Naturalidade: João Pessoa-PB.
Nascimento: 09 de junho de 1960.
Atividades artísticas culturais: Chargista, cartunista e caricaturista. Criador do projeto charges na rua em 1986.
Instagram: @regischarges
Facebook: https://pt-br.facebook.com/regis.soares.9
Reginaldo Soares Coutinho iniciou a publicação de suas charges no Jornal O Momento, a partir de 1983. Publicou quatro livros: ‘Charges e Caricaturas’, ‘Pintando o Sete e Desenhando os Outros’, ‘Charges na Rua’ e ’15 anos de Charges na Rua’. Participou de várias exposições, salões de humor, na Paraíba e em outros estados. O seu trabalho foi publicado em vários veículos da imprensa como o Pasquim, A Tribuna, O Norte, Correio da Paraíba e em jornais sindicais.
Desde pequeno o artista desenhava, por começar muito novo ele não tinha noção do que estava fazendo, e acaba que seus desenhos ficavam engraçados mesmo que ele tentasse deixar o desenho o mais realista possível. Ele costumava desenhar os clientes da mercearia de seu pai e colocar nas paredes, assim quando as pessoas iam lá comparavam os desenhos com as outras pessoas e se divertiam. Um tempo depois ele conheceu um jornalista com quem fez amizade, esse o explicou que os desenhos que ele fazia eram caricaturas e que Regis poderia ser um chargista, mas que ele precisava estudar e conhecer mais dos acontecimentos políticos e sociais para que ele desenvolvesse o humor gráfico.
Régis Soares e a charge na rua
Um fato aparentemente prosaico levou à afirmação de uma carreira que é uma unanimidade para os moradores de João Pessoa. Na Rua Etelvina Macêdo de Mendonça, no bairro da Torre, em João Pessoa, encontra-se uma das mais representativas expressões de nosso humor gráfico, a “charge na rua”, de Régis Soares. Tudo começou com um protesto bem humorado: em 1986 um buraco em frente à casa do artista atormentava toda a vizinhança, como era época de campanha eleitoral ele colocou uma charge em um pequeno painel na calçada cobrando das autoridades a solução. Com isso, criou seu próprio veículo de comunicação, que é produzido até hoje.
Segundo Régis, em um dos primeiros painéis havia um homem dentro da lama segurando uma plaquinha que dizia “Assim não voto”. A charge fez tanto sucesso que a iniciativa ganhou fama na cidade, suplantando, mesmo, sua atuação na imprensa. Régis Soares, ou Reginaldo Soares Coutinho, em 2013 fez 52 anos e há 27 anos divulga semanalmente sua crítica aos fatos políticos da Paraíba, do Brasil e do mundo, além da crônica futebolística.
A morosidade do poder público em resolver os problemas da cidade contribuiu para a consolidação do trabalho de Régis. Durante quatro anos reclamando humoradamente do descaso, os transeuntes se acostumaram com as charges do artista, atentos à esperada solução. Quando a prefeitura resolveu o problema, Régis parou de expor sua arte, mas as pessoas passaram a cobrar que continuasse. Desse modo surgiu o projeto Charges na Rua, traduzindo as inquietações dos cidadãos, como um porta-voz do senso comum.
Sua atividade crítica, no entanto, não foi de todo pacífica. Se para a população as charges serviam de catarse, de uma revanche bem humorada, para os políticos, alvo principal do chargista, foi motivo para perseguições e ameaças. Não foram poucas as vezes que tentaram tirar sua placa da calçada com alegações normativas, mas Régis resistiu a todas as represálias, contando com a cumplicidade da população e o apoio da imprensa.
Em 2017 o artista publicou a charge de número 1.500.
Régis Soares e suas obras já foram tema de dissertação de Mestrado, de documentários e reportagens, já virou nome de biblioteca e teve vários livros publicados. Régis já fez mais de mil charges na rua, provocando os poderosos e garantindo ao público motivos para muitas gargalhadas.
Ivanhia Kelly
Fontes:
https://auniao.pb.gov.br/noticias/caderno_cultura/a-charge-na-rua-virou-uma-marca-do-bairro-da-torre