Naturalidade: Campina Grande – PB
Nascimento: 27 de Julho de 1897 // Falecimento: 25 de novembro de 1943
Atividades artístico-culturais: poeta
Formação: professor, jornalista e guarda livros.
Mauro da Cunha Luna, nasceu em 27 de julho de 1897, na cidade de Campina Grande, filho do casal Baltazar Gomes Pereira Luna e D. Maria Santana da Cunha; casou-se com D. Augusta de Almeida Luna, tendo nascido dessa união doze filhos. Estudou no Colégio São José, dirigido pelo professor Clementino Procópio, recebendo os primeiros ensinamentos e noções de humanidades.
Em 1921, fundou o Colégio Olavo Bilac que funcionou até o ano de 1932. Aos quinze anos, em 1916 já ingressa no jornalismo como redator de A Voz da Borborema e A Razão, órgão oposicionista local, colaborando, também, nos demais jornais da região; dirigiu a Biblioteca Pública de Campina Grande. Para complementar o orçamento familiar trabalhava como guarda-livros em firmas comerciais e como professor dos Colégios Pio XI e Imaculada Conceição, porém, foi a poesia que o imortalizou.
Em 1924, reuniu os seus poemas no livro intitulado Horas de enlevo, tendo sido, esta, a sua única publicação em livro, mas que recebeu referências elogiosas dos mais expressivos nomes de nossa literatura, a exemplo de José Américo de Almeida, João Ribeiro, Afonso Celso e Raul Machado.
Eleito para a Academia Paraibana de Letras e não podendo deslocar-se de Campina Grande até a capital, em virtude do seu estado de saúde, foi empossado por procuração, em 10 de março de 1943, tendo escolhido o Pe. Mathias Freire para representá-lo e que ocupou a cadeira cujo patrono era Irineu Joffily,renomado historiador paraibano, onde Mauro Luna, não chegou para prestigiar o mesmo, pois o encontro estava marcado para 15 de dezembro de 1943 e o mesmo veio a falecer no dia 23 de novembro do corrente ano.
O Pau D’arco Amarelo
Sobranceiro, a ostentar o fulgido diadema,
Ei-lo, saudando o sol, na vastidão deserta!…
-Quem já viu, no escampado, um mais formoso poema,
Tão lindo que do artista as emoções despertam?…
Emblema da ansiedade e da beleza emblema,
Árvore secular, de flores cobertas,
Embora ante a intempérie, algumas vezes trema,
Rem nas flores gentis, uma divina oferta!…
E quando o astro da noite, em êxtase flutua,
O pau d’arco recebe os óculos da lua,
Balançando, de manso,a cabeleireira em flor…
Na sua como ondeante abriga a passarada…
E põe, na insipidez da terra abandonada,
Uns resquícios de sonho e uns sussurros de amor!…
Sandra da Costa Vasconcelos
Referências
http://antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/paraiba/mauro_luna.html
http://novo.aplpb.com.br/academia/academicos/cadeiras-11-a-20/181-n-18-fundador-mauro-luna
LUNA, Mauro. Horas de enlevo. Edições da Comissão Cultural do Centenário, Prefeitura Municipal de Campina Grande : 1964.
CÂMARA, Epaminondas. Do cientista Irineu Joffily ao poeta Mauro Luna, Revista da APL, nº 02, p.103. João Pessoa: 1947.
REVISTA DA ACADEMIA DE LETRAS DE CAMPINA GRANDE. Ano I, nº 01,
1993.