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Data de publicação do verbete: 06/05/2023

Hildebrando Assis

Teatrólogo.
Data de publicação: maio 6, 2023

Naturalidade: São José de Piranhas-PB

Nascimento: 7 de junho de 1920  // Falecimento: 22 de outubro de 2003

Atividade artístico-cultural: Teatrólogo

Atividade exercício-profissional: Advogado

Cargos Públicos: Prefeito de Cajazeiras, Deputado Estadual na Assembleia Legislativa da Paraíba, Diretor do Setor de Arte da Universidade Federal da Paraíba, Diretor de Área Jurídica da SAELPA (atual ENERGISA), Presidente da Fundação Cultural da Paraíba – FUNCEP

Títulos e Homenagens: Patrono da Academia Cajazeirense de Letras-ACAL (cadeira nº 20)

Formação Acadêmica: Bacharelado na Faculdade de Direito de Recife-PE

 

Hildebrando Assis nasceu em São José de Piranhas, no dia 7 de junho de 1920. Filho de José Gonçalves de Assis e Maria José Silveira de Assis. Hildebrando  foi aluno do Instituto São Luiz e do famoso Colégio Padre Rolim em Cajazeiras; Colégio Cearense e Castelo Branco, em Fortaleza; Ginásio Pernambucano e Faculdade de Direito do Recife, na qual se tornou advogado. Foi aluno do Instituto São Luiz e do famoso Colégio Padre Rolim em Cajazeiras; Colégio Cearense e Castelo Branco, em Fortaleza; Ginásio Pernambucano e Faculdade de Direito do Recife, na qual se tornou advogado. O jovem bacharel assumiu a prefeitura de Cajazeiras no período de 22 a 30 de novembro e voltou novamente, quando da saída do Interventor da Paraíba Rui Carneiro e o Presidente do Tribunal, o Desembargador Severino Montenegro assumiu o Governo da Paraíba, desta vez do dia 3 de dezembro de 1945 a 22 de fevereiro de 1946.

Tota Assis, seu tio, afirmou “Dr. Hildebrando Assis, moço de caráter, inadaptado para as sujeiras da política interiorana, resolveu abdicar desta arte difícil de navegar nas águas turvas, e voltar ao seio de sua profissão”. Hildebrando  Assis foi deputado na Primeira Legislatura, quando a Assembleia Legislativa, após uma inatividade de quase dez anos imposta pelo regime ditatorial do Estado Novo, voltou a funcionar no dia seguinte ao da promulgação da Constituinte Estadual de 11 de junho de 1947, iniciando a 1ª legislatura desse novo ciclo de sua história, composta segundo a Constituição Federal, de 37 deputados. A Assembleia tinha deputados de quatro legendas partidárias: UDN, PSD, PTB e PCB. Hildebrando  Assis, fazia parte da UDN – União Democrática Nacional, tendo inclusive assumido a liderança do seu partido.

Como deputado apresentou 36 projetos de Lei, ao longo do seu mandato, ressaltando-se cinco projetos com relação a Cajazeiras: o de nº 201/48 – Autoriza o Poder Executivo a mandar construir um Grupo Escolar no Distrito de Engenheiro Avidos, transformado em Lei nº 258 de 10/12/48; o de nº 61/48, concedendo auxilio financeiro a uma praça de esporte, em construção, depois Lei nº 360 de 10/10/48; o de nº 55 – concedia auxilio financeiro ao campo de pouso de Cajazeiras, transformado em Lei nº 360, de 10.10.1949 e o de nº 49/50, que concede subvenção a Escola Nossa Senhora de Fátima, anexa ao Ginásio Nossa Senhora de Lourdes, transformada em Lei nº 519, de 8 de 2 de 1951. Exerceu seu mandato com dignidade e ocupou a tribuna por diversas vezes em defesa dos interesses do povo sertanejo, principalmente de Cajazeiras.

