Início do conflito: 1585
Local: Baía da Traição, Litoral Norte da Paraíba
Disputa: Entre Portugueses, Franceses, Holandeses e Índios Potiguaras
História
Na época da conquista portuguesa da Paraíba os Potiguaras habitavam o território do atual estado tendo uma população estimada em torno de 100 mil pessoas. Os Potiguaras eram conhecidos por sua bravura, sempre costumavam enfrentar seus inimigos corpo a corpo, tendo o hábito de esmagar a cabeça de seus adversários. Por essa razão tiveram grande resistência em aceitar as condições impostas pelos portugueses.
No início do século XVI, o litoral paraibano era bastante frequentado por franceses, muitas vezes eles estando à serviço do grande armador Jean Ango, visando o tráfico do pau-brasil.
A Baía da Traição é um dos núcleos de povoamento europeu mais antigos da Paraíba. O território passou a ser ocupado pelos franceses, que ali fundaram uma feitoria visando ao comércio do pau-brasil tão abundante na região, além também da construção de um fortim, sendo combatidos pela expedição guarda-costas portuguesa liderada pelo navegador Cristóvão Jaques.
Os franceses conseguiram a amizade e a confiança dos Potiguaras, incentivando-os na luta contra os portugueses que sempre os viram como invasores de suas terras. Essa aliança franco-indígena dificultou a ação colonizadora dos portugueses, o que resultou em grandes conflitos. Em 1585, o português Martim Leitão chegou a Baía da Traição com cerca de duzentos homens e encontrou uma feitoria e um forte, construídos pelos franceses, logo ocorreu um intenso combate onde os portugueses saíram vitoriosos, aproveitando a oportunidade a fim de marcarem sua presença, os portugueses se fixaram na região conquistada.
Já em 1599 a recente criada capitania da Paraíba entrou em pleno desenvolvimento, efetuando-se a consolidação da conquista. Naquela época, a Baía da Traição era formada por colonos portugueses e índios potiguaras. Em 1625 uma esquadra holandesa composta por 34 embarcações com 600 soldados sob o comando do almirante Edam Boudeyng Heridrikson desembarcou na Baía da Traição. Sem terem forças suficientes para enfrentá-los, os portugueses tiveram que fugir em direção a Filipeia de Nossa Senhora das Neves (atual cidade de João Pessoa) sede da capitania. Durante a sua permanência naquela praia, os holandeses fizeram diversas incursões pelo interior, chegando até Mataraca e Mamanguape. Cientes do ocorrido tropas de Pernambuco e da Paraíba, comandadas pelo capitão Francisco Coelho de Carvalho, após sucessivos ataques, forçaram a retirada dos holandeses. Os Potiguaras que tinham se aliado aos holandeses foram terrivelmente massacrados, incluindo idosos e crianças, os que fugiram foram para o Rio Grande do Norte.
Jonas do Nascimento
Fontes: