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Data de publicação do verbete: 17/02/2023

Amarylio de Albuquerque

Literato e crítico musical.
Data de publicação: fevereiro 17, 2023

Naturalidade: Areia – PB

Nascimento: 11 de fevereiro de 1902

Atividades artístico-culturais:  literato e crítico musical 

Atividades profissionais: advogado,jornalista e pesquisador

Formação: Direito

Amarylio de Albuquerque  nasceu em Areia, em 11 de fevereiro de 1902, na Paraíba, onde seu pai, Octacílio Camello de Albuquerque, foi prefeito. Sua mãe, Zulmira, gerou sete filhos: Marina de Albuquerque Maciel, Amarylio de Albuquerque, Jair de Albuquerque,  Dulcelina de Albuquerque Pinto, Togo de Albuquerque, João de Albuquerque e Paulo de Albuquerque. 

A mudança de Amarylio da Paraíba para o Rio de Janeiro deu-se quando seu pai, Octacílio de Albuquerque, exerceu mandato enquanto deputado federal pelo estado da Paraíba, conforme noticiado no Diário de Pernambuco de 02 de abril de 1918.

No ano de 1924, foi aprovado no curso de Direito na Universidade do Rio de Janeiro, onde, possivelmente, o fato de Amarylio ter concluído este curso favoreceu a escolha de seu nome por Villa-Lobos, enquanto inventariante de sua obra, em 1925, tornando-se sócio da Associação Brasileira de Imprensa, fato que permitiu seu acesso à diversos periódicos como jornalista, possibilitando também o contato com diversos literatos de sua época.

Além das críticas musicais, há ainda a presença de críticas de artes visuais, contos e poesias de Amarylio de Albuquerque, que foram  publicadas em diferentes periódicos, tais como o Correio da Manhã, Gazeta de Notícias, Fon Fon, O Jornal, A Batalha, Jornal do Brasil e A Noite. Algumas de suas poesias foram musicadas por compositores como Villa Lobos , e Najla Jabor,  suas poesias infantis, a partir da publicação Dedo Mindinho, serviram ainda ao regente e arranjador húngaro Arnold Gluckmann (1894-1951) como material composicional para um inédito concerto infantil, organizado por Carlos Drummond de Andrade. 

Autor de diversas poesias, Amarylio era reconhecidamente literato e declamador, participando de diversos eventos de poesia e música. São encontrados em jornais e revistas diversos anúncios de participações e elogios à sua poesia e declamação, ele também escreveu ensaios a respeito de política, bem como foi autor de livros infantis, tais como Dedo Mindinho (1939), com ilustração do também paraibano Tomás Santa Rosa (1909-1956), História de Papai Noel (1941) e o livro de versos infantis Caixinha de Bombons (1959). Também na área literária publicou o romance Sangue Morno (1970), o estudo Dimensões de Três Poetas Desventurados: Augusto dos Anjos, António Nobre e Baudelaire (1977) e o livro de poesias Nós Dois (Conversa de Namorados) (1963). Na área de música, publicou Ouviram do Ipiranga (a Vida de Francisco Manuel da Silva) (1959), a História do Hino Nacional Brasileiro (1944) e Pequena Biografia dos Grandes Compositores (1943) , além de dois importantes artigos intitulados Sumé-pater-patrium (1974) e O canto do pajé (1982), na publicação Presença de Villa Lobos.

O teor de suas críticas exalta frequentemente a arte lírica nacional, bem como os compositores brasileiros, em especial Villa-Lobos. Amarylio faleceu em 15 de agosto de 1983 no Rio de Janeiro, em consequência de uma pneumonia, no Hospital Pró-Cardíaco, no bairro de Botafogo. 

Sandra da Costa Vasconcelos

Referências:

A noite. Disponível em http://memoria.bn.br/DocReader/348970_04/1. Acesso em 14 de fevereiro de 2023.

CORREIO DA MANHÃ. Disponível em http://memoria.bn.br/DocReader/890529/7. Acesso em 14 de fevereiro de 2023.

https://wp.ufpel.edu.br/criticamusical/files/2022/04/Andrea-Albuquerque-Adour-da-Camara.pdf

PINTO, Luiz.  Coletânea de poetas paraibanos.  Rio de Janeiro: Ed. Minerva, 1953.  155 p.  16.5 x 24 cm.    Ex. bibl. Antonio Miranda