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Data de publicação do verbete: 03/04/2023

Padre Manoel Otaviano de Moura Lima

O Padre Manoel Otaviano de Moura Lima nasceu na Zona Rural de Conceição, nas adjacências que hoje compõe o município de Ibiara na Paraíba, em 27 de abril de 1880. Sua origem modesta foi evidenciada em suas obras literárias.
Data de publicação: abril 3, 2023

Nascimento: 27 de abril de 1880 Ibiara – PB                                                                           

Falecimento: 11 de abril de 1960 Piancó – PB

Atividade artístico-cultural: Poeta e Escritor

Obras Literárias: Emboscada do Destino; O Chefe Político; Curvas do Destino; Frente ao Passado; Mestre Mundo e Tomaz Cajueiro; Conceição e Ibiara; Os Mártires de Piancó 

Cargos Públicos: membro do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba) deputado estadual pelo Estado da Paraíba

Premiações e Honrarias: membro da APL (Academia Paraibana de Letras) cadeira nº 29

O Padre Manoel Otaviano de Moura Lima nasceu na Zona Rural de Conceição, nas adjacências que hoje compõe o município de Ibiara na Paraíba, em 27 de abril de 1880. Sua origem modesta foi evidenciada em suas obras literárias, o homem que se tornou um dos maiores intelectuais de sua época. Foi alfabetizado por sua mãe e só conseguiu iniciar aos 20 anos de idade o curso secundário, ainda no Seminário da Paraíba.

Ordenou-se padre no dia de Natal, em 25 de dezembro de 1910, tendo ele 30 anos de idade, no Seminário de Teresina, capital do estado do Piauí, retornando à Paraíba a fim de exercer o ministério sacerdotal, sendo designado Vigário de Brejo do Cruz, onde, em seguida, foi transferido para as cidades de Catolé do Rocha, Conceição e Piancó, todas situadas no Sertão da Paraíba. Reconhecido pelo seu dinamismo, conciliava as atividades clericais com a política e o magistério. Destacou-se escrevendo em jornais do estado, onde suas crônicas apresentavam o Sertão e suas características mais marcantes, evidenciando as suas habilidades literárias.

Publicou diversos romances e peças teatrais que eram encenadas em teatros da Paraíba. Foi membro da Academia Paraibana de Letras (APL), onde tomou posse em 25 de agosto de 1945 para ocupar a cadeira de número 29, cujo patrono é José Rodrigues de Carvalho, sendo saudado pelo acadêmico Horácio de Almeida. Deixou uma produção literária pequena, porém, de valor cultural imensurável, sendo que a sua obra de maior importância foi o trabalho sobre a morte do padre Aristides, em um período político turbulento em todo o país com a Coluna Prestes. Esse livro foi intitulado como “Os Mártires de Piancó”.

Obras como “Emboscada do destino” (romance), “O chefe político”, “Curvas do destino”; “Frente ao passado”; “Mestre mundo e Tomaz Cajueiro” apresentaram ao Brasil um talento ainda pouco explorado pela literatura nacional. Uma de suas características mais marcantes era a sua preocupação com a preservação memorial do Sertão, sendo responsável pela documentação histórica da cidade de Piancó, quando foi designado para presidir a Paróquia de Conceição (PB), publicando a obra Conceição e Ibiara. Anos mais tarde, se torna membro também do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP).

Como religioso foi sempre uma das mais fortes vozes, numa Igreja ainda regida com costumes antecedentes ao Concílio Vaticano II, sempre usando a indumentária batina de trinta e três botões pretos, que remetia a simbólica idade de Cristo, falava e escrevia latim e francês com fluência. Na política, conquistou respeito de grandes coronéis do sertão, eleito deputado estadual pelo Estado da Paraíba se tornou o primeiro filho a ocupar uma cadeira na Casa de Epitácio Pessoa, sendo considerado um dos mais eloquentes oradores que o Poder Legislativo produziu. Dentre os seus admiradores, o prefeito de Juazeiro do Norte-CE e deputado federal, o também Padre Cícero Romão Batista, visionários, incompreendidos muitas vezes, mas que a história faz jus ao legado imortal de dois grandes sertanejos, que na sua passagem por essa vida deixaram marcas imortais.

Padre Manoel faleceu em 11 de abril de 1960 no município de Piancó no sertão paraibano. Poeta, pertenceu à escola dos versos sentidos e ninguém mais do que ele festejou em estrofes os encantos e as belezas do Sertão que ele amava extremamente. A notícia do seu falecimento repercutiu na capital federal. No Senado da República, durante cerimônia de homenagem póstuma, Salviano Leite Rolim, do PSD da Paraíba, destacou a sua importância política, aparteado pelo Senador Argemiro de Figueiredo que pontuou a necessidade de se registrar nos anais da Casa Legislativa, o legado intelectual do padre Manoel Otaviano.

Jonas do Nascimento

Fontes:

http://www.funes.pb.gov.br/noticias-o-legado-intelectual-do-padre-manoel-otaviano-de-moura/

https://estadaodaparaiba.com.br/noticia/12737/o-encontro-do-padre-manoel-otaviano-e-padre-cicero-romao-batista-em-juazeiro