Gustavo D.*
Amanhã começa a Feira de Economia Solidária EcoParaíba, projeto do Centro Público Estadual de Economia Solidária (EcoParaíba). A feira acontece até sábado (11), na praça Santo Antônio, em Tambaú, e promete reunir vinte empreendimentos de mulheres de diversas regiões da Paraíba e que fomentem os quatro campos da economia solidária: artesanato, agricultura familiar, catadores e finanças solidárias. Mulheres de diversos segmentos pretendem expor suas habilidades e produtos, das 16h às 21h.
O principal intuito da criação da feira foi dar visibilidade e valorizar a produção coletiva de mulheres nos Empreendimentos Econômicos Solidários (EES). Para Maria Lucivânia Rodrigues Gurgel Braga, diretora administrativa-financeira da Cooperativa Paraibana de Empreendimentos Econômicos Solidários (ECOSOL-PB), um dos EES membros do EcoParaíba, “Antes o trabalho feminino restringia-se ao cuidado com o lar e com os filhos e, com o tempo, isso foi mudando um pouco. Entretanto essa mudança passa por alguns problemas nesse processo, mesmo representando a maioria da população brasileira (52%) somos nós que estamos nos postos de trabalho menos valorizados, com menores salários, que sofrem diversos modos de assédio no trabalho, que tem de fazer uma jornada dupla ou tripla cuidando também do lar e dos filhos. Diante deste cenário não podíamos ficar paradas”.
A diretora, conhecida popularmente como Vânia, conta que ‘‘ao buscar formas de superação deste cenário, conhecemos que existe um modelo que tem por objetivo ser uma resposta a toda essa situação de exploração, desemprego e precariedade que tomava conta da vida e do trabalho, esta é a Economia Solidária. Foi aí que entendemos que trabalhando coletivamente (seja em associação, cooperativa ou grupo informal) podemos superar toda e qualquer dificuldade’’.
Diversos empreendimentos já foram confirmados como participantes do evento, como o grupo de mulheres artesãs Artesol, criado em 2005 e oficializado em 2015 devido à dificuldade das mulheres de comercializarem individualmente seus produtos artesanais, e o Grupo Ekun Dayo, grupo de arte de mulheres da resistência negra.
Quanto à importância do evento, Vânia comenta: “a feira é importante para demonstrar a outras mulheres e a população que existe outra forma além da convencional de se conseguir gerar ao mesmo tempo que se busca um bem viver’’. Ela aproveita para citar a frase “Existem mulheres fortes e mulheres que ainda não descobriram a sua força”, usada na divulgação do evento.
Além da comercialização, a feira também promete contar com a presença de manifestações culturais. Apresentações de música, atividades educativas, palestras abordando o papel da figura feminina na economia solidária, a saúde mental feminina, entre outros temas.
*Com a supervisão de Carol Cassoli