Setores cultural e criativo movimentam R$ 171,5 bilhões por ano, o equivalente a 2,61% de toda a riqueza nacional Foto: Reprodução
Está sendo realizada uma pesquisa para medir o impacto da pandemia do covid-19 nos setores cultural e criativo, os primeiros resultados publicados esta semana mostram que 45% dos pesquisados registraram perdas de 100% das receitas entre os meses de maio e julho. O menor impacto observado foi em São Paulo, onde 31% disseram ter perdido toda a receita entre março e abril. O maior impacto ocorreu no Rio Grande do Sul, onde 63% afirmaram que não tiveram receita no mesmo período.
Os setores cultural e criativo movimentam um total de R$ 171,5 bilhões por ano, o equivalente a 2,61% de toda a riqueza nacional, segundo dados da FIRJAN/SENAI, de 2019. O Sistema de Informações e Indicadores Culturais do IBGE registrou, em 2018, a existência de 5,2 milhões de pessoas ocupadas em atividades culturais e criativas no Brasil (SIIC/IBGE, 2019).
A pesquisa “Covid-19 nos setores culturais e criativos do Brasil” está sendo realizada pelo Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura, em conjunto com o Sesc, a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP e pela Representação no Brasil da Unesco. Até o momento foram coletados dados de 1.677 participantes, incluindo 13 editoras, 11 empresas ou indivíduos que trabalham com produção literária e de conteúdo e oito livrarias.
Rodrigo Correia do Amaral, um dos coordenadores do levantamento, afirma que é preciso observar a presença da informalidade e da baixa remuneração na amostra: “Apesar dos setores cultural e criativo contarem com uma mão de obra qualificada, na qual um percentual elevado de pessoas possui o ensino superior completo, a natureza do trabalho é muito caracterizada pela informalidade e pela baixa remuneração”, comentou em entrevista ao site Publish News.
A pesquisa pretende dimensionar os impactos de curto e médio prazo da pandemia de Covid-19 nos setores cultural e criativo do Brasil, orientando o debate e a criação de saídas para a crise atual. Atingidos pelo isolamento social, praticantes, empreendedores, artistas e trabalhadores desses setores veem-se agora diante de desafios variados, sabendo que, provavelmente, serão os últimos a retomar suas atividades presenciais.
Israela Ramos