Um homem que viveu além do seu tempo. Uma figura ímpar de personalidade altruísta um mantenedor da arte e da advocacia nos sertões da Paraíba. Um humanista com uma visão holística, que auto se intitulou defensor ferrenho das causas culturais de Cajazeiras e do sertão. Era um amante das letras e da advocacia e tinha o dom de atuar brilhantemente nesses dois universos. Pois, ao tempo em que desempenhava seu papel de advogado, também atuava como patrono da cultura e da arte e também fazia cultura, apesar de ter nascido em cidade de São José de Piranhas, viveu sua infância e juventude na cidade de Cajazeiras, terra que ele adotou como se fora sua terra natal e onde bebeu nas fontes da educação, fé, cultura e arte.

Hildebrando foi considerado um dos maiores teatrólogos de sua época, tão importante como foi Ica Pires, Geraldo Ludgero, Eliezer Rolim e Ubiratan de Assis. Ele era um Dínamo no teatro pois escrevia, dirigia e atuava como ator nas várias montagens que protagonizou. Advogado das artes, um titulo que lhe fazia jus, já que ele buscava com afinco as melhorias em beneficio dos artistas e da arte de Cajazeiras, São José de Piranhas e do sertão. Em Recife ele não só adquiriu conhecimentos jurídicos, mas também transitou e colheu enorme bagagem cultural notadamente no campo teatral. Sempre com ideias inovadoras ele conseguiu revolucionar no sertão. Hildebrando foi um dos percursores na luta em prol da construção de um teatro em Cajazeiras que servisse de amparo no sentido de que a artes cênicas tivessem seu espaço e os artistas não precisassem mendigar em outras cidades um lugar para expor suas atividades dramáticas.

No dia 1º de agosto de 1953, Hildebrando teve seu sonho realizado, pois era inaugurado o primeiro teatro de Cajazeiras e com imensa alegria ele pode apresentar a peça inaugural de sua autoria e sob sua direção com o titulo O HOMEM QUE FICA. Essa com certeza foi uma noite de glamour em Cajazeiras que aconteceu na sede do já extinto Cine Éden palco de grandes filmes.  Fazendo uma analogia, é possível se dizer que Hildebrando Assis esta para Cajazeiras no que concerne a arte e cultura, como o padre Rolim está para a educação e a fé, pois enquanto um fez a cidade se tornar polo da educação regional e ser conhecida como a cidade que “ensinou a Paraíba a ler”; o outro fez com que ela ficasse conhecida internacionalmente no cunho cultural.

Como não poderia deixar de ser, Hildebrando também tinha seu lado boêmio e apaixonado pela vida. Na faculdade ele descobriu seu refinado gosto pela leitura e pela musica e seu livro de cabeceira era Don Casmurro uma obra de Machado de Assis. Ele costumava dizer que quando precisava relaxar ouvia Beethoven, porém quando ia paquerar o repertório era da musica popular brasileira e ouvia cantores como Ary Barroso, Nelson Gonçalves e tantos outros. Um extraordinário animador do setor cultural e fundou, além de dirigir o TAC – Teatro Amador de Cajazeiras, também foi Presidente do clube 8 de maio (depois foi nomeado 1º de maio) e levantou a bandeira na luta para transformar a fazenda Cajazeiras morada da família de Padre Rolim num complexo de lazer festivo e de esportes o hoje Tênis Clube.

Hildebrando Assis era casado com Maria Mercedes Leite com quem teve dois filhos, Hermano Leite Assis – musicista e Mauro Leite de Assis- engenheiro civil. Hildebrando faleceu no dia 22 de outubro de 2003 na cidade de João Pessoa, onde residia desde a década de 1970, sendo assim, eternizado por sua marca indelével e deixando um legado de luta e resiliência e amor as artes.

Jonas dos Santos

Fontes:

https://coisasdecajazeiras.com.br/colaboradores/centenario-de-hildebrando-assis/

https://www.diariodosertao.com.br/coluna/hildebrando-assis-e-seu-centenario-de-nascimento

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