Naturalidade: Sapé – PB
Ano de Nascimento: 1889
Ano de Falecimento: 1973
Atividade artístico-cultural: poeta, escritor e crítico de cinema
Atividade exercício-profissional: jornalista
Obras Literárias: Meu Epistolário (10 volumes de 1929 a 1973) Versos (publicação póstuma de 1978)
Arthur Roberto Coelho De Souza, filho de Antônio Roberto de Souza Coêlho e de Cândida Maria das Neves, nasceu em novembro de 1889, no Engenho Melancias, do município de Pedras de Fogo, Paraíba, hoje pertencente ao município de Sapé. Foi batizado pelo Vigário Floriano de Queiroz Coutinho, na paróquia de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, de São Miguel de Taipú, aos 02/06/1890, com 7 meses de nascido. Foi apadrinhado por Olívio Marcilio Dias Tavares e o batizado foi realizado em uma capela de São Sebastião do engenho Melancias ou na de São João Batista da povoação de Sobrado, hoje município e terra natal de Arthur Roberto.
A mãe de Arthur era conhecida por Dona Candinha Crente, isto porque mudou de religião e rebatizou o filho e também uma filha. Em certa ocasião dirigiu-se ao poeta Guimarães Barreto, Artur dizia: “Morei no Sapé criei-me em João Pessoa, (nesta época a capital chamava-se Parahyba) e Itabaiana, com uma ida de dois anos a São Paulo e uma viagem ao Amazonas de um ano, quando tinha 13 anos”. Quando residiu na capital paraibana tornou-se aprendiz de tipógrafo e, em 1908, foi convidado pelo juiz de Itabaiana, Dr. Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro, para ser editor do jornal “O Município”. Exercendo ao mesmo tempo a função de redator, impressor e tipógrafo, Arthur Coêlho influenciou a imprensa daquele município. O primeiro número deste jornal circulou na data de 24 de maio de 1908.
Também foi aluno da professora Alexandrina Nacre, avó do escritor Osias Nacre. No ano de 1916 estava de volta ao Amazonas, de onde enviou sonetos que foram publicados em “O Jornal”, de Itabaiana. Em Manaus e Belém do Pará teve uma vivência de aprendizado e decidiu ir para os Estados Unidos da América. Em terras distantes teve seus contratempos e dificuldades, mas, terminou sendo contratado pela Paramount Pictures, onde permaneceu por 30 anos, como assessor cultural, censor de scripts e tradutor das legendas dos filmes produzidos. Mas é nos EUA que consolidará a carreira de jornalista e crítico de cinema. Primeiro mora em Nova York onde exerce toda a série de atividades durante um bom tempo, até que tem acesso ao meio jornalístico onde se revela como crítico cinematográfico.
Mais tarde iria integrar os quadros da Paramount Pictures como tradutor de legendas e assessor cultural onde permanece por mais de 30 anos. Casou-se com Katharine Rodger, moça de excelente nível cultural, grande colaboradora do marido. Uma vez viúva, ela voltou, por recomendações do marido, à música, piano, canto e regência de coros na igreja Unitária de New York. Arthur tinha por hobby a correspondência; mantinha contato com inúmeros intelectuais do Brasil. Sua casa era tida como “a embaixada não oficial do Brasil”, onde ele recebia os escritores brasileiros. Sua casa em Nova Jersey se transformou em embaixada cultural do Brasil, ao receber os intelectuais Monteiro Lobato, José Lins do Rego, Érico Veríssimo e Assis Chateubriand.
Escreveu inúmeras cartas para os mais destacados políticos e intelectuais de sua época, sobre os mais variados assuntos e questões. Entre seus correspondentes, se destacam Monteiro Lobato, José Américo de Almeida, Câmara Cascudo, Gustavo Barroso, Magalhães Júnior, Coriolano de Medeiros, Osias Gomes e inúmeros outros. Esse epistolário encontra-se na biblioteca da Universidade Federal da Paraíba. Arthur faleceu em 1973.
Jonas do Nascimento dos Santos
Fontes:
https://www.navegos.com.br/o-amigo-americano-de-franklin-jorge-i/