobretudo: Mulher. São alguns adjetivos para descrever Manuela D’Ávila que esteve em João Pessoa (PB), na noite desta última quarta-feira (13), como convidada especial da VI Semana de Jornalismo Vladimir Herzog, promovida pelo Centro Acadêmico de Jornalismo da Universidade Federal da Paraíba. Na ocasião D’ Ávila lançou seu livro ‘Por que lutamos?’ e participou da mesa “Jornalismo e Gênero: a Revolução é Feminista”.
Como na música da Cidadão Quem ‘ Dia Especial’, que cantou junto com o marido e a filha durante uma live pós eleições 2018, esta foi uma ‘noite especial’. Manuela autografou os livros dos presentes, tirou fotos e discursou enaltecendo a força do povo paraibano e nordestino a favor da democracia:
“Nós precisamos dos ‘Paraíbas’, da Paraíba, do nordeste brasileiro para nos ajudar a reconstruir esse país”, enfatizou.
Para quem não se lembra esse é o segundo livro da escritora e ex-candidata a presidência da república, o primeiro foi o ‘Revolução Laura’.
Questionada sobre como se deu o processo de produção e sobre o quanto amadureceu como escritora entre o primeiro e o segundo livro Manuela respondeu:
“Entre o primeiro e o segundo livro talvez o que tenha mudado foi a forma, eu entendi como eu produzo um livro, entende? Eu hoje desenho o livro. Vou escrever o terceiro agora. Eu já estou com ele desenhado, então eu já sei exatamente como ele vai ser na minha cabeça. Eu já sei o formato dos textos e qual o meu objetivo com ele. Eu sento e escrevo já pautada por mim mesma como eu quero enfrentar o assunto.”
Manuela conta também que se libertou da linguagem acadêmica, difícil e hoje procura escrever de forma mais simples, que atinja um público maior, não só os que já sabem sobre o assunto.
“Eu tomei minha decisão de transformar em texto escrito um exercício que já faço há 20 anos e fiz nos meus últimos 15 anos de mandato. Eu quero que as pessoas entendam aquilo que eu penso”, e acrescentou:
“Eu quero que elas (as pessoas) entendam que as mulheres morrem muito por causa do machismo. Que é muito triste a realidade das mulheres no nosso país. Eu sou uma mulher brasileira né? E tudo que eu conquistei de visibilidade, de projeção tem que ter usado para alguma coisa e tentar transformar a vida das mulheres e das crianças” .
Em tempos de ódio e opressão, discursos e atos de amor e liberdade nos trazem conforto, esperança e humanismo. ‘Por ♀ue lutamos?’ nos provoca isso.
Nos bastidores
Entre uma e outra atividade Manu fez uma pausa nos ensinando mais lições sobre o amor, talvez o amor mais forte: o amor de mãe. Mesmo distante se fez perto e exerceu seu papel de mãe coruja assistindo, via web, uma apresentação da pequena Laura na escola.