Município: São Miguel de Taipu – PB
Data de Construção: 1600
História
O Engenho Itapuá foi construído no ano de 1600, seu nome tem origem de uma tribo indígena chamada Tapuias, eles viveram por muitos anos na região. O engenho se localiza bem próximo da BR 230 e as margens do Rio Paraíba. Possui solo plano, mas com a existência de ondulações, existe uma grande facilidade de encontrar água em seu subsolo.
Coronel Ursulino, seu dono, era uma pessoa respeitada, mas de comportamento cruel, mandava matar os seus inimigos, e os que não eram mortos ele os expulsavam das terras e tomava as terras para si. Os escravos que não fizessem os seus gostos, eram castigados chegando a serem mortos e jogados na bagaceira e alguns eram até queimados após mortos. Dono de 500 escravos ou mais, comprava-os pelos menores preços, principalmente aqueles que eram considerados rebeldes.
Com a Lei Áurea, o coronel Ursulino não ficou satisfeito, e desrespeitou a Princesa Isabel, de forma que a mesma mandou a sua guarda vir à Paraíba para arrancar um braço do Coronel Ursulino. Ele que entrou em desespero, escondendo-se na casa grande. Os soldados encontraram-no morto, pois tinha praticado suicídio. Depois, o engenho foi comprado por José Lins Cavalcanti de Albuquerque o Bubu de Corredor, avô materno do grande escritor José Lins do Rego.
O engenho era um grande produtor principalmente de cana de açúcar, tendo, ainda, a fabricação de aguardente, rapadura, açúcar, melaço e outros derivados. Isso ocorreu em grande escala na época de seu primeiro dono, o velho Ursulino. Os novos donos deram continuidade ao cultivo da cana-de-açúcar e a produção de seus derivados, sendo permitido que seus moradores plantassem agave, algodão e bens de consumo da agricultura.
A escoação da produção do engenho e as viagens de passageiros era feita através de serviços ferroviários, a The Great Western do Brasil Railway CompanyLimited, a antiga Estrada de Ferro Conde d’Eu, ramal de Pilar-PB a Timbaúba-PE. Sendo assim o engenho teve o privilégio de ter uma estação ferroviária nas suas imediações, tornando mais fácil o transporte da produção.
Atualmente o engenho está esquecido, desprovido de total segurança há mais de 18 anos, e com o tempo, a força do vento, as chuvas e os vândalos, acabaram, depredaram o pouco que resta dos escombros do patrimônio da casa grande que se encontra em estado de total deploração. As ruínas da capela e do eixo do engenho ainda restam às paredes em pé e o bueiro com sua data de fundação visível, que mesmo com tempo ainda resiste em pé, cobertos de diversos tipos de capins, cipós, urtiga, melão de são Caitano, mais outras gramíneas rastreiras, dentre outras plantas.
Maiara Alves
Fontes: