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Data de publicação do verbete: 17/12/2020

Zé Calixto

Acordeonista e Compositor.
Data de publicação: dezembro 17, 2020

Naturalidade:  Campina Grande-PB

Nascimento: 16 de julho de 1933

Falecimento: 13 de dezembro de 2020

Atividades artístico-culturais: Acordeonista e Compositor

José Calixto da Silva foi um acordeonista e compositor paraibano que fez nome como Zé Calixto, ficou conhecido como o Rei do Fole de 8 baixos, considerado o mestre maior dessa tradição nordestina. O artista nasceu em 16 de julho de 1933, em Campina Grande-PB, no entanto, foi registrado oficialmente apenas em 11 de agosto de 1935. 

Instrumentista, sanfoneiro e compositor, começou a tocar aos oito anos, influenciado pelo pai, também acordeonista. Aos doze anos já tocava sozinho em bailes e festas de sua cidade natal. Nas apresentações dessa época, conheceu Jackson do Pandeiro e Genival Lacerda

Em 1959, em período de lua- de- mel de seu recente casamento, foi convidado por um amigo para fazer uma gravação no Rio de Janeiro. Deixou sua esposa e aceitou viajar oito dias de ônibus. Voltou três meses depois, para buscar sua companheira, mudando-se para a cidade maravilhosa, onde residiu a maior parte de sua vida. 

No Rio de Janeiro, o talento de sanfoneiro foi desenvolvido paralelamente ao dom para compor. Parceiro de Jackson do Pandeiro em A pisada é essa (1963), Zé Calixto deixou composições como Arrodeando a fogueira (1961), Bodocongó (1960), Bossa nova em oito baixos (1960), Milho verde na fogueira(1962, em parceria com Aquilino Quintanilha), Oito baixos no frevo (1960, com Bastinho Calixto) e Pro povo dançar (1978), entre outras músicas de clima abrasivo. 

No fim dos anos 1950, no rastro da explosão nacional de Luiz Gonzaga (1912 – 1989) e Jackson do Pandeiro (1919 – 1982), pilares da música nordestina. Lançou seu o primeiro álbum solo, em 1960, Zé Calixto e sua sanfona de oito baixos pela gravadora Philips, o instrumentista construiu carreira fonográfica, gravando com regularidade até o fim dos anos 1970.

Em seu primeiro álbum (1960), gravou uma série de 4 discos ao acordeom pela gravadora Sinter com os forrós “Forró de Seu Dideu”, “Forró em Serra Branca”, “Forró em Campina Grande” e “Bodocongó”; a polca “Polquinha brejeira”; o frevo “Oito baixos no frevo”; o xote “Xote em fá” e o choro “Bossa-nova em oito baixos”, todas de sua autoria. Com sua sanfona de oito baixos, chamou tanto a atenção dos produtores cariocas, que logo foi contratado pela Phillips.

Em 1961, por aquela gravadora, lançou os forrós “Arrodeando a fogueira”, de sua autoria e “Apertadinho”, de Ari Monteiro e Airão Reis. Em 1963, gravou, também na Philips, dois forrós: “A pisada é essa”, com Jackson do Pandeiro e “Tempo de milho verde”, com Aquilino Quintanilha.

Participou da coletânea “O fino da roça”, lançada pela gravadora Philips, em 1969, da qual participaram ainda, Jackson do Pandeiro, Zé Catraca, Messias Holanda, Zé Messias, Adélia Ramos e Elino Julião, liderados por Genival Lacerda, que substituiu Jackson do Pandeiro na excursão homônima, percorrendo todo o Nordeste, tocando com sucesso em clubes e praças, por ocasião dos festejos juninos.Terminado o contrato com a Philips, Calixto foi recebido por quatro outras gravadoras, passando pela CBS, Tapecá, Continental e Odeon-EMI, lançando ao todo 26 discos solo.

Em 1972, teve as músicas “Forró do Nino”, parceria com New Carlos e “Forró do mestre-sala”, com Manoel Serafim gravadas no LP “Forró na palhoça” da CBS com interpretações suas. O LP lançado pela CBS, em 1973, trazia como destaques “Forró do Nino”, de Bastinho Calixto e New Carlos e “Forró do mestre-sala”, de sua autoria com Manoel Serafim.

Em 1974, teve os forrós “No cantinho da parede” e “Só pra perturbar”, parceria com Bastinho Calixto, gravados por Bastinho Calixto pela EMI. Dedicou toda sua vida à sanfona, desenvolvendo, especialmente, o gosto pela execução do forró junino. Sua obra totalizou 30 álbuns, quase todos editados em LP.

O artista fazia questão de retornar à sua terra natal, Campina Grande, anualmente, para se apresentar no período das festas de São João. Em 2015, foi homenageado por Antônio Costa com o lançamento do álbum “Antônio Costa e Zé Calixto”, que teve a intenção de fazer um resgate da contribuição da sanfona de 8 baixos. O CD trouxe 6 faixas de sua autoria: “Oito Baixos no Frevo”, “Forró em Campina Grande”, “Bodocongó”, “Pisa de Mansinho”, “Forró em Serra Branca”, e “Forró de seu Dideu”. Em 2017, realizou participação especial no disco “Sergival – 30 anos”, produzido pela Laser Disc, ao lado de Zé Calixto, Rildo Hora, Leo Gandelman e Silvério Pontes. Em 2018, com coordenação de seu filho, foi iniciada a produção de um DVD com sua história e música.

Zé Calixto se tornou um ídolo para sanfoneiros mais jovens, “Zé Calixto é o ponto de encontro entre a virtuosidade e a simplicidade. Foi um presente para todos nós poder conhecer a sua genialidade”, Grupo Maria Sem Vergonha.

Pelo talento referencial no manuseio da sanfona, Calixto ganhou a vida e o respeito dos colegas de ofício, Zé Calixto é definido por Sivuca, seu companheiro de forró, que o conhece há mais 40 anos, como “um cavalheiro rústico, um artesão no fole de oito baixos, já que ele mesmo afina sua sanfona”

Faleceu aos 87 anos, em 13 de dezembro de 2020, Dia Nacional do Forró. A causa da morte, ocorrida em um hospital do Rio de Janeiro, após dias de internação, foi  complicações decorrentes do Mal de Alzheimer.

 Israela Ramos

Fontes:

Zé Calixto | Facebook

Zé Calixto – Bibliografia CrÃtica – Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira (dicionariompb.com.br)

Sanfoneiro Zé Calixto, artesão dos oito baixos e ídolo do forró junino, morre aos 87 anos | Blog do Mauro Ferreira | G1 (globo.com)

 

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