Município: João Pessoa – PB
Localização: Centro
Construção: Século XX
Localizada na parte sul de João Pessoa, a Rua das Trincheiras tem a origem de seu nome ligada à construção de trincheiras naquele local, pois o governador da Paraíba João da Maia da Gama, temia que tropas olindenses invadissem a cidade a em meados de 1710, quando eclodiu a Guerra dos Mascates, em Pernambuco.
No passado, a rua das Trincheiras era caminho para o sul da cidade, e durante algum tempo chamou-se Epitácio Pessoa, antes disso ainda foi chamada de Rua Bom Jesus dos Martírios, por causa da igreja de Nossa Senhora de Lourdes que também era chamada assim na época. A rua possui cerca de 1km de extensão, e é um acréscimo da Rua Duque de Caxias que faz a ligação do centro de João Pessoa aos bairros de Jaguaribe e Cruz das Armas. Porém naquela época um dos motivos da valorização se deu ao fato da implantação do primeiro sistema de bondes. Nessa rua, além dos “senhores do algodão”, passaram a residir e se instalar, comerciantes abastados e profissionais liberais, incentivados pelo espaço suficiente para construir suas mansões e ter melhor infraestrutura.
Assim, essas imponentes residências, cheias de refinamento estético seguindo os moldes europeus, possuíam preocupação com um maior conforto e higiene, apresentavam jardins e as fachadas mostravam uma composição arquitetônica com elementos e ornamentos de influências históricas distintas.
No início do século XX, essa foi uma das áreas residenciais de maior prestígio da cidade, podendo ser considerada uma vitrine da Bela Época paraibana, repleta de edifícios ecléticos. Em 1918, foi construída a balaustrada, com o intuito de separar este bairro do abismo que o margeia, oferecendo, assim, proteção aos caminhantes.
No entanto, nas décadas que se seguem, João Pessoa passa por um processo de crescimento urbano. A atuação de governantes estaduais, e a implantação do sistema de transporte coletivo, através de bondes, levou à expansão da cidade em direção leste. Os novos espaços foram primordialmente ocupados pelas residências burguesas. A partir daí inicia-se um processo de desvalorização da rua, os belos casarões começam a ser abandonados, o lugar vai se tornando decadente com a ausência de investimentos privados e públicos.
Atualmente, programas governamentais têm discutido desapropriações a fim de gerar a funcionalidade habitacional, turística e de prestação de serviços públicos pelas entidades civis, educacionais, instituições filantrópicas, assistenciais, entre outras. As ruínas e os imóveis abandonados são visados pelas famílias de baixa renda para ocupação. As tantas ruínas que se acumulam nessa rua constituem elas mesmas uma paisagem desoladora, fantasmagórica.
Suzana Sousa
Fontes:
http://alemdasruinas.blogspot.com/2016/12/rua-das-trincheiras-historia.html
http://acidadeeahistoria.blogspot.com/2013/05/do-fausto-as-ruinas-um-passeio-pela-rua.html
