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Data de publicação do verbete: 25/04/2023

Célia Maria

Cordelista e pesquisadora. 
Data de publicação: abril 25, 2023

Naturalidade: Campina Grande – PB

Atividade artístico-cultural: cordelista e pesquisadora

Formação Acadêmica: Administração de Empresas e m Mestrado em Ciências da Educação

Obras Literárias: Compartilhando Memórias (2019) Diário imaginário de uma cangaceira (2020) O cangaço no cordel – Vol. 1 (2021) O cangaço no cordel – Vol. 2 (2023)

Títulos e Homenagens: Conselheira do Cariri Cangaço (2023)

Depois de se aposentar como funcionária da UFPB, a escritora cordelista paraibana Célia Maria começou a desenvolver pesquisas sobre a cultura nordestina, entre elas a figura de Antônio Conselheiro, Padre Cícero e Luiz Gonzaga. Começou a escrever e a fazer cordel, e durante a pandemia, sua produção se intensificou. Tendo muita facilidade de formar e  de gravar versos.  Despertando-a muito o interesse sobre a história do Sertão, que desde então conhecia tão pouco. A partir daí, sua vida toda passou a estar dedicada a isso, a conhecer melhor e estudar e fazer seus próprios cordéis. Só lamenta não ter começado  quando ainda era mais jovem, Célia Maria já poetizou mais de 35 cordéis e é também artesã, produzindo os chapéus de cangaceiros.

O primeiro livro publicado por Célia Maria foi em 2019, o “Compartilhando Memórias”. Nos anos seguintes vieram mais dois livros: “Diário imaginário de uma cangaceira” (2020) e “O cangaço no cordel – Vol. 1” (2021). O seu objetivo maior é levar ao conhecimento dos leitores sobre história do cangaço e a história de Lampião. Os seus cordéis são didáticos e baseados na pesquisa que desenvolve.  Como se fosse um cordel biográfico. O cordel na perspectiva de Célia Maria é uma fonte literária que se instrui e se diverte devido aos seus contos imaginários.

Seu livro mais recente, “O cangaço no cordel na visão de uma cangaceira cultural – Parte II” foi lançado durante a abertura do Cariri Cangaço, seminário que concentra a produção cultural em torno do movimento famoso por Lampião, evento ocorrido em março de 2023 em Princesa Isabel, no sertão paraibano. A obra se apresenta como uma coleção de cordéis que a autora desenvolve sobre escritores que desbravaram a caatinga para compreenderem o fenômeno do cangaço.  Entre eles, destacam-se os maiores estudiosos do tema, a exemplo de Aglae Lima de Oliveira, Antônio Amaury, Alcino Costa, Billy Jaynes Chandler, Paulo Medeiros Gastão e José Sabino Bassetti.

Fazendo um resumo bibliográfico sobre esses principais historiadores que deram o pontapé inicial na divulgação, através dos livros, da história do Nordeste e das peculiaridades do Sertão. Esses autores não falam apenas do cangaço, mas como viviam os sertanejos e os diversos fatores, inclusive os econômicos, que levaram o cangaço a se tornarem violentos, descreve a paraibana integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa do Cangaço (GPEC).

Na ocasião, ela foi eleita com o título de conselheira do Cariri Cangaço devido ao trabalho que desenvolve desde 2015, quando começou a se apresentar artisticamente as indumentárias típicas do cangaço representando Maria Bonita. O evento contou com uma apresentação de Capitão Quirino e Célia Cangaceira Célia não tem apenas a virtude de ser uma cordelista. Ao produzir suas rimas, ela concilia sua criatividade, respeitando a rima, métrica e oração, além de conseguir respeitar também a realidade dos fatos que se propõe a narrar.

Leva o conhecimento dos contos  como eles foram, deleitando o leitor com as rimas, sem, contudo, sacrificar ou deturpar a história. Ao longo de seus cordéis o leitor vai despertando outros sentidos ao mesmo tempo em que, de forma didática, vai sendo facilmente levado ao conhecimento de fatos da história que aconteceram na região nordeste.

Jonas do Nascimento

Fonte:

https://auniao.pb.gov.br/servicos/copy_of_jornal-a-uniao/2023/marco/jornal-em-pdf-23-03-23-cdepc.pdf/view