Localização: Avenida Cruz das Armas, Rua Manoel Guerra, a Travessa Tiradentes, Rua Comendador Marimbondo e a Avenida Ana , localizada no bairro de Oitizeiro.
A Feira de Oitizeiro é uma das mais conhecidas da capital paraibana. É um lugar onde se concentra diversas manifestações culturais e sociais. No Brasil, as feiras livres existem desde o tempo colonial e apesar da modernidade e do avanço no crescimento e desenvolvimento das “grandes cidades”, elas não desaparecem.
O Acesso principal a feira de oitizeiro se dá pela Avenida Cruz das Armas, localizada no bairro de Oitizeiro, mas a exemplo de tantas outras, a feira de oitizeiro se espalha por outros logradouros como a Rua Manoel Guerra, a Travessa Tiradentes, Rua Comendador Marimbondo e a Avenida Ana Nery.
Durante a década de 1940, as primeiras mercearias de Oitizeiro foram se instalando no trecho inicial das ruas Capitão Francisco Pereira e Santos Estanilau. Devido ao intenso movimento provocado pela vinda de pessoas das áreas rurais como Mumbaba de Pinincho, Mumbada dos Cortez, Gramame, Mituassu, Mata de Chica, e outras comunidades, alguns moradores do bairro começaram a montar pequenos comércios ao longo dessas ruas.
No ano de 1952, depois de pedidos de comerciantes da área, o então prefeito de João Pessoa, Luiz de Oliveira Lima, construiu um Mercado Público destinado a abrigar o comércio iniciado nas ruas. O mercado foi ocupado não somente pelos comerciantes das ruas, mas também por alguns donos de mercearias que começaram a investir no interior dessa área. O mercado foi atraindo outros comerciantes, que foram se instalando na parte externa e assim a feira foi se formando.
O pavilhão do mercado tinha cerca de 1500 m² de área coberta e era dividido em quatro corredores, sendo dois deles ocupados por comerciantes cerealistas, e os outros dois por vendedores de carne. Ao redor do mercado, foi se formando um movimentado comércio com bares, restaurantes, mercearias e outros estabelecimentos. A feira foi se estendendo ao longo da Rua Capitão Francisco Pereira e da Rua José Bonifácio e, aos poucos, os feirantes organizavam seus pontos de venda e iniciavam as negociações às 5h da manhã.
A intensa atividade da feira de oitizeiro atraiu não só os moradores do bairro, mas também pessoas de outros pontos da cidade. O acentuado crescimento do lugar fez com que, na década de 1960, o espaço físico se tornasse pequeno para tantos comerciantes. Logo Oitizeiro foi considerada a maior feira livre da capital, depois da feira do Mercado Central.
Em 1970, o então prefeito da cidade, Dorgival Terceiro Neto, desenvolveu uma política de humanização dos mercados públicos da cidade. Para o Mercado de Oitizeiro, ao invés de ampliar e melhorar suas instalações, a solução encontrada foi a transferência para a Cidade dos Funcionários. A decisão causou revolta nos comerciantes do local que pressionaram as autoridades políticas para evitar essa transferência.
A Sociedade Beneficente Dr. José Novais, na época com uma diretoria jovem, se movimentou nesse mesmo sentido, remetendo um ofício circunstanciado ao prefeito, expondo inclusive os inconvenientes do local escolhido para se construir o novo mercado, localizado às margens de uma via de imenso trânsito de veículos, a Avenida Cruz das Armas. Muitos comerciantes deixaram de negociar por absoluta falta de clientes.
Porém o prefeito não voltou atrás em sua decisão e, após 20 anos de existência formal, a Feira de Oitizeiro acabou dando lugar ao Mercado Público da Cidade dos Funcionários. Inicialmente, o ambiente era amplo, limpo, organizado e confortável para suas atividades na época, mas com o constante crescimento das atividades, se tornou inteiramente inadequado.
Apesar da mudança das instalações e do nome, a feira continuou a ser conhecida por seus frequentadores como Mercado de Oitizeiro.
Ivanhia Kelly
Fontes:
https://feirasdejp.wordpress.com/2016/05/28/feira-de-oitizeiro-sua-historia-e-seus-personagens/