Naturalidade: João Pessoa – PB
Nascimento: 7 de março de 1903// Falecimento: 20 de junho de 1994
Atividade artístico-cultural: escritor
Atividade exercício-profissional: advogado e jornalista
Formação Acadêmica: Faculdade de Direito do Recife (1927)
Obras Literárias: Paulo de Tarso e o Pensamento Moderno; Estertor; Baruque; A Plenitude Humana e Literaria; Responsabilidade civil das estradas de terra; Ação Recisória; Epitácio Pessoa
Cargos Públicos: Promotor Público do município de Santa Rita-PB, Membro do Conselho Administrativo do Estado; Secretário do Interior e Justiça; Secretário do Interior e Justiça e Segurança Pública; Procurador Geral do Estado; Desembargador do Tribunal de Justiça; Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba; Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba; Vereador pelo Partido Libertador
Títulos e Homenagens: Fundador da Cadeira Nº 5 da Academia Paraibana de Letras; Título de O decano dos jornalistas e das letras paraibanas pela Associação Paraibana de Imprensa; Título de ‘Professor Emérito’ pela Universidade Federal da Paraíba; ‘Comenda Mérito Cultural’ pela Plano Piloto de Campina Grande; Nomeação para Biblioteca da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção PB; Título de ‘Cidadão Benemérito da Paraíba’.
Osias Nacre Gomes nasceu na capital paraibana em 1903, filho do casal João Ricardo Gomes e Druzila Nacre Gomes, ele classificou-se com distinção no exame de admissão à Faculdade de Direito do Recife, bacharelando-se em 1927. Advogado, escritor e jornalista, Osias Gomes iniciou, ainda muito jovem, as suas atividades profissionais. Em 1918, ingressou no Jornal “A União”, como pegador de provas, passou a redator e secretário, em 1924, com Botto de Menezes, fundou o jornal O Combate, periódico político que somente circulou durante quatro anos. Em 1930 assumiu a direção do jornal “A União”, com Horácio de Almeida, em 1933, Osias Gomes cria a Liga pelo Estado Leigo, programa que tinha por objetivo neutralizar a ação política do clero na conquista do poder. Em 1934, Botto de Menezes e Osias Gomes fundaram o Partido Libertador, e Osias Gomes elege-se vereador pelo partido, cumprindo um mandato até 1938.
Osias também era orador sacro, cresceu sob a doutrinação do catecismo presbiteriano, a cuja obediência, de acordo com a idade, foi apenas relativamente crescente. Tanto é assim que sua adesão à fé religiosa se atenuava pela jovial simpatia às ideias progressistas da sua época. Contudo, à medida que amadurecia, tornava-se, como diz o seu exímio conhecedor, neto e, como ele jurista, o causídico Cleanto Gomes, um crente evangélico. Em 1956, a Igreja Presbiteriana se fez palco no Rio de Janeiro, para, diante de numerosos fiéis, o renomado pastor Benjamin Cesar ouvir de Osias Gomes belíssimas palavras de profissão de crente praticante e do juramento da sua fé. Desde então era chamado ao púlpito do templo da Praça 1817, nas proximidades do Paraíba Palace Hotel, em João Pessoa, para pregar humildemente com paramentos de leigo, mas já com o preparo de pastor ecumênico, sem o ranço obcecado do proselitismo e dos fáceis slogans da insistência comum ao fanatismo. Esse conhecimento lúcido e equilibrado era fruto do seu preparo intelectual, do estudo da Filosofia, do mundo das ideias.
Exerceu importantes cargos públicos: Advogado da Great Western, Promotor Público do município de Santa Rita, Membro do Conselho Administrativo do Estado, Secretário do Interior e Justiça, na intervenção do Dr. José Gomes da Silva; Secretário do Interior e Justiça e Segurança Pública, no Governo de José Américo de Almeida; Professor-Fundador da Faculdade de Direito de João Pessoa, da qual também foi diretor; Procurador Geral do Estado, Desembargador do Tribunal de Justiça; Presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba; Presidente do Tribunal de Justiça da Paraíba. A Academia Paraibana de Letras não tardou, ao criar suas quarenta cadeiras, convidou Osias, esse cidadão de conduta estoica, como fundador da cadeira nº 5, cujo patrono foi o ilustre Alcides Bezerra, sendo empossado na APL, em 5 de julho de 1948 e saudado pelo acadêmico Veiga Júnior.
Além de escrever no Jornal A União, também colaborou nos diversos jornais locais: O Norte, O Diário da Paraíba, Comércio da Paraíba, Correio da Paraíba, Revista Era Nova. Foi fundador do Instituto dos Advogados do Brasil; Membro da Sociedade Brasileira de Criminologia, Membro do Cenáculo Brasileiro de Letras e Artes do Rio de Janeiro; Membro do Conselho Estadual de Cultura. Recebeu o título de “O decano dos jornalistas e das letras paraibanas”, conferido pela Associação Paraibana de Imprensa e o título de “Professor Emérito” da Universidade Federal da Paraíba. Foi agraciado com a “Comenda Mérito Cultural”, concedida pelo Plano Piloto de Campina Grande; por unanimidade, teve o seu nome conferido à Biblioteca da Ordem dos Advogados do Brasil-Seção PB, em 1979, pela Lei 4.114/79, sancionada pelo Governador Tarcísio Burity, recebeu, também o título de “Cidadão Benemérito da Paraíba”, pelos relevantes serviços prestados à Educação, à Cultura, ao Jornalismo e a Justiça da Paraíba. Aposentou-se como desembargador. Osias faleceu em 20 de junho de 1994, em João Pessoa aos 91 anos de idade.
Jonas do Nascimento dos Santos
Fontes:
https://novo.aplpb.com.br/academia/academicos/cadeiras-01-a-10/145-osias-gomes