Fernanda Heloísa
A exposição que celebra os cinquenta anos do Movimento Armorial, idealizado pelo escritor paraibano Ariano Suassuna, está em cartaz pela primeira vez no nordeste, no Museu de Arte Popular da Paraíba (MAPP), conhecido como “Museu dos Três Pandeiros”, em Campina Grande. O acesso à exibição é gratuito e o acervo ficará disponível para visitação até o início de agosto.
A mostra, que é realizada pelo Ministério da Cultura, acontece desde 2020, ano do cinquentenário do movimento, e já passou pelas cidades de Belo Horizonte, Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. A idealização é da produtora cultural Regina Godoy com curadoria de Denise Mattar.
A mostra Armorial 50 também comemora o décimo aniversário do MAPP, que possui um significado importante: é a última obra do renomado arquiteto Oscar Niemeyer na região Nordeste. O museu foi inaugurado oito dias após o falecimento de Niemeyer, em dezembro de 2012.
Os visitantes têm a oportunidade de apreciar 140 obras de artistas de grande relevância no Movimento Armorial, distribuídas em três galerias. Os nomes incluem o próprio Ariano Suassuna, Miguel dos Santos, Francisco Brennand, Gilvan Samico, Aluísio Braga, Zélia Suassuna e Lourdes Magalhães. A maioria das peças pertence a colecionadores privados e instituições renomadas, como a Universidade Federal de Pernambuco, o Museu da Arte Moderna Aluísio Magalhães e a Oficina Brennand.
Como novidade, a temporada em Campina Grande apresenta, ainda, uma coleção de cordéis pertencentes ao acervo do MAPP.
Desde sua estreia em maio, a Armorial 50 anos recebeu mais de 5 mil visitantes, dentre eles o governador da Paraíba João Azevedo, a atriz global Fabiana Karla, Marcelo Souza – filho do cartunista Maurício de Souza e o cantor e compositor Capilé.
Armorial 50 está em cartaz até o dia 20 de agosto. Apesar da gratuidade, os ingressos precisam ser retirados através da plataforma Sympla. A exposição acontece de terça a sexta, das 10h às 19h, e nos sábados e domingos, das 14h às 19h.
O Armorial de Suassuna
Surgido na década de 70, o movimento artístico conhecido como ‘Armorial’ tem como objetivo resgatar e valorizar as raízes culturais do Nordeste brasileiro, especialmente a cultura popular. Com base em uma proposta estética que mescla elementos da literatura, música, teatro, dança e artes plásticas, o Movimento Armorial busca criar uma arte genuinamente brasileira, enraizada nas tradições regionais, ao mesmo tempo em que dialoga com a contemporaneidade. A valorização dos folguedos populares, da xilogravura, das músicas de viola e da literatura de cordel são alguns dos seus pilares.