Município: João Pessoa-PB
Tombamento: 26 de Agosto de 1980
Criação: 1922
Localizada no bairro do Tambiá, onde no passado existia um sítio de propriedade da família de Walfredo Guedes Pereira, o qual quando prefeito da cidade no governo Sólon de Lucena (1920/1924) doou esta área à municipalidade com o fim específico de nela se construir uma praça, incluindo na escritura uma cláusula determinando que caso lhe seja dada outra destinação, ela seria revertida aos seus legítimos herdeiros.
Assim, a praça foi construída e inaugurada no ano de 1922, em comemoração ao centenário da independência e possui em seu centro um obelisco em pedra granítica, relativo a esta data. Posteriormente, foi ali edificado um pavilhão (coreto) destinado a abrigar as autoridades durante a realização de atividades cívicas, situado no lado da praça que tem como limite o prolongamento da Rua Monsenhor Walfredo Leal, para a qual se acha voltada a sua fachada principal. Este pavilhão apresenta elementos arquitetônicos característicos do Neoclássico, tais como a platibanda e as balaustradas.
Contudo, os ideais republicanos influenciaram o projeto arquitetônico e por isso, cada elemento do local guarda um significado: os bancos, originalmente em número de cem (para cada ano do Centenário), o quadrante em referência às quatro regiões geográficas do País à época e o obelisco, escolhido para simbolizar a luta pela Independência. Já os caminhos que cruzam a praça em X, reverenciam a bandeira da Inglaterra, berço do pensamento libertário.
O espaço conta com uma área de 37.819 metros quadrados que inclui cinco grandes canteiros (que se subdividem em 24 canteiros menores) com árvores, arbustos e plantas herbáceas que representam os vários biomas brasileiros, destacando as seguintes espécies: Pau-Brasil (Mata Atlântica); Ipês amarelo e roxo (Mata Atlântica e Cerrado); Pau-Rei, Sombreiro e Abricó-de-macaco (Amazônia); Angico e Cactáceas (Caatinga). O projeto paisagístico original é Mário de Lace com contribuição de Roberto Burle Marx.
No entanto, em 1925 foi elaborado por Roberto Burle Marx um projeto paisagístico para este logradouro que não chegou a ser executado, no qual ele sugeriu a demolição do referido pavilhão. Em seu entorno estão preservadas algumas residências, também datadas do início do século XX, bem como o Colégio Pio X, compondo um conjunto edificado relevante, que guarda a memória da cidade daquele tempo. Esta praça, juntamente com o coreto e obelisco encontram-se tombados pelo IPHAEP através do Decreto número 8.641, de 26 de Agosto de 1980.
Atualmente, a praça ainda conta com 54 bancos, um coreto, que foi revitalizado e ganhou além da pintura e novas escadas, elevador para os pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, e com os monumentos do Obelisco Central e o busto de Otacílio de Albuquerque, erguidos em pedra granito. Assim, pode ser observado que a Praça da Independência foi idealizada durante o processo de modernização da cidade e simboliza, junto com a Avenida Epitácio Pessoa (de cujo início parte), a expansão urbana rumo à orla.
Suzana Sousa
Fontes:
http://www.memoriajoaopessoa.com.br/acervopatrimonial/13.pdf
