Naturalidade: João Pessoa-PB / Radicada em Santa Luzia-PB
Nascimento: 26 de março de 1997
Atividades artístico-culturais: Artista visual
Formação acadêmica: Graduanda em Artes Visuais na UFPB
Instagram: @yasminformigaportfolio @yasmin.formiga
E-mail: yasminformiga23@gmail.com
A artista do Vale do Sabugi, no sertão paraibano, realiza suas intervenções artísticas reforçando a luta das mulheres contra os diversos tipos de violência e dos seus antepassados pelo respeito à terra em seu caráter ambiental e místico. Trabalhando com escultura, objetos do cotidiano, instalação, land art, pintura e performance, a artista busca atuar ativamente na sociedade, denunciando injustiças e levando sua linguagem artística para o sertão do estado. Artista visual e ativista, considera a arte o principal meio para uma transformação social, realiza trabalhos interativos, como educadora, que fazem emergir um despertar sensitivo e criativo.
Yasmin Formiga ganhou destaque nacional depois que um protesto realizado por ela em suas redes sociais demonstrou a apologia ao estupro presente na música ‘Só surubinha de leve’, de MC Diguinho. Com uma fotografia segurando um cartaz com parte da letra do funk e com o próprio rosto pintado simulando uma agressão, Yasmin conseguiu impedir a divulgação da música nas plataformas digitais.
“Vivenciei certos abusos e estive grande parte de meu tempo na delegacia especial de atendimento à mulher. Isso me fez questionar e querer falar mais sobre isso para trazer um tipo de conscientização”, explica a artista sobre como se deu a criação de uma série de performances sobre a violência de gênero apresentadas nas ruas de João Pessoa, além de escolas públicas e instituições culturais. Levadas ao público entre os anos de 2018 e 2019, as intervenções interativas constituem um dos principais trabalhos realizados por ela.
Atualmente, a artista busca criar uma conexão com a terra, fazendo mandalas e espirais com elementos orgânicos e também com o que ela encontra no ambiente da caatinga, como pedras, galhos e flores. Esses lugares servem, segundo Yasmin, como pontos de ativação energética. “Estou atribuindo mais o meu trabalho à minha espiritualidade e ao local de onde eu vim, no Sertão”.
Com esse novo direcionamento artístico, Yasmin tem se aprofundado na pesquisa de land art, tipo de expressão artística que se produz em um terreno natural. É se espalhando pelas matas da caatinga que ela constrói suas relações de afeto com o ambiente fundamentando seus estudos nos eixos temáticos de memória e esquecimento, pertencimento e indícios, cotidiano e encontros, corpo e espaço, natureza e territórios. “A questão agora é buscar e reconhecer a territorialidade, o lugar de onde eu vim, o reconhecimento da minha ancestralidade e o descobrimento que sou descendente de cangaceiros”, considera Yasmin, que relaciona o ciclo da paisagem rural que passa do período de seca para os de chuva e consequente colheita com o próprio ciclo da vida, que enxerga o tempo de forma não linear.
“Essa percepção do ciclo morte-vida e de como minhas antepassadas passaram por isso, até chegar em mim esses conhecimentos que vêm da terra. Questionar essas raízes e buscar essas raízes me faz cada vez mais compreender quem eu sou e dessa forma querer mostrar em meu trabalho artístico e em minhas produções. Querer mostrar de onde vem esse sertão interior, que todos nós temos”, conclui Yasmin Formiga.
Após sua primeira exposição individual, realizada em 2018 na Casa da Pólvora (João Pessoa/PB), Yasmin participou das coletivas Âmago, também na Casa da Pólvora; Concha, na Pinacoteca da UFPB; Entre cânones e desvios, na Galeria Lavandeira da UFPB; Bienal de Arte Contemporânea, no Sesc Cabo Branco (João Pessoa/PB); além da individual É tudo concreto?, realizada também no Sesc Cabo Branco.
Amanda Pedrosa
Fontes:
https://revistablecaute.com/wp-content/uploads/2021/04/3-artista-da-capa-Yasmin-Formiga-RB21.pdf
https://www.instagram.com/yasmin.formiga/?max_id=1672023689556027416&hl=gu