Marcélia Cartaxo em Pacarrete
O filme “Pacarrete”, a produção que levou oito prêmios no 47º Festival de Gramado (2019), estrelado pela atriz paraibana Marcélia Cartaxo, um dos longas mais esperados de 2020, ganha novo trailer e tem data de estreia marcada para o dia 26 de novembro. O filme que foi rodado na cidade de Russas, interior do Ceará e foi dirigido por Allan Deberton, conta com mais duas atrizes paraibanas, as elogiadas Zezita Matos e Soia Lira; além o ator baiano João Miguel; e os cearenses Rodger Rogério, Débora Ingrid, Samya De Lavor e Edneia Tutti Quinto; além da participação de atores e atrizes da própria cidade. A preparação do elenco é de Christian Duurvoort, que trabalhou em Ensaio Sobre a Cegueira e O Banheiro do Papa.
Com roteiro escrito por Allan Deberton, André Araújo, Samuel Brasileiro e Natália Maia, o filme conta com fotografia de Beto Martins e trilha sonora de Fred Silveira; César Teixeira e Clara Bastos assinam como produtores e Deberton, ao lado de Ariadne Mazzetti, assinam a produção executiva. A distribuição é da Vitrine Filmes.
Elogiado e festejado pela crítica e pelo público, Pacarrete foi o grande vencedor da 47ª edição do Festival de Cinema de Gramado e foi consagrado com oito kikitos, entre eles, melhor filme e melhor atriz. O longa já foi exibido em 39 festivais, já coleciona vinte e sete prêmios ao redor do mundo, pretende concorrer a uma vaga na categoria de melhor filme internacional do Oscar 2021, e como representante brasileiro.
Primeiro longa-metragem de Allan Deberton, Pacarrete aborda questões como a loucura, os desafios de ser artista e o drama da velhice de uma bailarina clássica, que gosta de ser chamada de Pacarrete, que significa margarida em francês. O filme é livremente inspirado na conterrânea do diretor e demorou 12 anos para ser realizado. Foi filmado em sua cidade natal, Russas, no Ceará, tentando colocar na tela todas as lembranças da época: “Fico pensando nas inadequações e em como é triste ter que gritar para ser ouvido, para ser respeitado. Quem assiste ao filme sai modificado, eu tenho certeza, pensando em alguém não muito distante. Pode ser uma vizinha, uma tia, ou um senhor excêntrico. Pacarrete pode ser um estado de espírito. É quando a gente vive quem a gente é”, conta o diretor.
Nascida e criada em Russas, Pacarrete alimentou desde criança o sonho de ser artista e viver a vida na ponta da sapatilha, mesmo sendo de uma cidade conservadora, onde mulher nasceu para casar e ter filhos. Mas é em Fortaleza que ela consegue estar no centro dos holofotes como bailarina clássica e se torna professora de ballet. Com a aposentadoria, ela retorna para sua cidade natal onde pretende continuar seu trabalho artístico, mas só encontra desrespeito à sua arte: em vez de plateias de admiradores e aplausos, ela se defronta com o despeito daqueles que cruzam seu caminho; e a bailarina e professora de outrora se transforma na “louca da cidade”.
“Pacarrete é um acontecimento além-filme. É fazer justiça com uma mulher que pedia um palco e dizia, aos berros, que ainda iriam ouvir falar dela. Quando eu vejo a plateia em silêncio, sentindo o filme, tenho certeza que estão pensando na vida, no tempo que passa rápido e em alguém que passou e não tivemos a oportunidade de pedir desculpas”, conclui o diretor.
Confira o novo trailer de Pacarrete:
Israela Ramos