A primeira edição de Nos Ritmos da Mãe África é organizada pelo Centro Cultural Ginga Nação e pelo Grupo Capoeira Brasil. Espaço Cultural José Lins do Rêgo é um dos locais que receberá atrações da programação artístico-cultural.
Afirmar que o Estado da Paraíba é um terreno tradicional de manifestações artísticas da cultura popular nordestina e brasileira é tão correto quanto à constatação de que essa diversidade provém da fartura étnica e racial de seu povo.
Imagine um acontecimento que consiga reunir alguns desses saberes e fazeres artísticos popularizados em nossas comunidades tradicionais e em espaços de cultura Brasil afora. Imaginou? Pois ele está prestes a ocorrer.
Nos dias 21 e 22 de Abril, no feriado de sexta-feira e no sábado próximo, respectivamente, a capital, João Pessoa, receberá a primeira edição de Nos Ritmos da Mãe África. Baseado no forte apego às heranças africanas e afrodescendentes enraizadas nos costumes, nos gestos e nos festejos da nossa gente, o evento expõe as facetas das artes de origem negra. Na programação, a nobreza da dança afoxé, a alegria despreocupada do Coco de Roda, a plasticidade do Maculelê, a sensualidade vibrante do Samba de Roda e, claro, o carro-chefe desta produção cultural: a arte-luta Capoeira. O protagonismo da “luta de libertação” se explica pelas instituições que estão por trás de Nos Ritmos da Mãe África. São elas, a ONG Centro Cultural Ginga Nação e o Grupo Capoeira Brasil, ambas capitaneadas por Antônio Guedes Junior, o afamado Mestre Ligeirinho, 42 anos, capoeirista e arte-educador paraibano. O mestre é um dos maiores incentivadores e divulgadores das artes populares locais, além de ser uma dasreferências da Capoeira no Brasil e no Mundo; atual vencedor do Prêmio Berimbau de Ouro 2023, o “Oscar da Capoeira”, ocasião em que foi agraciado em Salvador, na Bahia, no mês de Março.
É também o nome à frente da supervisão do evento. Contudo, para esta primeira edição, ficou a cargo de três de seus discípulos mais antigos a responsabilidade de fazer sair do papel a produção de “Nos Ritmos da Mãe África”. A Instrutora Aurora (Aurora Camboim), 41 anos, e os Instrutores Preá (AlilsonTargino), 32 anos, e Minotauro (Rodrigo Leite), 34anos, serão os artistas encarregados da produção e realização do acontecimento multicultural na cidade.
Dois aparelhos públicos, ligados a órgãos estadual e municipal, de João Pessoa, receberão as atrações, que poderão ser conferidas pelo público gratuitamente. Na sexta-feira, dia 21, o mezanino e o Teatro de Arena do Espaço Cultural José Lins do Rêgo serão as primeiras instalações a acolher as atividades da programação, nos quais acontecerão as oficinas, os espetáculos e as rodas artístico-culturais.
No sábado, dia 22, nos turnos da manhã e da tarde, no Centro de Atividades e Lazer padre Juarez Benício Gramame (CEJUBE), bairro Colinas do Sul, teremos mais aulas e demonstrações de danças, jogos e lutas, além de Batizados e trocas de corda dos e das praticantes da arte-luta.
Chama atenção a dimensão que o evento alcançou, já na primeira edição, no que diz respeito ao público que vem demandando a equipe produtora até então. A expectativa é de que cheguem à Paraíba, a partir desta quinta-feira, dia 20, mestres e artistas em geral advindos do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Alagoas, entre outros estados e regiões.
Encerramento e participação especial
O encerramento de Nos Ritmos da Mãe África, ainda no dia 22, sábado, a partir das 18h, ocorrerá na Associação de Moradores da Comunidade da Penha, no litoral sul da capital.
A tradicional comunidade abrirá suas portas para a Noite Cultural, com apresentações de músicas autorais e não autorais – interpretações de cantadores e cantadoras que estiverem a fim de se exibir no palco montado nas instalações da associação.
A propósito da participação especial, aguardada com entusiasmo pelo público do evento, ficará por conta da carismática Mestra Carminha do Coco da Penha. A experiente artista terá a incumbência de encerrar os festejos da primeira edição de Nos Ritmos da Mãe África, com um show ao ar livre, gratuito.
Com as bençãos de Nossa Senhora da Penha, espera-se que o evento possa se solidificar com o passar do tempo na agenda cultural anual da cidade, como referência artístico-cultural local, regional, nacional e internacional.